terça-feira, 30 de junho de 2020

Protestos na Fórmula 1

Pilotos discutem ficar de joelhos em protesto contra racismo no retorno da Fórmula 1, no GP da Áustria.
Pilotos da Fórmula 1 pretendem fazer protestos na abertura da competição. (Foto: Globoesporte.globo.com)
Categoria e competidores, que já lançaram iniciativa de promoção da inclusão e diversidade, adotaram discurso antirracista sobretudo após cobrança pública de Lewis Hamilton.

Em meio as diversas manifestações a favor da equidade racial no mundo do esporte, os pilotos da Fórmula 1 estariam observando a possibilidade de fazerem um protesto contra o racismo, ajoelhando-se no retorno da categoria, no GP da Áustria, no próximo dia 5 de julho.

A discussão vem à tona após a Fórmula 1 lançar, na última semana, a iniciativa "We Race as One" ("Corremos Como Um", em português), visando promover o acesso e a inclusão de pessoas de minorias étnicas, raciais e de gênero na composição das equipes.

"Alguns pilotos já comentaram sobre isso. Se vamos fazê-lo, deveríamos fazer todos, como em um grid. Isso vai ser discutido na reunião com a Associação de Pilotos de Grande Prêmios na sexta-feira. Vamos fazer tudo o que pudermos para mostrar que nos importamos e respeitamos todos. Faremos o que é correto quando a hora chegar", garantiu Lando Norris, piloto da McLaren, em entrevista ao "PA Sports".

As ações da categoria em questões sociais são uma novidade nas últimas sete décadas. 

No início de junho, em meio aos protestos contra o homicídio de George Floyd, um homem negro americano morto pela polícia, o perfil oficial da Fórmula 1 fez sua primeira manifestação condenando o racismo após Lewis Hamilton, único piloto negro do grid atual, disparar contra o silêncio da categoria e de seus colegas.

A Fórmula 1 também repudiou, recentemente, as falas do ex-chefe Bernie Ecclestone de que "em muitos casos, negros são mais racistas que brancos". 

Hamilton também se posicionou nas redes sobre o assunto e disse entender porque a categoria não demonstrava preocupação com a falta de diversidade durante a gestão do britânico.

Nesta segunda-feira (29), a Mercedes surpreendeu ao anunciar a mudança na pintura do carro para disputar a temporada 2020. 

Substituindo as cores prata pelo preto no bólido e nos macacões de Lewis Hamilton e Valtteri Bottas, a equipe alemã justificou a mudança como uma forma de protesto contra o racismo.

A McLaren, equipe de Lando Norris, também vê com bons olhos a possibilidade dos pilotos se ajoelharem antes da corrida no Grande Prêmio da Áustria. 

Além disso, a equipe também garantiu estar trabalhando para a promoção da diversidade, internamente.

"Nós obviamente apoiamos de forma plena todas as iniciativas que estão ocorrendo no momento. Racismo e discriminação são claramente coisas que não possuem espaço na McLaren. Estamos desenvolvendo várias iniciativas para dar apoio a minorias ou grupos pouco representados em nossa organização, para dar melhores oportunidades e a chance de entrarem em nosso time. Estamos analisando nossos processos de como contratamos pessoas, como promovemos pessoas. Não importa para nós de qual religião alguém pertence, a cor de sua pele, o gênero ou o estilo de vida", afirmou Andreas Seidl, chefe da equipe britânica.

Reportagem: Globoesporte.globo.com

Adaptação: Eduardo Oliveira

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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