Corinthians decide demitir funcionários e dispensar atletas por conta da crise.
Andrés Sanchez dizia que tentaria preservar empregos no Corinthians. (Foto: Antonio Cícero/ Photopress/Estadão Conteúdo) |
O Corinthians fará uma série de demissões em seu quadro de funcionários a partir dos próximos dias.
A medida vinha sendo analisada nas últimas semanas e foi confirmada na terça-feira, em reunião da diretoria no Parque São Jorge.
Até então, o presidente Andrés Sanchez e o diretor financeiro Matias Romano Ávila afirmavam que o clube preservaria empregos.
Porém, o entendimento agora é de que a crise econômica provocada pela pandemia da COVID-19 tornou a situação insustentável.
O Timão sofreu uma queda drástica nas receitas e chegou a parcelar o pagamento de salários e férias de alguns colaboradores neste mês.
O clube espera um socorro financeiro de R$ 120 milhões nos próximos dias, referente a antecipação do valor da venda de Pedrinho ao Benfica, que será feito por um banco estrangeiro.
Diretores de todos os departamentos comprometeram-se a fazer cortes.
O futebol profissional deve ser um dos menos atingidos, já que os jogadores possuem contratos com altas multas rescisórias, existe a expectativa de volta às atividades em breve e a modalidade é o carro-chefe do clube.
Por outro lado, as categorias de base serão bastante afetadas.
Ainda não há uma definição por parte da Federação Paulista de Futebol, mas a expectativa é de que os atletas mais jovens nem sequer tenham competições a disputar em 2020.
Assim, o Corinthians planeja enxugar as comissões técnicas e até mesmo os elencos.
Categorias pares e ímpares, como sub-14 e sub-15, podem ser unificadas.
O sub-20 tende a ser o menos impactado.
Jogadores que não possuem contrato profissional e já não agradavam tanto serão dispensados.
Além disso, é incerta a continuidade da categoria sub-23.
As peneiras de jovens jogadores também devem ser extintas, ocasionando demissões de funcionários que atuam no campo e nas áreas administrativas.
Paralelamente, o Corinthians tenta manter suas principais promessas.
Na última terça-feira (26), por exemplo, o clube deu um aumento salarial e elevou a multa rescisória de Gabriel Pereira, meia que se destacou na Copa São Paulo deste ano.
Os cortes também irão se estender a outras modalidades.
O Corinthians já encerrou a equipe masculina de basquete e avalia demissões nos departamentos de esportes terrestres e esportes aquáticos.
No momento, os diretores mapeiam funcionários que possuem estabilidade nos cargos por diferentes motivos, como proximidade com a aposentadoria ou participação na CIPA (Comissão Interna de Prevenção a Acidentes).
Também é avaliado o volume de indenizações a serem pagas.
Há um mês, o Corinthians reduziu em 50% e 70% o salário dos empregados (com exceção dos jogadores de futebol, que tiveram corte de 25%).
A decisão foi baseada na Medida Provisória 936, editada em abril e que faz parte das iniciativas para enfrentar a crise provocada pela pandemia de coronavírus.
A MP prevê que o emprego do trabalhador que tiver a jornada reduzida deve ser mantido por um período igual ao da redução.
Porém, o empregador pode optar pela demissão desde que pague uma multa.
Assim, o Timão tenta correr para definir os cortes antes que se inicie um novo mês e o prazo de estabilidade se torne ainda maior.
Procurado pela reportagem, o presidente Andrés Sanchez não quis se manifestar.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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