domingo, 31 de maio de 2020

Goleadas e protestos na Alemanha

Gladbach goleia o Union Berlin com dois gols de Thuram, que protesta ajoelhado.

Borussia vence em casa e volta à zona de classificação para a Liga dos Campeões da Europa, com jovem atacante francês brilhando em campo e se manifestando contra violência policial contra os negros, após morte de George Floyd nos Estados Unidos.
Marcus Thuram ajoelhado após seu primeiro gol na partida (Foto: Getty Images)
Enquanto a disputa pelo título parece encaminhada para o Bayern de Munique, a luta por uma vaga na próxima Liga dos Campeões da Europa segue firme no Campeonato Alemão. 

O Borussia Mönchengladbach goleou o Union Berlin por 4 a 1 neste domingo (31), em casa, e voltou à zona de classificação para o torneio. 

O atacante Marcus Thuram brilhou ao marcar dois gols e chamou a atenção ao se ajoelhar no campo em um protesto contra a violência policial aos negros. 

Plea e Neuhaus também fizeram para os anfitriões, e Andersson marcou para os visitantes.

A vitória faz com que o Borussia Mönchengladbach volte à zona de classificação para a próxima Champions, subindo para a terceira colocação. 

O time alvinegro agora tem 56 pontos, ultrapassando o Bayer Leverkusen, que tem a mesma pontuação, mas fica atrás no saldo de gols. 

O Red Bull Leipzig tem 55 pontos e pode tomar a terceira colocação na segunda-feira (1º), quando visita o Colônia. 

O Union Berlin fica em décimo quarto, com 31 pontos, seguindo apenas quatro pontos acima da zona de rebaixamento.

O grande protagonista do dia foi Marcus Thuram, um dos jovens que vêm se destacando mais no futebol alemão. 

O filho do ex-jogador Lilian Thuram marcou dois gols, teve boa atuação e ainda aproveitou para se posicionar diante da violência policial contra a população negra, dias depois do assassinato de George Floyd, que gerou uma série de protestos em Mineápolis, nos Estados Unidos, e trouxe o debate sobre o tema novamente à tona.

O atacante de 22 anos comemorou seu primeiro gol ajoelhando-se no gramado. 

O ato se tornou simbólico em 2017, quando o jogador da NFL (National Football League ) Colin Kaepernick o realizou durante a execução do hino nacional dos Estados Unidos, em forma de protesto à violência contra os negros no início do mandato do presidente Donald Trump, e foi copiado por outros atletas na sequência. 

O pai de Marcus, Lilian Thuram, também engajado politicamente, repetiu o ato naquela época, apoiando a postura dos profissionais da NFL, liga de futebol americano dos Estados Unidos.

A reta final do jogo deste domingo também trouxe uma cena emocionante envolvendo o zagueiro Mamadou Doucouré. 

Contratado há quatro anos pelo Borussia Mönchengladbach, após se destacar na base do Paris Saint-Germain, o defensor de 22 anos enfim conseguiu fazer sua estreia profissional pela equipe alemã. 

O francês sofreu com uma série de lesões desde 2016 e enfim teve a oportunidade de entrar em campo, e foi aplaudido de pé pelo banco de reservas, além de ser abraçado por Thuram, que, no fim do jogo, alçou sua camisa com a bandeirinha de escanteio.

Sancho faz três, aumenta coro por justiça para George Floyd, e Dortmund atropela lanterna.

Na ausência de Haaland, atacante inglês assume papel de protagonismo com hat-trick no segundo tempo e mantém Borussia a 7 pontos do Bayern. Marroquino Hakimi também marca e protesta.

O inglês Jadon Sancho foi o dono da tarde deste domingo em Paderborn, com três gols no atropelamento do Borussia Dortmund por 6 a 1, pela vigésima nona rodada do Campeonato Alemão.

Na comemoração de seu primeiro gol, ainda exibiu a mensagem “Justiça para George Floyd”, aumentando o coro de protesto contra a violência policial aos negros.

Hazard, Hakimi e Schmelzer completaram para os visitantes, ainda crentes numa caça ao líder Bayern, enquanto Hünemeier, de pênalti, chegou a iludir quem imaginava um equilíbrio no jogo entre vice-líder e lanterna.

Essa é a diferença do Borussia Dortmund para o Bayern a cinco rodadas do fim (67 a 60).

Com 15 pontos em disputa, é plausível acreditar que o Dortmund só terá chances de levantar o caneco se vencer todos os jogos restantes (Hertha Berlin, Fortuna Düsseldorf, Mainz, Red Bull Leipzig e Hoffenheim), além, é claro, de contar com ao menos duas derrotas e um empate do Bayern, que pega Bayer Leverkusen, Borussia Mönchengladbach, Werder Bremen, Freiburg e Wolfsburg).

Por incrível que pareça, o primeiro tempo terminou 0 a 0, com o Borussia Dortmund criando as melhores chances, mas sem pressionar da maneira que um encontro entre vice-líder e lanterna sugeria.

Na etapa final, sim, as chances logo se transformaram em gols.

Hazard e Sancho logo abriram 2 a 0, Hünemeier empatou em pênalti bobo de Can, mas então Sancho, Hakimi, Schmelzer e novamente Sancho fecharam a conta, até com alguma naturalidade.

Na ausência de Haaland, lesionado, Sancho assumiu o papel de protagonismo e foi o cara do jogo.

Aos 20 anos, a antiga promessa inglesa (já é realidade) tornou-se o mais jovem a atingir 30 gols na Bundesliga.

Nesta temporada, os números gerais impressionam até mesmo os mais exigentes: são 17 gols (só está atrás de Werner e Lewandowski) e 16 assistências (duas a menos que Thomas Müller).

Sancho e também o lateral-direito marroquino Hakimi se posicionaram diante da violência policial contra a população negra, dias depois do assassinato de George Floyd, que gerou uma série de protestos em Mineápolis, nos Estados Unidos, e trouxe o debate sobre o tema novamente à tona.

Os dois exibiram a mensagem "Justiça para George Floyd" nas camisetas internas, mas só o inglês levou o cartão amarelo por tirar totalmente a sua primeira camisa.

Reportagem: Globoesporte.globo.com

Adaptação: Eduardo Oliveira

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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