domingo, 30 de janeiro de 2022

Superação nas quadras

Bia Haddad Maia exalta poder de superação após feito inédito no Australian Open.

Antes de chegar à final do Grand Slam, tenista enfrentou suspensão por doping e uma cirurgia para retirar um tumor na mão esquerda.

O título do Australian Open não veio. 

Mas Bia Haddad Maia fez história e está feliz com o seu desempenho ao chegar à final de um Grand Slam. 

Principalmente por conta da difícil caminhada até chegar em Melbourne. 

Bia enfrentou uma suspensão de 10 meses por doping, mais três de afastamento causados pela pandemia do novo coronavírus e uma cirurgia para retirar um tumor da mão esquerda.

Segundo a brasileira, a parceria com o treinador Rafael Pacciaroni foi fundamental para passar nesse processo. 

Ela se emocionou bastante após a partida.

"Na premiação ali não consegui falar muito racionalmente. Para mim é muito claro as pessoas que estão comigo. No ano passado passei mais de nove meses sozinha, com meu treinador Rafael. E vocês não tem noção, a gente abre mão de tudo que vocês possam imaginar. No final acabei dedicando ali para ele, porque só quem está no dia a dia sabe. Para mim foi muito duro. Voltar de quatro cirurgias, doping, de um tumor no meu dedo. É muita coisa que passa na cabeça, muita gente criticando, muita cobrança e o Rafa estava lá comigo. É um cara muito especial, o tênis brasileiro precisa ter esse cara em bastante tempo", destacou em entrevista coletiva à imprensa brasileira após o jogo.

Bia se tornou a primeira brasileira finalista do Australian Open na Era Aberta, que começou em 1968. 

Além disso, obteve o melhor resultado para as mulheres do país desde a semifinal de 1965 de Maria Esther Bueno, que conquistou em 1960 o torneio de duplas e foi vice-campeã em 1965 no torneio individual. 

Ela falou sobre o feito.

"Me sinto uma mulher privilegiada de viver tudo isso, é um momento muito especial. Não é fácil ser uma promessa desde 14 anos. Chegaram a me chamar de Sharapova brasileira. A gente vive em um país de muita cobrança, mas não posso viver minha vida pensando nos outros. Fico feliz de quebrar tabus, contribuir para o tênis feminino, mas só estou curtindo muito o momento".

Ela pontuou ainda a pressão que vem sofrendo nos últimos tempos.

"Na verdade eu não tenho ideia do que faço, vivo meu dia a dia normalmente. A cobrança minha com meu time é a mesma independentemente da competição. Depois de tudo que já passei, eu simplesmente vivo minha vida normalmente. Não vejo instagram, quase não vejo notíciais sobre mim guardo a minha energia. Porque assim, hoje é um momento muito bom, todo mundo fala bem de mim. Daqui a três meses posso perder na primeira rodada e as pessoas podem falar mal de mim. E eu já aprendi muito com isso. Mantenho meu contato com minha família, com as pessoas com que eu gosto e tento lidar de uma forma muito racional".

Apesar de ter ido muito bem na competição em duplas, Bia Haddad Maia destaca que sua prioridade é jogar nas competições simples. 

Mesmo assim, ela elogiou a parceria com a cazaque Anna Danilina e pontuou que jogará novas competições com a parceira.

"Eu estou muito feliz com o que a gente fez nessas três semanas. Aprendi que não criar expectativa é muito importante. A gente viveu cada ponto, cada game. E isso aprendi muito isso com a Anna. A minha prioridade é jogar simples e vai continuar sendo. Mas quero ter mais oportunidades de jogar com a Anna.

Mesmo com a forte presença de brasileiros na arena, Bia e a cazaque Anna Danilina acabaram perdendo a final de duplas para as as atuais campeãs olímpicas e melhores do mundo, as tchecas Barbora Krejcikova e Katerina Siniakova, por 2 sets a 1, parciais de 6/7, 6/4 e 6/4, na Rod Laver Arena.

Reportagem: Globoesporte.globo.com

 

Adaptação: Eduardo Oliveira

 

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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