Confira os prós e contras de cada situação.
Comitês Olímpico e Organizador, juntamente com o Governo japonês, precisam definir o mais rápido possível a nova data.
Birhanu Legese vence a maratona de Tóquio. (Foto: Globoesporte.globo.com) |
Há prós e contras para qualquer uma das escolhas.
A grande dúvida das últimas semanas foi solucionada há quatro dias, quando o Comitê Olímpico Internacional, juntamente com o Comitê Organizador dos Jogos e o Governo japonês decidiram por adiar as Olimpíadas para 2021.
Esse foi o primeiro passo, mas as entidades ainda não divulgaram a data oficial da competição: parte da imprensa japonesa divulgou, na sexta-feira, que os Jogos podem começar na primavera, entre abril e junho, enquanto presidente do Comitê falou que provavelmente o evento será em julho.
A decisão oficial sobre a data das Olimpíadas sairá nas próximas semanas e com certeza não agradará a todos.
O COI terá, mais uma vez, que colocar na balança os prós e contras de cada opção e escolher a quem prejudicar.
PRÓS DOS JOGOS NA PRIMAVERA (Início em abril ou maio)
Temperatura: Enquanto o mês de julho é marcado por um calor enorme em Tóquio, chegando nos 35ºC, a primavera japonesa não costumar superar os 25ºC, sendo muito mais propícia para os atletas da maioria das modalidades.
De quebra, Tóquio ainda conseguiria trazer de volta a maratona e a marcha atlética, que tinham passado para Sapporo, a 850 km da capital.
As tradicionais provas tinham sido transferidas por conta da temperatura.
Federações Internacionais: A maioria das Federações Internacionais de cada uma das modalidades já tem seu calendário desenhado para o ano que vem, geralmente com o Campeonato Mundial marcado para o meio ou fim do ano.
Assim, para essas entidades, uma Olimpíada no primeiro semestre não alteraria sua principal competição, que é o grande "Ganha pão" financeiro das Federações.
Questão financeira: Os prejuízos por conta do adiamento da Olimpíada para 2021 estão na casa do R$ 13 bilhões, conforme o próprio Comitê.
Trazer os Jogos para o primeiro semestre diminui um pouco esses danos.
Por exemplo, os apartamentos da Vila Olímpica estão programados para ser entregues em outubro de 2020.
Com os Jogos antes, a entrega se antecipa e as multas e processos seriam menores.
Cerejeiras: Um dos maiores cartões postais de Tóquio são suas cerejeiras espalhadas pela cidade, que formam um lindo caminho, principalmente na primavera, que no Japão é entre março e julho.
São pelo menos dez parques onde pode-se apreciar as floradas de sakura.
Seria uma ótima forma de vender a cidade durante os Jogos Olímpicos.
PRÓS DOS JOGOS NO MEIO DO ANO
Pandemia já controlada?
O mundo ainda vive uma incerteza gigantesca com relação ao novo coronavírus, e se a Olimpíada for em julho ou agosto, são alguns meses a mais de tempo que o COI (Comitê Olímpico Internacional) tem para se preparar com relação a isso.
A regra número 1 das Olimpíadas de Tóquio deve ser não ter nenhum risco do evento, que contará com atletas de mais de 200 países e meio milhão de torcedores, ser um propagador do vírus.
Televisão americana: A NBC, rede de televisão americana, é a que mais paga pelas transmissões dos Jogos e, para ela, a melhor época do ano está nos meses de julho e agosto, por conta das férias escolares e universitárias nos Estados Unidos (o que resulta em uma audiência maior) e pela falta de "concorrentes" na audiência (provavelmente sem NBA, NFL E NHL sendo disputadas)
Calendário da NBA e do tênis: Basquete e tênis são dois dos esportes mais populares das Olimpíadas, mas que, ao mesmo tempo, têm seus próprios calendários muito fortes.
Com os Jogos no meio do ano, os jogadores do NBA poderão atuar por suas seleções já que, na teoria, a temporada já terá acabado (dependendo, claro, de como seguir a pandemia).
No tênis, o calendário de julho e agosto pode ser cheio, mas os torneios são em quadra rápida (como é a da Olimpíada), enquanto se for em abril e maio, pega a temporada de saibro do circuito.
Não imagina-se tenistas parando a temporada de saibro (entre abril e começo de julho) para jogar um torneio em quadra rápida.
Atletas acostumados: Em quase todas as modalidades, os atletas estão acostumados a terem o pico de desempenho no meio do ano, entre julho e agosto, datas das principais competições esportivas em todos os anos.
Trazer a data para o primeiro semestre, faria com que os atletas tivessem que mudar o método de preparação com relação às temporadas anteriores, o que poderia acarretar em um desempenho pior.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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