terça-feira, 10 de março de 2020

Um com torcida..outro sem...

Oitavas da Champions voltam sob alerta do coronavírus e com Atalanta e Leipzig em vantagem.

Após goleada na ida, italianos visitam Valencia em jogo com portões fechados e sem entrevistas coletivas na véspera. 
Atalanta circulou por Valência sob forte vigilância policial para evitar aproximações. (Foto: Globoesporte.globo.com)
Alemães terão torcida contra o Tottenham, de Mourinho, que está confiante.

Em três semanas, a rotina na Europa mudou muito. 

Especialmente para os italianos. 

No último dia 19 de fevereiro, a Atalanta recebeu mais de 40 mil pessoas e goleou o Valencia por 4 a 1 no San Siro em uma das noites mais importantes de sua história. 

Nesta terça-feira (10), o time de Bérgamo visita os espanhóis. 

E o Mestalla não terá torcedores. 

Na Alemanha, o Red Bull Leipzig encara o Tottenham com público. 

Mas as oitavas de final da Liga dos Campeões retornam com o alerta do coronavírus.

A Atalanta, dona do melhor ataque na Itália, com 83 gols na temporada, está perto de viver uma classificação inédita. 

Está em sua primeira participação na Liga dos Campeões. Avança mesmo se perder por dois gols de diferença. 

Mas jogadores e o técnico da equipe, Gian Piero Gasperini, não conseguem esconder a apreensão com a epidemia que atinge o país.

A Itália é o segundo país com mais casos do novo coronavírus, mais de 9,1 mil, e o segundo com mais mortes: 463. 

Com tais números, o governo do país decretou quarentena para todas as regiões, e não haverá atividades esportivas até o dia 3 de abril.

Na chegada em Valência, o meia-atacante Papu Gómez, principal jogador da equipe, foi abordado por jornalistas espanhóis no aeroporto. 

E se irritou com a aproximação dos repórteres, que violavam os protocolos de segurança diante de pessoas provenientes da Itália.

“Não podem fazer entrevista agora, rapazes. O que estão fazendo? Palhaços...”, disse Papu, diante da insistência dos jornalistas.

Não houve entrevistas coletivas na véspera da partida. 

O técnico Gian Piero Gasperini deu depoimentos para a “Sky Sport Italia”, emissora que detém os direitos de transmissão da Liga dos Campeões no país. 

E não escondeu sua angústia com a situação vivida no país.

“Os jogadores fazem parte da sociedade, e a sociedade está em emergência. Há apreensão e preocupação”, afirmou.

"Nós temos que avaliar a saúde, mas também o ponto de vista social. Jogar com portões fechados, mesmo em um contexto que não agrada a ninguém, pode ser o consolo para as pessoas que não saem de casa. No entanto, a prioridade segue sendo a saúde das pessoas", declarou o treinador.

A Atalanta está invicta há seis jogos, com cinco vitórias na sequência, está na quarta posição do Italiano e não tem desfalques. 

Com o triunfo no jogo de ida, pode até perder por dois gols de diferença.

O Valencia avança com um 3 a 0, ou um triunfo por quatro gols de diferença. 

Vitória dos espanhóis por 4 a 1 leva a decisão para prorrogação.

O time espanhol, em sétimo na La Liga, tem alguns desfalques, como os zagueiros Garay, lesionado, e Gabriel Paulista, suspenso. 

Maxi Gómez também é baixa por um problema no pé. Mas o técnico Albert Celades mantém a confiança.

"Somos fortes em casa e o resultado do jogo de ida não foi um reflexo justo do que aconteceu em campo. Não acho que precisamos de um milagre para avançar. Não mesmo", afirmou, em entrevista à UEFA (União das Associações Europeia de Futebol).

Escalações prováveis

Valencia: Cillessen; Gayà, Diakhaby, Coquelin, Wass; Gonçalo Guedes, Parejo, Kondogbia, Ferran; Rodrigo, Gameiro

Técnico: Albert Celades

Atalanta: Gollini; Palomino, Caldara, Djimsiti; Hateboer, De Roon, Freuler, Gosens, Papu Gómez, Iličić; Zapata

Técnico: Gian Piero Gasperini

Com público, Leipzig tenta vaga inédita: Após vencer o Tottenham por 1 a 0 em Londres, o Red Bull Leipzig recebe o time de Mourinho em atmosfera diferente da que Valencia e Atalanta vão viver: com público e, provavelmente, arquibancadas lotadas.

A Alemanha tem mais de 1,1 mil casos do novo coronavírus, mas apenas duas mortes até o momento. 

Técnico do Leipzig, Julian Nagelsmann comemorou poder jogar com seus fãs no estádio.

"Estamos felizes que foi decidido que teríamos torcedores no estádio, e eles vão nos apoiar. É ótimo para nós, e seria uma desvantagem não tê-los. Eu entendo que a discussão ainda esteja em curso porque há outros jogos em que não estão aproveitando essa vantagem. Mas acho que as autoridades tomaram a decisão certa. No final, o mais importante é a saúde de todos", avaliou.

Os alemães, em terceiro na liga local, avançam com um empate. 

O Tottenham, que não vence há cinco jogos e caiu para a oitava posição no Campeonato Inglês, passa com um triunfo por um gol de diferença, desde que faça dois ou mais. 

E isso anima o técnico José Mourinho.

“Nós tivemos a melhor derrota possível em casa, se assim podemos dizer. 1 a 0 é melhor do que perder por 2 a 1, 3 a 2 ou 4 a 0. Não foi terrível. É uma derrota que deixa as portas abertas”, analisou o português.

"Claro que eu preferiria estar em outra posição. Mas eles sentem a pressão. Acredito que eles vão sentir a pressão. Eles estão ganhando, ganhando em casa, e nós temos vamos dar tudo e não temos nada a perder", completou.

O Leizpig ainda não tem o zagueiro Orban, lesionado. 

Werner sentiu a coxa e preocupa, mas deve jogar. 

O Tottenham tem ampla lista de baixas: Kane, Son, Sissoko, Foyth e, por último, o holandês Bergwijn.

Escalações prováveis:

Red Bull Leipzig: Gulácsi; Klostermann, Upamecano, Halstenberg; Adams, Laimer, Sabitzer, Angeliño; Timo Werner, Schick, Nkunku

Técnico: Julian Nagelsmann

Tottenham: Lloris; Aurier, Alderweireld, Sánchez, Dier, Vertonghen; Winks, Lo Celso; Lamela, Lucas Moura, Dele Alli

Técnico: José Mourinho

Reportagem: Globoesporte.globo.com

Adaptação: Eduardo Oliveira

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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