sábado, 2 de maio de 2020

Derrota dolorida

José Mourinho teve razão para chorar por perder para o Bayern em 2012.
José Mourinho Tottenham Bournemouth. (Foto: Reuters)
Lembranças dos dois jogos, em Munique e em Madrid, na temporada em que o técnico português esteve longe de ser retranqueiro seu time foi recordista de gols.

José Mourinho declarou ao diário MARCA, da Espanha, que a única derrota que o fez chorar foi na semifinal da Champions League contra o Bayern, nos pênaltis. 

Era a semifinal da Champions League de 2012. Mourinho era criticado por deixar Marcelo no banco de reservas e escalar Fábio Coentrão na lateral esquerda. 

Falava-se de sua relação com o agente Jorge Mendes, que também trabalhava com o lateral português.

Coentrão jogou bem. 

Não foi um problema.

A felicidade de cobrir as duas semifinais, o primeiro jogo em Munique e o segundo no Santiago Bernabéu, aumenta a capacidade de detalhar coisas importantes daquelas partidas. 

Se fosse só pelo segundo jogo, Mourinho não teria razão de chorar. Mas pela soma das duas semifinais, sim.

Em Munique, o Real Madrid levou 1 a 0 com gol de Ribéry e reagiu com Ozil empatando aos 7 minutos do segundo tempo. 

A partir daí, controlou a partida, teve 63% de posse de bola e levou o castigo com um gol de Mario Gomez aos 44 minutos do segundo tempo. 

Bayern 2 a 1. 

A torcida bávara carregava no Allianz Arena e levou para Madri uma faixa com a frase La Bestia Negra. 

Referência às eliminações que o Bayern impôs ao Real Madrid. 

Algo como: o Real é freguês.

No jogo de volta, Mourinho não repetiu o controle. 

Cristiano Ronaldo fez 1 a 0 aos 5 minutos do primeiro tempo e o segundo gol aos 13 do primeiro tempo. 

Robben diminuiu aos 26 minutos ainda da primeira etapa. 

O Bayern teve 55% do tempo com a bola no pé. 

Levou o jogo para os pênaltis. 

Neuer defendeu as cobranças de Cristiano Ronaldo e Kaká. 

Casillas pegou as de Toni Kroos, na época no Bayern, e de Phillip Lahm. 

Sergio Ramos chutou por cima. 

E tinha feito um partidaço o zagueiro merengue.

Perder com três referências da equipe pode ter sido dolorido.

Mais do que isto. 

Foi a temporada em que o Real Madrid quebrou o recorde de gols da história do Campeonato Espanhol: 121 gols. 

Também teve o melhor ataque da Champions League: 35 gols. 

Tachado de retranqueiro, José Mourinho fez seu time atacar como nunca. 

E perdeu.

Mourinho teve razão para chorar.

SEMIFINAIS

JOGO DE IDA

17/abril/2012

BAYERN (ALEMANHA) 2 X 1 REAL MADRID (ESPANHA)

Local: Allianz Arena (Munique); Juiz: Howard Webb (Inglaterra). 

Gols: Ribéry 17 minutos do primeiro tempo; Ozil 7 minutos do segundo tempo, Mario Gomez 44 minutos do segundo tempo. 

Cartão amarelo: Badstuber, Robben, Fábio Coentrão, Xabi Alonso, Di Maria, Lahm, Sergio Ramos, Higuain, Marcelo.

BAYERN: Neuer, Lahm, Boateng, Badstuber e Alaba; Luiz Gustavo e Schweinsteiger (Thomas Muller 15 minutos do segundo tempo); Robben, Kroos e Ribéry; Mario Gomez. 

Técnico: Jupp Heynckes

REALMADRID: Casillas, Arbeloa, Sergio Ramos, Pepe e Fábio Coentrão; Khedira e Xabi Alonso; Di Maria (Granero minutos do segundo tempo), Ozil (Marcelo 23 minutos do segundo tempo) e Cristiano Ronaldo; Benzema (Higuaín 38 minutos do segundo tempo). 

Técnico: José Mourinho

JOGOS DE VOLTA

25/abril/2012

REAL MADRID (ESPANHA) 2 X 1 BAYERN (ALEMANHA)(Bayern 3 x 1 nos pênaltis)

Local: Santiago Bernabéu (Madri); Juiz: Viktor Kassai (Hungria). 

Gols: Cristiano Ronaldo (pênalti) 5 minutos do primeiro tempo, Cristiano Ronaldo 13 minutos do primeiro tempo, Robben (pênalti) 26 minutos do primeiro tempo. 

Cartão amarelo: Alaba (Terceiro cartão recebido), Pepe, Arbeloa, Robben, Luiz Gustavo (Terceiro cartão recebido), Badstuber (Terceiro cartão recebido)

REAL MADRID: Casillas, Arbeloa, Pepe, Sergio Ramos e Marcelo; Khedira e Xabi Alonso; Di Maria (Kaká 29 minutos do segundo tempo), Ozil (Granero 5 minutos do segundo tempo da prorrogação) e Cristiano Ronaldo; Benzema (Higuaín, intervalo da prorrogação). 

Técnico: José Mourinho

BAYERN: Neuer, Lahm, Boateng, Badstuber e Alaba; Luiz Gustavo e Schweinsteiger; Robben, Kroos e Ribéry (Thomas Muller 5 do primeiro tempo da prorrogação); Mario Gomez. 

Técnico: Jupp Heynckes

Nos pênatis: Alaba (gol), Cristiano Ronaldo (Neuer), Mario Gomez (gol), Kaká (Neuer), Kroos (Casillas), Xabi Alonso (gol), Lahm (Casillas), Sergio Ramos (por cima), Schweinsteiger (gol).

Reportagem: Globoesporte.globo.com

Adaptação: Eduardo Oliveira

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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