Relíquia do "milagre" de Victor no Atlético-MG foi parar nas mãos de jogador argentino no México.
Victor defende pênalti contra o Tijuana. (Foto: Reuters) |
Defesa de pênalti contra o Tijuana, na Taça Libertadores da América de 2013, completa sete anos neste sábado (30).
Ex-atacante do time adversário trocou de camisa com o goleiro após o jogo.
O inacreditável acabava de acontecer.
Torcedores já tinham ido embora, outros fechavam os olhos e a ficha demorou a cair.
Talvez, até para o próprio "santo" que operou o "milagre" e não teve, naquela hora, a real dimensão do seu feito.
A defesa com a perna esquerda no pênalti de Riascos, aos 48 minutos do segundo tempo, entrou para a história.
Virou lance sagrado, que chega ao seu sétimo aniversário neste sábado, 30 de maio.
Assim como outras relíquias.
Uma delas acabou viajando para o México, e o GloboEsporte.com resgata a história do tesouro.
Afinal, onde foi parar a camisa que Victor usou na defesa do pênalti contra o Tijuana, nas quartas de final da Taça Libertadores da América de 2013?
O manto é peça valiosa e seria, facilmente, objeto de destaque no futuro museu que o Galo pretende construir no estádio próprio.
Para isso, entretanto, depende de um personagem daquele jogo abrir mão da camisa.
O atacante aposentado Alfredo "Chango" Moreno foi o sortudo que ficou com a camisa cinza, número um.
E, acredite se quiser, foi Victor que sugeriu trocar de camisa com o então número 9 do Tijuana.
Após o apito final do empate no Independência, há sete anos, o Galo estava classificado para a semifinal da Taça Libertadores da América.
Victor foi abraçado e erguido como herói.
Depois de ser cumprimentado por um dos filhos de Alexandre Kalil na comemoração, viu pela frente o atacante argentino, radicado no México.
O goleiro fez o gesto de "cambiar" as camisetas.
Após mais comemoração e abraço nos companheiros, e de Moreno sinalizar que trocaria a camisa no vestiário, o atacante saiu de campo com o manto nas mãos.
E o guarda até hoje, em Celaya, na América do Norte.
Moreno se aposentou do futebol em 2018.
Passou a fixar residência na cidade do clube homônimo.
A camisa de Victor faz parte de uma coleção com outras peças da carreira, iniciada no Boca Juniors.
O GloboEsporte.com localizou Moreno em Celaya em 2019.
Ele respondeu a algumas perguntas e enviou uma foto com a camisa.
Revelou que pensou até em leiloar a camisa junto com outros pertences, mas a ideia não se concretizou.
Globoesporte: Como foi a troca de camisas com o Victor?
Moreno: Eu não pedi a camisa, eu estava indo para o vestiário e ele estava comemorando quando, de repente, ele estava na minha frente e pediu a troca e, claro, eu a aceitei!
Eu realmente não pensei que seria uma camisa histórica e que bom que eu a tenho!
Sabia que os torcedores do Atlético tratam o Victor como “santo” após aquele defesa?
"Não sabia o que os fãs o chamavam de "santo" e é muito bom, porque ele defendeu um pênalti no último minuto em uma partida decisiva".
Globoesporte: É verdade que pensou em leiloar a camisa juntamente com outras peças?
Este é um assunto que não defini.
Victor queria a camisa do Tijuana: O GloboEsporte.com também conversou com Victor.
As lembranças daquela noite não saem da memória.
O goleiro reconta como foram aqueles minutos após o apito final e revela: queria de qualquer jeito uma camisa do Tijuana.
"Já se passaram sete anos daquela defesa, que aconteceu no dia 30 de maio de 2013, mas lembro desse dia ainda com muita clareza, com muita alegria. Tudo muito latente na minha memória, inclusive essa imagem da troca de camisa. Quando passou aquela emoção do final do jogo, da comemoração da defesa do pênalti, uma das primeiras coisas que me veio à cabeça foi conseguir uma camisa, porque aquilo era importante demais pra mim, aquela defesa representava demais pra mim. Ganhou uma dimensão ainda maior. Jamais imaginaria que ganharia tanta dimensão como ganhou, ainda mais depois da conquista da Taça Libertadores da América.
O objeto de desejo era a camisa de Riascos.
Não foi possível.
Victor então parou o primeiro adversário com a camisa vermelha que apareceu pela frente.
Quis o destino que o manto histórico do Galo fosse parar nas mãos de Alfredo "Chango" Moreno.
"Foi a primeira pessoa que eu encontrei após o término da partida. Pedi pra trocar a camisa, porque eu queria guardar uma camisa do Tijuana como recordação. Não consegui trocar com o Riascos. Guardo até hoje com muito carinho essa camisa. Claro que talvez eu gostaria de ter a camisa que fiz a defesa, mas ter aquela camisa do Tijuana para mim foi muito importante".
Além da camisa do Tijuana, Victor tem guardada outra relíquia: a bola que ele isolou com o pé esquerdo.
"Importante também que eu consegui ganhar a bola que eu fiz a defesa. Eu guardo até hoje, essa bola está comigo. Então, além da camisa, tem a bola, que é guardada como um troféu. Para mim, é algo que não tem preço. Momento especial da minha vida, da minha carreira, acho que da história do Atlético também, que hoje completa sete anos".
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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