Crivella agradece a clubes e diz que, por telefone, Botafogo e Fluminense aceitaram volta.
Fluminense nega.
Prefeito Marcelo Crivella deu entrevista no Riocentro. (Foto: Globoesporte.globo.com) |
Após reunião com equipes cariocas e a FFERJ (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro), prefeito do Rio diz que atividades médicas e "fisioterapia com bola" estão liberadas.
Retorno dos jogos dependerá da curva de contágio.
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, se manifestou sobre o plano de retomada do futebol na cidade.
Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, ele agradeceu aos clubes que disputam o Campeonato Carioca e disse que treinos como rachão e coletivo devem estar liberados em junho, ou seja, daqui a uma semana.
Mais: afirmou que Botafogo e Fluminense, ausentes em reunião no domingo (24), aceitaram os termos do retorno por contatos telefônicos, a direção tricolor, porém, negou essa informação em nota oficial.
"O Fluminense vem a público esclarecer que não fez nenhum contato telefônico com a prefeitura e tampouco com o prefeito, seja para tratar da reunião em que se discutiu a volta do futebol ou para qualquer outro assunto", diz a mensagem do clube.
Já Carlos Augusto Montenegro, ex-presidente e membro do comitê gestor do futebol do Botafogo, afirmou que recebeu o contato da Prefeitura e concordou com retorno dos treinos a partir de 1 de junho e volta dos jogos em 28 de junho ou 4 de julho, dependendo da análise da curva da pandemia no município.
Crivella deixou em aberto a possibilidade de os jogos só voltarem em julho, como era o plano da Prefeitura.
Mas, com o desejo dos clubes de retomar as partidas sem público o quanto antes, ficou decidido na reunião de domingo (24) que será feita uma análise da curva de contágio em meados de junho.
A segunda quinzena do mês, dependendo dessa análise, pode ser liberada para os eventos.
O prefeito confirmou que os dirigentes tinham a intenção de retomar os treinos, proibidos por conta da pandemia do novo coronavírus - nesta segunda-feira baseado no protocolo "Jogo Seguro".
Porém, o prefeito afirmou que nesta semana só estão liberadas atividades médicas e de "fisioterapia com bola", conceito que pode ser utilizado pelos clubes para diferentes atividades no gramado.
As partidas, sem público, de acordo com a manifestação, vão depender de análise do risco de contaminação.
"Não vamos relaxar as medidas de afastamento social. Naquela reunião que tivemos no sábado com o conselho científico, foi quase consenso que devemos esperar mais um período para o retorno. O futebol esperava voltar hoje (segunda) os treinos, rachão. Pedimos para junho e foi aceito. Pode ser que alguém com o drone verifique o jogador correndo com a bola. É fisioterapia com bola, está autorizada. Pedimos também que os jogos voltassem em julho, sem torcida. Eles pediram para verificar a curva em meados de junho. Há expectativa de nossos especialistas que estejamos quase em zero", disse Crivella.
A manifestação do prefeito ocorreu um dia após a reunião realizada entre a administração municipal, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FFERJ) e clubes que disputam o Campeonato Carioca.
No domingo (24), todos encaminharam a decisão justamente em um momento de aumento do número de casos e mortes pela Covid-19.
No sábado (23), houve o recorde de 248 óbitos registrados no Rio.
Desde o início da pandemia, o estado soma 37.912 casos e 3.993 mortes provocadas pelo vírus.
Os dirigentes presentes ao encontro, Fluminense Botafogo não enviaram representantes, informaram que os treinos devem ser liberados a partir de terça-feira (26), e os jogos sem público, a partir de 14 de junho.
Posteriormente, em nota, a prefeitura informou que os clubes não poderão fazer "treino coletivo e rachão" até o início de junho, como Crivella confirmou nesta segunda-feira (25).
As outras atividades estão liberadas a partir de terça-feira (26).
"Está havendo muitas lesões, muitos jogadores estão apresentando lesões, é o caso da Alemanha. Estamos precisando ganhar prazo, ganhar tempo, as coisas estão baixando, conseguimos ver no horizonte nosso retorno, mas não é agora. Gostaria de agradecer a todos que aceitaram, Botafogo, Flamengo, Vasco, Fluminense. Vasco e Flamengo presentes, Botafogo e Fluminense por contatos telefônicos", afirmou Crivella, para completar logo depois:
"Dependendo das coisas, marcamos, então, as datas para os últimos jogos do nosso campeonato, que ficou por terminar. Agradecer muito ao conselho científico, muito tempo reunidos, como aos clubes que estiveram aqui na reunião".
A mudança no panorama do Carioca começou com os testes dos clubes pequenos, realizados nos últimos dias, e passou por viagens a Brasília tanto do prefeito Marcelo Crivella quanto dos presidentes do Flamengo, Rodolfo Landim, e do Vasco, Alexandre Campello.
Eles se reuniram com o presidente da República, Jair Bolsonaro, que defende a volta dos jogos.
Na reunião de domingo (24), a pressão pela liberação imediata, liderada por Flamengo e Vasco, com apoio da FFERJ e dos clubes pequenos, fez efeito, e o prefeito cedeu.
O Flamengo, por exemplo, já voltou a treinar no gramado do Ninho do Urubu na última terça-feira (19), mesmo sem autorização.
Para esta semana, o clube anunciou que os treinos estão mantidos, incluindo o desta segunda.
"Quero parabenizar os clubes, trouxeram um protocolo de proteção e combate à contaminação espetacular, foi aplaudido por todos. Testar todos os atletas, funcionários, parentes, as pessoas do seu convívio, manter o tratamento deles, o tempo todo. As questões de acesso ao banheiro, dormitório, treinamento, um cuidado espetacular. Quero aplaudir de pé o doutor (Márcio) Tannure (do Flamengo), a todos os clubes, porque realmente cuidaram dos seus atletas. Se todo setor puder fazer a mesma coisa, vamos ter uma tranquilidade enorme para retomar as atividades", encerrou o prefeito.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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