Russell herda vitória após Norris e Verstappen baterem no fim.
Colisão da dupla, a cinco voltas para o fim da corrida, entregou vitória de bandeja no colo do britânico após quase dois anos de jejum.
Piastri e Sainz completam pódio.
Exatos 595 dias.
Esse foi o tempo que a Mercedes precisou esperar para voltar a ocupar o lugar mais alto do pódio, vencendo o Grande Prêmio da Áustria deste domingo (30) com George Russell.
O britânico, porém, só se tornou um candidato factível à vitória a cinco voltas para a bandeirada, graças a uma batida que tirou Lando Norris e Max Verstappen da disputa.
Oscar Piastri e Carlos Sainz completam o pódio.
A Mercedes não vencia uma corrida desde o triunfo do mesmo Russell no Grande Prêmio de São Paulo de 2022, em novembro.
O time alemão começou a temporada em baixa, mas segue em franca ascensão desde o Grande Prêmio do Canadá chegando agora a 3 pódios consecutivos.
O britânico de 26 anos chega agora a duas vitórias na carreira e a centésima vigésima sexta da equipe que passou 2023 em branco.
A colisão entre Norris e Verstappen sucedeu quase 20 voltas de um tenso confronto pela liderança iniciado com o segundo pit stop da dupla no quinqaugésimo segundo giro: o holandês parou primeiro e foi seguido pelo rival.
Comprometido com um erro em sua troca de pneus, ele levou 6s5 nos boxes contra a parada de 2s9 do piloto da McLaren.
Para completar, Verstappen travou os pneus na saída dos boxes e, de 2s9, viu sua vantagem na ponta despencar para 1s8.
Depois de obter a aproximação necessária para usar a asa traseira móvel, Norris tentou ultrapassar o rival por cinco vezes mas sem sucesso.
Na última tentativa a cinco voltas para o fim, veio a colisão que tirou Norris da prova.
Max recebeu 10 segundo pelo ocorrido.
Apesar do impacto no fim da prova, Verstappen segue liderando o campeonato de pilotos, beneficiado ainda por terminar em quinto lugar enquanto o vice-líder Norris não pontuou.
No Mundial de construtores a RBR segue na ponta, com 64 pontos na frente da Ferrari.
Essa não foi a única colisão da corrida no Circuito de Spielberg, que teve dois confrontos entre a dupla da Alpine, Esteban Ocon e Pierre Gasly.
Um verdadeiro festival de punições e mais uma estratégia questionável da Ferrari com Charles Leclerc, que largou em sexto lugar e terminou em décimo terceiro enquanto seu colega de equipe, Sainz, chegou ao pódio.
A Fórmula 1 retorna já no próximo fim de semana em 7 de julho com o Grande Prêmio da Inglaterra, décima segunda etapa da temporada 2024.
A largada: De cara, Verstappen abriu uma larga vantagem na ponta enqunto Norris se deparou com a pressão das duas Mercedes, George Russell, e Lewis Hamilton, que deixou Carlos Sainz para trás pela parte de fora da curva 1.
Sergio Pérez, em oitavo, ganhou duas posições e aparecia em sexto lugar; Kevin Magnussen entrou no top dez juntando-se ao colega da Haas, Nico Hulkenberg.
A largada, porém, foi o início de muitos problemas para Charles Leclerc: do sexto lugar, ele despencou para penúltimo por visitar os boxes e trocar o bico de sua Ferrari, além de mudar os pneus médios pelos duros.
O monegasco danificou seu carro após bater com Oscar Piastri, que estava ao lado dele.
No contato, Pérez também foi atingido e sofreu um dano em sua carenagem.
Construindo o momento final: Apesar de começar a prova com uma larga distância sobre o vice-líder Norris, a vantagem de Verstappen se manteve modesta no decorrer da corrida, não passando dos 8 segunso.
Os dois visitaram os boxes pela primeira vez, juntos, na volta 24.
Em 14 giros, o o piloto da McLaren apareceu mais rápido e reduziu sua diferença em 1s3, enquanto o tricampeão reclamava dos pneus.
Na volta 52, Verstappen foi chamado aos boxes uma segunda vez e esteve acompanhado, novamente, por Norris.
A troca do holandês foi ruim: durou 6s5 contra 2s9 do rival.
Eles retornaram à pista separados por apenas 2s9.
Para completar, Max travou os pneus em uma curva e a diferença caiu para 1s8.
No quinquagésimo quarto giro, Norris fez a melhor volta da prova e, a exatos 1s do rival, já podia abrir a asa traseira.
Norris tentou ultrapassar o rival por cinco vezes na curva 3 mas sem sucesso.
Em uma das tentativas na volta 59, chegou a sair na frente mas teve que devolver a posição por exceder limites de pista, o que lhe pôs na mira dos comissários por já ter uma advertência anterior.
Lando voltou a estar a metros do rival na volta 61 de 71 mas o tricampeão conseguiu segurá-lo.
No bote seguinte, Verstappen chegou a sair da pista e retornou na frente de Norris, que reclamou.
Do outro lado, Max também se queixou de ter sido forçado para fora do traçado.
Na última tentativa a cinco voltas para a bandeirada, veio a colisão: ao perceber que Lando daria mais um bote, Verstappen entrou na curva 3 passando por dentro e acertou a roda dianteira direita e a asa traseira do rival, além de furar o próprio pneu.
Com danos, ambos foram para os boxes, cedendo a liderança para Russell.
Norris levou 5s de punição por sair da pista em duas ocasiões anteriores mas abandonou a corrida.
Já Verstappen recebeu 10s pelo contato, apesar de permanecer na disputa.
Completando o pódio: No giro seguinte, Oscar Piastri ultrapassou Carlos Sainz, assumindo a vice-liderança e definindo o pódio.
Os dois pilotos haviam largado respectivamente no sétimo e quarto lugares.
Pouco antes da colisão, ocupavam o quarto e o quinto lugares graças a um pit stop lento da Mercedes com Lewis Hamilton que durou 8s e tirou o heptacampeão do top 5.
Estratégia para esquecer: Depois de sofrer uma colisão na largada e cair para o fundo do grid, Leclerc retornou aos boxes na décima sétima volta para colocar, de novo, os pneus médios.
Adotar os duros no início da prova se mostrou ineficaz, já que ele permaneceu na vice-lanterna da corrida.
A Ferrari manteve a esperança de pontuar contando com um safety car e parou o piloto uma uma terceira vez, na volta 35, para colocar outro conjunto de pneus médios após 17 giros no anterior.
No entanto, depois de finalmente chegar em décimo primeiro lugar, Charles fez um quarto pit stop na volta 53 já com uma volta de diferença em relação ao líder.
De décima oitava posição, chegou ao décimo etcreiro lugar até a bandeirada.
Outro piloto prejudicado por um pit stop ruim foi Lewis Hamilton.
Largando em quinto lugar, o heptacampeão visitou os boxes pela primeira vez no bigésimo segundo giro mas foi punido com 5 segundos por cruzar a linha branca na entrada dos boxes.
Aí, a Mercedes colocou até Toto Wolff no rádio do heptacampeão para motivá-lo.
Na volta seguinte, a equipe mandou Russell para os boxes.
A pedida foi a mesma dos rivais: dos pneus médios, para os duros.
Àquela altura, o britânico estava na terceira colocação, posição que manteve até seu segundo pit stop, no quadragésimo sétimo giro da prova.
Hamilton subiu para a quarta colocação e chegou a ocupar a última vaga do pódio de forma provisória quando Sainz fez mais um pit stop à sua frente.
Porém, foi ultrapassado por Piastri.
O veterano visitou os boxes uma segunda vez no quinquagésimo quarto giro da corrida para voltar aos pneus médios mas sua troca durou 8 segundos, derrubando-o para o sexto lugar a 13 segundos do até então quinto colocado, Piastri.
Colisões, punições...
O primeiro confronto mais tenso na pista foi ainda nas voltas iniciais.
No décimo segundo giro, Kevin Magnussen e Nico Hulkenberg chegaram perto de um contato quando o alemão saiu dos boxes e ultrapassou o colega, que questionou se a orientação de conservar os pneus também valia para o companheiro.
Na vigésima primeira volta, Fernando Alonso bateu e empurrou Guanyu Zhou para fora da pista na curva 3 quando duelava pelo décimo segundo lugar.
Ele foi punido pelo episódio com 5 segundos.
Logo em seguida, Pérez recebeu 5s por acelerar no pit lane, tendo feito sua troca junto com Hamilton.
Na volta 37, na briga pelo décimo primeiro lugar, Pierre Gasly foi empurrado para fora da pista pelo colega de equipe, Esteban Ocon.
A dupla se reencontrou quatro voltas depois mas, desta vez, com Gasly assumindo o oitavo lugar, depois de outro toque de rodas com o companheiro.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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