domingo, 28 de junho de 2020

Luta pelos direitos

Mês do orgulho LGBTQ+: Cristiane reforça o poder da voz dos atletas contra preconceito no futebol.

Artilheira da seleção em Jogos Olímpicos reforça a briga por naturalidade na abordagem do tema no esporte. 
Cristiane está há quase duas décadas na seleção brasileira. (Foto: Confederação Brasileira de Futebol)
Nos Estados Unidos, jogador americano puxa discussão no esporte entre os homens.

Falar de amor deveria ser algo natural e simples. 

Assim como as escolhas, que deveriam ser respeitadas e legitimadas.

Por mais que o ambiente do esporte, sobretudo no futebol, ainda seja por vezes atrasado, os atletas cada vez entenderam a força de suas vozes na luta pelo respeito, dentro e fora de campo.

"Essa vontade de querer falar tem que vir de dentro de você", diz Cristiane.

A maior artilheira da seleção em Olimpíadas aproveita a data de 28 de junho, Dia do Orgulho LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e pessoas intersex) para uma conversa leve sobre o tema que aprendeu a lidar com maturidade e leveza:

"Estou falando de um amor que todo mundo deveria ter com quem seja. E respeitar. Estamos batendo um papo, falando da minha vida, da minha noiva. Deveria ser natural (...) Quando você vive uma vida que as pessoas querem que você viva, não vai ser feliz. Você vai escondendo e retraindo sua felicidade por anos".

A luta pelo respeito e por essa naturalidade ainda se faz necessária nos campos de futebol. 

E vozes potentes e de grande alcance se fazem necessárias. 

É o caso da americana Megan Rapinoe.

Rapinoe e Collin Martin: quebra de tabu nos Estados Unidos:

Eleita a melhor do mundo do ano passado, ela subiu o tom na cerimônia de premiação da FIFA. 

Em seu discurso, falou da força que o futebol tem como agente, de fato, transformador. 

E citou exemplos que precisam ser enaltecidos.
Um deles foi Collin Martin.

"Gostaria de falar de algumas histórias que me inspiraram. Como Collin Martin, o único gay do futebol masculino nos Estados Unidos. Além de inúmeros atletas LGBT que lutam para praticar o esporte que amam e enfrentam a homofobia", disse Rapinoe.

Aos 25 anos, o jogador de futebol do San Diego Loyal quebrou barreiras em 2018, quando falou pela primeira vez sobre o tema.

Em entrevista ao Esporte Espetacular, ele se diz mais feliz e completo como atleta desde então. 

Por anos temeu enfrentar problemas no esporte masculino, mas, dois anos depois, tem certeza que sua escolha foi acertada.

"O futebol é tudo para mim. Mas a minha vida fora disso também é importante (...) Eu pensava nos atletas que falaram sobre isso depois de encerrarem carreira. Eu não queria ser essa pessoa. Achava que estava numa posição única na qual eu era gay e ainda jogando. E eu pensei não existe razão para que eu não possa ter orgulho disso e celebrar isso enquanto estou jogando", disse Collin.

O jogador americano celebra o apoio que teve desde então. 

Mas lembra que o caminho ainda é longo. 

E sua luta vai além de sua história. 

Quer quebrar paradigmas para as novas gerações.

"Essa conversa é importante para os mais jovens. Temos muitos atletas que chegam aos 13, 14 anos e desistem do futebol. Não querem mais jogar porque não tem representatividade. Não sentem que o esporte é para eles. Isso tem que mudar".

Reportagem: Globoesporte.globo.com

Adaptação: Eduardo Oliveira

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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