Com futebol parado, clubes pequenos do Brasil se unem em busca de ajuda.
José Guilherme, presidente do Salgueiro. (Foto: Globoesporte.globo.com) |
Em um grupo de mensagens, 170 dirigentes de equipes que disputam os estaduais do país pretendem elaborar uma carta para a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) pedindo ajuda financeira para os clubes menores.
Clubes pequenos do futebol brasileiro se uniram em busca de solução para a crise gerada com a paralisação do futebol no país, em virtude das medidas de prevenção ao novo coronavírus.
Através de um grupo de mensagens, presidentes de equipes que participam de todos os campeonatos estaduais estão debatendo formas de garantir a sobrevivência financeiras das agremiações durante esse período sem jogos.
O grupo foi criado pelos presidentes do Salgueiro, José Guilherme da Luz, e Barbalha, Lúcio Barão.
A intenção, segundo o dirigente do clube pernambucano, é fazer com que os clubes pequenos sejam escutados.
"Criamos isso, eu e Lúcio Barão, do Barbalha, dois clubes pequenos, do interior de Pernambuco e Ceará. Conversando a gente sente o drama que estamos sofrendo. Isso não é só o Salgueiro, são 250 clubes no Brasil sofrendo. Os clubes grandes, como têm prestígio, potencial, se reúnem direto com a CBF, as federações e alguém escuta. Mas, os times lá do interior do Acre, do Ceará, de Pernambuco, quem vai escutar? Ninguém", destaca José Guilherme.
Segundo o presidente do Salgueiro, nesta terça-feira (31), o grupo contava com 170 presidentes de clubes de todo o Brasil.
"Hoje temos 170 presidentes de todo o Brasil, do Sul ao Norte, todo mundo preocupado. O debate dentro do grupo é um só: o que será de nós? Tem gente preocupado com o fim da epidemia, nós estamos preocupados com o durante. Tem mais de 10 mil funcionários dependendo da gente, e quem vai nos escutar? Como vamos resolver essa parada?"
“É um movimento de clubes do Brasil todo. É aquela coisa: um clube incomoda, dois incomodam, três incomodam. 170 incomodam muito mais. Alguém vai ter que escutar a gente”.
José Guilherme disse que os membros do grupo estão elaborando uma carta, que será encaminhada a CBF. No documento, eles vão pedir que a entidade máxima do futebol brasileiro ajude financeiramente os clubes menores.
"A apreensão imediata é dinheiro. Estamos há quase um mês parados. Vamos pagar março como? O mês de abril, é férias, o mês está morto também. Se essa pandemia demorar mais uns dias, vamos dizer lá para maio, são três meses. Vamos viver de quê?"
"Estamos pedindo uma ajuda imediata da CBF, três parcelas de R$ 75 mil [para cada clube], com a teoria que vamos ficar março, abril e maio parados. Quando voltar em maio, só duas parcelas que é para a gente conseguir sobreviver e terminar os estaduais, como a CBF e as federações estão dizendo que vai ter data".
O dirigente pernambucano lembra que o futebol é uma atividade econômica que envolve milhares de pessoas.
"O futebol é uma atividade econômica muito importante no Brasil. Se olhar direito, fizer uma pesquisa, são aproximadamente 250 times parados só pelos estaduais. Botando 40 funcionários por clube, tem 10 mil pessoas paradas, sem saber o futuro. Fora os indiretos, como radialista, TV, ambulantes, hotéis. Tem que se haver uma conscientização, debater isso aí, porque tem que vir alguma coisa, de algum lugar, para ajudar essa atividade econômica que também está parada" diz o presidente do Salgueiro, José Guilherme da Luz.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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