domingo, 3 de maio de 2020

Presentes trocados

EXCLUSIVO: ZICO RELEMBRA ENCONTRO COM AYRTON SENNA NO JAPÃO QUE TEVE ATÉ TROCA DE PRESENTES.

O ex-jogador contou à Autoesporte sobre o encontro com o tricampeão antes da última corrida no GP de Suzuka.
Zico e Senna no GP do Japão, em Suzuka no ano de 1993. (Foto: Revistaautoesporte.globo.com)
A TV Globo transmitiu neste domingo (3), às 10 horas (horário de Brasília), dentro do Esporte Espetacular, a corrida do primeiro título mundial de Ayrton Senna, em 1988, no GP de Suzuka, no Japão. 

Naquele mesmo palco, cinco anos depois, Senna encontraria outra lenda do esporte brasileiro, o Zico, que contou à Autoesporte as recordações daquele dia.

O encontro aconteceu para os dois darem uma entrevista ao canal japonês Fuji TV, no dia 19 de outubro de 1993, cinco dias antes do Grande Prêmio do Japão, na qual Senna ganhou. 

Naquela época Zico atuava pelo time japonês Kashima Antlers, clube do qual é atualmente diretor técnico.

“Tive o privilégio do encontro no Japão com esse grande brasileiro e campeão em todos os sentidos, orgulho do nosso País, Ayrton Senna”, comenta Zico.

Os dois já se conheciam antes do retrato da foto. 

O primeiro encontro aconteceu quando Zico foi nomeado o Secretário Nacional de Esportes, cargo público que exerceu de 1990 a 1991, e que contribuiu muito para o esporte brasileiro com a "Lei Zico", que modificou a estrutura do futebol brasileiro, reduzindo o poder dos clubes em relação aos jogadores.

Os outros encontros aconteceram por terem amigos em comum, mas a fotografia que ficou marcada foi essa do Japão, onde Senna veste a camisa de Zico do Kashima Antlers e segura uma bola, enquanto a lenda do Flamengo aparece com o capacete de Senna nas mãos.

“Quem dera se eu tivesse ganhado um capacete dele. Ganhei uma pequena réplica do capacete e a bola assinada por ele. E eu dei a camisa do Kashima. Eu nem pedi nada, ele mesmo colocou a camisa e quis tirar a foto vestido com ela”, relembra Zico.

Na entrevista que deram para a TV japonesa, Senna falou do valor que Zico tem para o futebol brasileiro.

“Eu acho que o Brasil tem uma tradição muito grande no futebol e nas corridas. Foram vários ídolos no decorrer da história nas pistas. E no campo não diferente, tem uma tradição muito grande no futebol e é até difícil falar nomes. Mas da época que eu mais vi futebol quando era jovem, Zico foi a grande estrela. Eu tenho uma grande admiração por ele”, comentou Senna. 

A relação com automobilismo Zico diz que teve influência dos irmãos mais velhos, como Edu Coimbra, um dos maiores ídolos da história do América do Rio de Janeiro.

“Em 1972 eu acordava cedo porque estava no juvenil do Flamengo e os jogos começavam tipo 13 horas, então aos domingos sempre estava passando as corridas pela manhã. Meu irmão mais velho adorava ver, mas eu não entendi nada. Quem começou a fazer o brasileiro ter uma nova emoção no esporte foi Emerson Fittipaldi e depois vieram os outros ídolos. Em relação ao Senna, ele representa a gana de vencer, não há desestímulo, nem tempo ruim”, relembra Arthur Antunes Coimbra, o Zico.

Autoesporte contou, no final do ano passado, outra relação muito grande de Zico com o automobilismo. 

O Galinho de Quintino, como é carinhosamente apelidado, nos contou como foi trazer o Toyota Celica, que ganhou como premiação do Mundial de Clubes de 1981, para o Brasil na época das importações fechadas . 

Atualmente o modelo está com mais de 100 quilômetros rodados e fica na sua casa do Rio de Janeiro.

Aquela vitória no Japão, após o encontro com Zico, foi a penúltima da vida do piloto, que morreu no dia 1 de maio de 1994, no Grande Prêmio de San Marino, no Autódromo Enzo e Dino Ferrari, em Ímola, na Itália.

Reportagem: Revistaautoesporte.globo.com

Adaptação: Eduardo Oliveira

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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