sábado, 18 de fevereiro de 2023

Venda do Manchester United

Presidente do Banco do Catar oficializa oferta de compra.

Valores oficiais não foram revelados, mas imprensa especula que Sheikh Jassim Bin Hamad Al Thani pode desembolsar R$ 31 bilhões pelos Red devils.

A corrida para comprar o Manchester United ficou um pouco mais clara na última sexta-feira (17), quando um consórcio liderado pelo Sheikh Jassim Bin Hamad Al Thani, presidente do Qatar Islamic Bank (QIB, o Banco do Catar), anunciou uma oferta para assumir o controle total do clube da Premier League.

"O Sheikh Jassim Bin Hamad Al Thani confirmou hoje sua apresentação de uma oferta por 100 por cento do Manchester United Football Club", disse o comunicado à imprensa antes do prazo final de sexta-feira para os licitantes.

O comunicado não deu detalhes sobre o valor proposto na oferta pelo clube, mas o preço pode chegar a um recorde de 5,6 bilhões de euros (R$ 31 bilhões), segundo relatos da imprensa. 

Atualmente, o United tem dívidas de mais de 580 milhões de euros (R$ 3,2 bilhões).

No entanto, a oferta será "totalmente livre de dívidas" por meio da Nine Two Foundation de Sheikh Jassim, que "procurará investir nos times de futebol, no centro de treinamento, no estádio e em infraestrutura mais ampla, na experiência dos torcedores e nas comunidades que o clube apoia".

A família americana Glazer, que completou a aquisição dos 20 vezes campeões ingleses em 2005, anunciou em novembro que estava aberta a uma venda ou investimento, gerando comentários no Daily Telegraph de sexta-feira sobre uma batalha de lances entre os interesses do Catar e da Arábia Saudita.

A empresa Ineos, do bilionário britânico Jim Ratcliffe, é a única outra licitante a declarar oficialmente interesse.

Mas com as ações do United negociadas na Bolsa de Valores de Nova York, os corretores que atuam para o clube serão obrigados a considerar as ofertas mesmo após o término do prazo da última sexta-feira (17).

Profundamente impopular entre os torcedores desde que sobrecarregaram o clube com enormes dívidas em uma aquisição alavancada de 790 milhões de libras (US$ 961 milhões) em 2005, os Glazers irritaram ainda mais os torcedores ao apoiar o projeto fracassado da Superliga Europeia em 2021.

Segundo relatos, os Glazers estão buscando 6 bilhões de libras (6,5 bilhões de euros) para vender o United, o que quebraria o valor recorde para um clube de futebol estabelecido pelo Chelsea no ano passado.

Um consórcio liderado pelo coproprietário do LA Dodgers, Todd Boehly, e pela empresa de private equity Clearlake Capital pagou 2,5 bilhões de libras pelos Blues, com mais 1,75 bilhão de libras prometidos em investimentos adicionais em infraestrutura e jogadores.

Polêmicas e "sportwashing": Assim como aconteceu com o Newcastle, que foi comprado por fundos de investimentos da Arábia Saudita, uma aquisição do United pelo Catar seria contestada pela opinião pública, com Peter Frankental, diretor de assuntos econômicos da Anistia do Reino Unido, dizendo que representaria "uma continuação deste projeto de lavagem esportiva apoiado pelo estado".

Na quarta-feira (15), a organização não-governamental de direitos humanos “FairSquare” escreveu uma carta para a UEFA (União das Associações Europeias de Futebol), em que expressou a sua preocupação com a possibilidade de investidores do Catar se tornarem donos tanto do United quanto do Paris Saint-Germain. 

Pelas regras da confederação europeia de futebol, dois clubes controlados pela mesma instituição não podem disputar as mesmas competições.

Era pós-Ferguson com a seca de títulos na Premier League: Desde que o Manchester United passou a ser comandado pelos irmão Avram e Joel Glazer, o que coincidiu com a saída do técnico Alex Ferguson,, o time não conquistou mais títulos da Premier League.

O troféu mais relevante foi a Liga Europa de 2017. 

Naquele mesmo ano, a equipe também faturou a Copa da Liga Inglesa. 

Houve também um título da Copa da Inglaterra em 2016.

Eles vêm sendo alvos de protestos constantes de torcedores, que acusam os donos de não dar voz à torcida e falhar na política de contratações, com gastos altos e pouco retorno esportivo.

Reportagem: Globoesporte.globo.com

 

Adaptação: Eduardo Oliveira

 

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário