segunda-feira, 25 de maio de 2020

Brasileiros que moram fora já voltaram aos treinos

Principais clubes esportivos do país seguem fechados. 

Brasileiros que moram fora já voltaram aos treinos.
Isaquias Queiroz liderou bateria da semifinal da C1 1000m. (Foto: Divulgação)
Enquanto a maioria dos locais de treino do Brasil segue fechada, atletas do país que vivem no exterior começam, aos poucos, voltar à rotina.

Já se vão praticamente dois meses que os principais clubes esportivos do Brasil estão fechados, fazendo com que os atletas olímpicos, no último ano de preparação para as Olimpíadas de Tóquio, não tenham onde treinar por conta da pandemia do novo coronavírus.

O Centro de Treinamento do Maria Lenk, no Rio de Janeiro, o Esporte Clube Pinheiros (São Paulo), o Sesi-SP e o Minas Tênis Clube-MG seguem sem funcionamento nesta quarentena por conta dos decretos municipais e estaduais que proíbem suas aberturas. 

A única exceção, entre os principais locais, é o Sogipa, de Porto Alegre, que, nesta semana, começou a abrir, já que a prefeitura gaúcha flexibilizou algumas normas.

Já os atletas brasileiros espalhados pelo mundo, estão voltando aos treinos, já que muitos países estão, aos poucos, reabrindo os locais. 

Sempre, claro, seguindo os protocolos de higiene e distanciamento. São os casos de Ygor Coelho, do badminton, que está na Dinamarca, do nadador Bruno Fratus e do ginete Rodrigo Pessoa, que vivem na Flórida (Estados Unidos), e Hugo Calderano, do tênis de mesa, que treina na Alemanha, entre outros (veja mais abaixo).

O Comitê Olímpico do Brasil (COB), que comanda o Centro de Treinamento do Maria Lenk e o de ginástica, ambos no Rio de Janeiro, declarou que vai apresentar um protocolo de retorno, que está sendo elaborado, para os órgãos que estão à frente da saúde pública. 

A volta só acontecerá com a liberação por parte das autoridades municipais e estaduais, que seguem, no momento, com o decreto que obriga esses locais a permanecerem fechados. 

Antes de pandemia, quase 200 atletas usavam diariamente o local, como. por exemplo, a campeã mundial Ana Marcela Cunha e a seleção feminina de ginástica.

Maiores potências clubísticas do país, o Pinheiros-SP e o Minas Tênis-MG seguem fechados e aguardam a liberação das autoridades para voltarem à ativa. 

Na capital paulista, a quarentena, a princípio, vai até dia 31 de maio, com uma possibilidade de ser estendida. 

No Minas Tênis Clube, onde mais de cem atletas de alto rendimento treinam, o decreto também vale até a mesma data. Por isso, os dois locais seguem fechados.

O taekwondo brasileiro, que conquistou cinco medalhas no Campeonato Mundial do ano passado e é uma das apostas do esporte olímpico nacional para conquistar medalhas em Tóquio, "quarentenou" a seleção. 

Os dois atletas da Two Brothers (São Caetano), Milena Titoneli e Ícaro Miguel, estão juntos em uma chácara em São Roque-SP, com técnico e preparador físico, treinando e tomando todos os cuidados com relação ao distanciamento e higiene. 

O mesmo faz o outro atleta classificado para as Olimpíadas de Tóquio, Edival Netinho, mas em outro local do interior de São Paulo.

Isaquias Queiroz, três vezes medalhista olímpico da canoagem, e seu parceiro e também medalhista olímpico Erlon Souza estão conseguindo treinar, mas com restrições, entre elas, corridas externas e o uso da academia, nas águas de Lagoa Santa, Minas Gerais, onde a seleção nacional tem sua base. 

Com todos os cuidados de higiene e distanciamento social, Isaquias, que mora a poucos metros do local, tem conseguido manter a preparação para os Jogos de Tóquio. 

Não há um decreto na cidade que proíba a prática de esporte no local.

Outros tentaram mudar sua rotina para conseguiu treinar de alguma forma. Pedro Henrique Gonçalves e Ana Satila, da canoagem slalom, costumavam treinar em Deodoro, no canal onde foram realizadas as Olimpíadas do Rio. 

Porém, com o local fechado durante a pandemia, a dupla saiu da cidade. 

Ana Satila tenta manter o treinamento na água em Foz do Iguaçu, enquanto Pepê está em Piraju, no interior de São Paulo. 

Os dois treinam sozinhos, respeitando os cuidados com o distanciamento e a higiene, sem desrespeitar nenhum decreto.

Quem treina do exterior: Alguns dos principais atletas brasileiros moram e treinam em outros países. 

Estes sim, aos poucos e com todos os cuidados necessários, já estão voltando a treinar.

O nadador Bruno Fratus, duas vezes vice-campeão mundial dos 50 metros livre, e maior aposta da modalidade para ir ao pódio em Tóquio 2021, mora na Flórida nos Estados Unidos. 

Após quase dois meses sem entrar na piscina, o velocista comemorou, nesta semana, a volta à água. 

A piscina pública em que treina, foi liberada, desde que usada com uma série de protocolos e com o uso de apenas uma hora diária.

Quem também está na Flórida, nos Estados Unidos, é o campeão olímpico de hipismo em Atenas 2004, Rodrigo Pessoa. 

Ele, que vai tentar a participação em sua sétima edição olímpica, está com seus principais cavalos no local, e já está de volta aos treinos.

O estado da Flórida já começou uma flexibilização na quarentena, principalmente nas cidades mais ao norte, tomando todos os cuidados de higiene.

Maior atleta da história olímpica do Brasil, Robert Scheidt, dono de cinco medalhas e perto de disputar sua sétima Olimpíada, mora e treina na Itália. 

O país, que foi o epicentro da pandemia no mês de março, está se reabrindo aos poucos. 

O velejador já está podendo treinar, desde que tome todos os cuidados com o distanciamento e a higiene.

Ainda na Itália, o campeão olímpico de salto com vara Thiago Braz também foi liberado para os treinos nesta semana. 

Morando em Formia, o atleta estava improvisando os treinos no quintal de casa, enquanto seguia as orientações de restrição da quarentena por causa da pandemia de Covid-19 no país.

Na Alemanha, Hugo Calderano, número 6 do ranking mundial de tênis de mesa e já classificado para as Olimpíadas, voltou aos treinos na semana passada. 

Ainda não há uma competição internacional marcada no calendário, mas ele sabe que esse retorno pode fazer uma diferença grande em todo o processo de treinos até Tóquio. 

Algumas regras ainda precisam ser seguidas, como o máximo de cinco pessoas ao mesmo tempo no ginásio e todos os cuidados com a higiene.

Principal jogador de badminton da história do Brasil, Ygor Coelho, campeão dos Jogos Pan-Americanos de 2019 e já praticamente classificado para as Olimpíadas, mora e treina na Dinamarca. 

O governo do país liberou, nesta semana, a volta aos treinos dos atletas de alto rendimento.

Já tem até competição marcada: dia 20 de junho, as partidas finais da Liga nacional.

Na França, Nathalie Moelhoussen, campeã mundial da esgrima, passou quase dois meses sem poder sair de casa em Paris, e agora já pode fazer exercícios ao ar livre. 

Seu clube, porém, ainda não foi liberado para retornar às atividades.

Reportagem: Globoesporte.globo.com

Adaptação: Eduardo Oliveira

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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