Tóquio 2020 abre debate sobre custos extras de mais de R$ 13 bi após adiar as Olimpíadas.
Contratos de instalações olímpicas vão ser renegociados. (Foto: Globoesporte.globo.com) |
Em carta, presidente do Comitê Organizador dos Jogos alerta federações internacionais dos esportes olímpicos sobre divisão da conta pelo adiamento.
Quem vai pagar a conta do adiamento das Olimpíadas para 2021?
Esse é o debate que o Comitê Organizador dos Jogos abriu neste sábado (28).
Yoshiro Mori, presidente de Tóquio 2020, enviou uma carta às 33 federações internacionais de esportes olímpicos alertando sobre os desafios de bancar os custos extras do adiamento por causa da pandemia do coronavírus, um valor estimado em US$ 2,7 bilhões (mais de R$ 13,7 bi).
"O custo extra decorrente do adiamento é inevitável. Decidir quem arcará com esses custos e como isso será feito vai ser um grande desafio. Temos que cumprir nossa missão de realizar Jogos Olímpicos e Paralímpicos no ano que vem, demonstrando que os seres humanos triunfaram sobre o coronavírus", disse Mori, segundo o "Inside The Games".
O Comitê Olímpico Internacional (COI) montou uma força-tarefa chamada "Aí Vamos Nós" (Here We Go) para replanejar as Olimpíadas de Tóquio e definir uma nova data para os Jogos.
Segundo Mori, a tendência é de que os Jogos sejam realizados entre junho e setembro de 2021, durante o verão japonês.
Até lá, os organizadores de Tóquio 2020 terão de renegociar inúmeros contratos.
Dentre alguns dos custos extras estão a manutenção das arena e a possível mudança de locais de jogo.
Por exemplo, o tradicional Budokkan, onde o judô está previsto para fazer suas disputas, está alugado no ano que vem para um evento.
Ainda que a nova data dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos não tenha sido escolhida, isso é uma questão a ser pensada.
"Algumas arenas talvez precisemos seguir alugando até o ano que vem, porque elas precisam de pelo menos um ano para ficarem prontas. Não podemos devolvê-las e pegar de volta só para a Olimpíada. Isso significa custo extra", afirmou Toshiro Muto, chefe-executivo de Tóquio 2020.
Há um problema também em relação à Vila dos Atletas, já que muitos dos apartamentos construídos para abrigar os esportistas no período dos Jogos já estão sendo negociados com possíveis compradores, e alguns cerca de 1/4 dos 5,632, já foram vendidos (há apartamentos que valem R$ 5,1 milhões).
O Comitê Organizador emprega também 3,5 mil pessoas como membros de seu estafe e talvez alguns percam seus empregos.
As marcas que pagaram Tóquio 2020 para estarem atreladas aos Jogos Olímpicos também são uma questão.
Elas pedirão reembolsos?
Farão novos contratos?
Readequarão os atuais?
A pandemia de coronavírus já registrou mais de 656 mil casos e mais de 30 mil mortes por complicações da Covid-19 em todo o mundo.
Em sua trigésima segunda edição, a previsão era de que 11 mil atletas, de pelo menos 204 países, disputassem os Jogos, distribuídos por 33 esportes.
Se não bastasse esse contingente de pessoas, o COI e o Comitê Organizador do Japão tinha por estimativa que as provas recebessem até cinco milhões de espectadores de todo o mundo, nos 43 locais de disputas.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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