Após reunião tensa, governo de Goiás diz que COE irá avaliar liberação para volta aos treinos.
Atlético-GO volta a treinar antes de liberação do governo estadual. (Foto: Rádio Sagres) |
Videoconferência é marcada por bate boca entre os presidentes de Goiás e Atlético-GO, que retomou as atividades sem autorização.
Tema voltará a ser debatido nesta quarta-feira (27).
A reunião entre governo de Goiás, clubes, Federação Goiana de Futebol (FGF), Ministério Público (MP-GO), autoridades de saúde e outros agentes envolvidos na discussão do retorno dos treinos no Estado, realizada por videoconferência na tarde desta terça-feira, teve clima tenso, bate boca entre os presidentes de Atlético-GO e Goiás e terminou sem um veredito.
Diante da falta de consenso, o governador Ronaldo Caiado (DEM) deixou a decisão nas mãos do Centro de Operações de Emergências (COE).
O grupo, composto por uma equipe multiprofissional, irá se reunir nesta quarta-feira para debater o tema e definir um parecer.
Na reunião, Atlético-GO e Vila Nova defenderam a volta imediata aos treinos.
Goiás, Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de Goiás (Sinapego) e FGF fizeram ponderações e se mostraram cautelosos.
Eles só pretendem retornar com autorização formal das autoridades.
O Goiânia, que além do Campeonato Goiano tem a Série D no calendário, disse não ter intenção de treinar até que exista previsão de jogos.
Em sua fala, o secretário de saúde, Ismail Alexandrino, criticou o Dragão por já ter feito, sem liberação do governo, atividades até com bola.
Bate boca: Divergentes em suas posições, Adson Batista, presidente do Atlético-GO, e Marcelo Almeida, presidente do Goiás, tiveram discussão áspera.
Após a reunião, o dirigente esmeraldino falou ao Globo Esporte:
"Ficou de ser decidido apenas amanhã após a reunião do COE. Essa responsabilidade ficou com eles. O que o COE decidir é o que vai ser implementado. A opinião do Goiás é de que estamos prontos para o retorno, temos um protocolo muito rígido, porém, só iremos retornar quando existir uma autorização formal das autoridades sanitárias. Se elas entenderem que o retorno está liberado, o Goiás está pronto para retornar. Caso contrário, o Goiás não irá retornar".
Em coletiva de imprensa por videoconferência depois da reunião, Adson Batista reiterou que confia na segurança do protocolo desenvolvido pelo Atlético-GO, mas disse que vai suspender as atividades que vinham acontecendo no centro de treinamento do clube.
"Eu quero resgatar o futebol e resgatar o Atlético-GO. Os jogadores estão em perfeita condição de saúde e estão comigo, eles acreditam no que eu penso. Estamos respaldados por um protocolo. Não vou passar por cima de nenhuma autoridade, mas estou colocando minha opinião e vou defendê-la até o fim. A pedido do governador (Ronaldo Caiado), vamos evitar o treinamento no campo, já que não temos autorização".
Na reunião com o COE, um médico do Atlético-GO irá falar em nome do clube e do Vila, favoráveis ao retorno.
Vinícius Cirqueira, deputado estadual e vice-presidente do Tigre, criticou a postura do Goiás.
"Foi uma reunião muito tensa, clima ruim. O presidente do Goiás falou como médico. Quando eu vou a uma reunião dar opinião, vou como dirigente, não como deputado. Quem não quiser treinar, basta ficar em casa. Amanhã haverá essa reunião com o pessoal que emite as notas técnicas. Vamos aguardar a decisão deles após verem nossos protocolos".
Ministério Público: O procurador-geral Aylton Vechi considerou precipitado o retorno dos treinos.
Ele lembrou que o MP-GO já recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão que permite a abertura de academias.
"O MP é pautado no que a ciência nos revela. Sei que os atletas precisam treinar. Mas, na área jurídica, todos os tribunais, especialmente o STF, têm como base, primeiro, a comunidade cientifica e qual a estrutura existente para atender os pacientes", ressaltou.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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