De reserva a santo: veja como foi o processo de canonização do ídolo Marcos no Palmeiras de 1999.
São Marcos brilhou no título do Palmeiras da Taça Libertadores da América de 1999. (Foto: Globoesporte.globo.com) |
Marcos foi inscrito pelo Palmeiras na Taça Libertadores da América de 1999 com a camisa 12, quando o número ainda era uma indicação para goleiro reserva.
Mas foi naquela competição que tudo mudou para o jogador, para a simbologia da numeração e para o clube durante a vitoriosa campanha, consagrada com uma emocionante vitória nos pênaltis sobre o colombiano Deportivo Cali na final.
A Globo reprisa Palmeiras-SP (Brasil) X Deportivo Cali (Colômbia) neste domingo (31), às 16 horas (horário de Brasília), para os estados de SP, MT, MS, SE, SC e PA.
O GloboEsporte.com também mostra a partida, com sinal liberado para todo o Brasil.
Velloso era o titular do Verdão à época.
Disputou quatro jogos da fase de grupos antes de se machucar e abrir espaço para Marcos se tornar "santo".
O camisa 12 venceu a disputa com Sérgio e foi escolhido por Felipão para ser o goleiro no restante do torneio.
Deu certo!
A estreia foi com derrota para o Corinthians, ainda na fase de grupos, mas o rival alvinegro está longe de trazer más recordações ao atleta na Taça Libertadores da América.
Muito pelo contrário.
Depois de eliminar o Vasco nas oitavas de final, o Verdão enfrentou novamente o Corinthians, agora valendo uma vaga na semifinal.
Com atuação perfeita na vitória palmeirense por 2 a 0 no jogo de ida, o goleiro começou a ser chamado de São Marcos.
"Era um apelido que me incomodava muito no começo. Até porque muitos torcedores começaram a achar que eu tinha de resolver em todos os jogos. Já fui cobrado até por ter tomado um gol de pênalti. Isso jogava uma carga nas minhas costas muito grande – falou Marcos, em 2014.
– O Carlos Pracidelli (preparador de goleiros) falava muito para eu esquecer tudo e fazer meu jogo porque eu queria entrar em campo fazendo tudo, ser zagueiro, jogar na sobra... Tudo por causa da responsabilidade que o pessoal colocou em mim", completou o ex-goleiro.
No jogo de volta, a derrota por 2 a 0 levou a decisão da vaga para os pênaltis.
E Marcos brilhou ao defender a cobrança de Vampeta e ainda ver Dinei acertar o travessão.
Verdão classificado!
Na semifinal, o Palmeiras voltou da Argentina com uma derrota por 1 a 0 para o River Plate, no primeiro jogo.
O resultado teve mais uma vez participação direta de Marcos, responsável por ótimas defesas.
"Eu fui muito bem contra o River lá na Argentina, contra o Corinthians por ter classificado nos pênaltis, mas o mais especial foi a final. Tive bastante trabalho no primeiro jogo contra o Deportivo Cali. Mas na hora em que o pênalti do Zapata foi para fora, se não tivesse fosso eu ia mergulhar no meio da torcida", contou Marcos.
As finais contra o Deportivo Cali foram marcadas por emoção e boas defesas de Marcos, principalmente no jogo disputado na Colômbia.
No segundo jogo, no antigo estádio Palestra Italia, ele foi decisivo ao evitar que Bonilla abrisse o placar no primeiro tempo.
Nas cobranças de pênaltis, o ídolo palmeirense contou com a sorte e não precisou fazer nenhuma defesa para o Palmeiras confirmar o título: Bedoya acertou a trave, e Zapata chutou para fora.
Eleito o melhor da Libertadores de 1999, Marcos sempre dividiu os méritos com os companheiros
"O time era muito bom. O goleiro é muito dependente da equipe. Se você estiver jogando em um time ruim, não vai ganhar mesmo. Numa equipe boa a condição é grande, e o nosso time da Libertadores me deu essa condição. Eu entrei e não era uma estrela, era coadjuvante. Só fiz a minha parte e só ganhamos porque o time era forte", recordou.
Em 2019, em comemoração aos 20 anos da conquista da Taça Libertadores da América de 1999, o Palmeiras organizou uma homenagem aos campeões.
A camisa utilizada por Marcos, e eternizada na comemoração do título, teve um modelo semelhante relançado pela Puma no ano passado.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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