sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Manifesto australiano

Jogadores da Austrália fazem manifesto contra abusos do Catar.

Em vídeo e comunicado da federação, 16 atletas chamam atenção para histórico de violações aos direitos humanos no país que vai sediar Copa do Mundo.

Jogadores da seleção da Austrália divulgaram um vídeo com uma forte mensagem de protesto contra o histórico de abuso aos direitos humanos cometidos no Catar, país que sediará a Copa do Mundo. 

Ao todo, 16 atletas participam da ação, dentre eles o goleiro Mat Ryan, capitão da equipe, que está no Grupo D do Mundial.

O vídeo foi publicado no perfil oficial da PFA, o sindicato de jogadores profissionais australianos, e nos perfis da seleção. 

A Associação Australiana de Futebol também divulgou uma carta no mesmo tom.

No vídeo, os jogadores levantam preocupações com o sofrimento de trabalhadores migrantes no Catar e com o tratamento do país à comunidade LGBTQIA+ (Lésbica, Gay, Bissexual, Travestis, Queer, Intersexual, Assexual e o + Abarca todas as outras siglas e identidades que integram o movimento, como pessoas pansexuais, não binárias).

Alguns dos atletas haviam se manifestado individualmente antes. 

Foi a primeira vez que uma ação coletiva foi realizada.

"Existem valores universais que devem definir valores do futebol como respeito, dignidade, confiança e coragem. Quando representamos nossa nação, aspiramos incorporar esses valores", reiteram os jogadores.

Os 16 jogadores australianos envolvidos no vídeo são Ryan, Irvine, Bailey Wright, Jamie Maclaren, Nick D'Agostino, Craig Goodwin, Danny Vukovic, Andrew Redmayne, Mathew Leckie, Mitchell Duke, Mitch Langerak, Denis Genreau, Cameron Devlin, Adam Taggart , Kye Rowles e Alex Wilkinson, presidente da PFA (sindicato dos jogadores).

No vídeo, eles destacam que houve progressos nos últimos anos, especialmente com o desmantelamento do sistema kafala (que permitia aos empregadores retirar os passaportes dos trabalhadores e impedi-los de deixar o país). 

No entanto, os australianos pedem melhorias.

"Esses trabalhadores migrantes que sofreram não são apenas números. Como os migrantes que moldaram nosso país e nosso futebol, eles possuem a mesma coragem e determinação para construir uma vida melhor", disseram.

O comunicado dos jogadores australianos pede um fundo de recursos para auxiliar os trabalhadores migrantes e a “descriminalização de todas as relações entre pessoas do mesmo sexo”.

"Estes são os direitos básicos que devem ser concedidos a todos e garantirão o progresso contínuo no Catar. É assim que podemos garantir um legado que vai muito além do apito final da Copa do Mundo de 2022".

Outras equipes planejam protestos no Catar, como a Dinamarca, adversária do Grupo D dos Socceroos. 

O time escandinavo vai usar uma camisa de jogo toda preta para homenagear os trabalhadores que morreram durante a construção de estádios e infraestrutura.

Atletas de nove seleções devem usar braçadeiras “One Love”, com as cores do arco-íris, um símbolo de luta contra qualquer discriminação.

Reportagem: Globoesporte.globo.com

 

Adaptação: Eduardo Oliveira

 

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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