terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Festa de Gala do Prêmio Brasil Olímpico de 2018

Isaquias Queiroz e Ana Marcela Cunha vencem o Prêmio Brasil Olímpico 2018.

Noite no Rio também rende homenagens a Jackie Silva, campeã olímpica do vôlei de praia em 1996, e Geraldo Bernardes, sensei de Rafaela Silva. Jesus Mórlan é lembrado na cerimônia

A noite foi de aplausos e muita comemoração. 
Isaquias Queiroz e Ana Marcela receberam o Prêmio nesta noite. (Foto: Globoesporte.globo.com)
Em mais uma edição do Prêmio Brasil Olímpico, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) reconheceu o esforço e premiou os melhores atletas do ano no país.

Em festa em um teatro na Zona Oeste do Rio de Janeiro, a entidade levou ao palco os destaques de cada modalidade e também revelou os grandes vencedores de 2018 como Atleta do Ano no masculino e feminino. 

Entre os homens, Isaquias Queiroz levou a melhor. 

Foi a terceira vitória dele no prêmio, ele havia ganho em 2015 e 2016. 

Já entre as mulheres, Ana Marcela Cunha foi a vencedora, repetindo o seu feito de 2015. 

O prêmio de Atleta da Galera, através de votação na internet, ficou com o ciclista Henrique Avancini.

"Estar do lado de Gabriel Medina e Pedro Barros é uma honra muito grande para mim. Estou muito feliz e devo tudo às pessoas que estiveram comigo esse tempo todo, em especial ao meu técnico Jesus Mórlan, que não está mais conosco. Sem o apoio da minha comissão técnica e dos meus apoiadores eu não teria chegado ao nível que estou hoje", disse Isaquias Queiroz.

A comemoração também rendeu homenagens a Jackie Silva, campeã olímpica do vôlei de praia em 1996, com o Troféu Adhemar Ferreira da Silva. 

Em seu discurso, ela lembrou da sua luta por igualdade no esporte. O outro premiado foi Geraldo Bernardes, sensei de Rafaela Silva, lembrado com o Troféu COI.

No masculino, Isaquias concorreu com Gabriel Medina, do surfe, e Pedro Barros, do skate, todos vindos de uma temporada impressionante em 2018. 

Melhor para Isaquias, que conquistou três medalhas no Mundial de Portugal este ano. 

No feminino, Ana Marcela Cunha não ficou para trás. 

A maratonista aquática teve como adversárias Ana Sátila, da canoagem slalom, e Marta, do futebol. Ana levou a melhor após ter sido eleita a melhor maratonista aquática pela Final este ano. 

Em 2018, ela conquistou o Circuito Mundial.

Além de todas as entregas, o Prêmio Brasil Olímpico teve um momento de emoção. 

O Comitê Olímpico do Brasil prestou homenagem póstuma a Jesus Mórlan, espanhol e grande comandante da canoagem velocidade do Brasil, e Bebeto de Freitas, um dos melhores técnicos e gestores da história do vôlei. 

O espanhol faleceu em novembro, vítima de câncer. 

E Bebeto morreu em março, após infarto em Belo Horizonte. Jesus teve seu nome dado ao troféu de técnico do ano em esportes individuais, entregue a Fernando Possenti, treinador de Ana Marcela Cunha. 

E Bebeto de Freitas batizou o troféu de técnico de esportes coletivos, dado a Renan Dal Zotto, do vôlei masculino.

Troféu Adhemar Ferreira da Silva: Campeã olímpica em 1996, no vôlei de praia, Jackie Silva foi a homenageada do ano no Troféu Adhemar Ferreira da Silva, que tem como objetivo homenagear atletas e ex-atletas que representem os valores que marcaram a carreira e a vida de Adhemar, bicampeão olímpico no salto triplo, tais como ética, eficiência técnica e física, esportividade, respeito ao próximo, companheirismo e espírito coletivo. 

No seu discurso, a ex-jogadora ressaltou sua luta pela igualdade no esporte, rejeitando o rótulo de polêmica.

"Estou muito feliz, porque isso é o reconhecimento do meu trabalho. Minha história começou em 1986, quando o voleibol deu um grande passo na história, tornando-se o primeiro esporte a ter patrocinadores na camisa. Mas acontecia uma coisa estranha: só homens tinham patrocínio. Em protesto, coloquei o meu uniforme no avesso e fui cortada da seleção. Foi então que fui para os Estados Unidos jogar vôlei de praia e anos depois trouxe uma medalha para o Brasil", contou Jaqueline.

A carioca, de 56 anos, cravou seu nome na história do esporte nacional ao se tornar a primeira brasileira a conquistar, ao lado de Sandra Pires, o ouro olímpico. 

A final do vôlei de praia nos Jogos de Atlanta 1996 marcou também as primeiras medalhas de atletas brasileiras, já que Adriana Samuel e Mônica Rodrigues ficaram com a prata, ao serem derrotadas por Jackie/Sandra por dois sets a zero.

Antes da medalha olímpica, Jackie Silva havia participado de duas edições de Jogos Olímpicos no vôlei de quadra, em 1980, em Moscou, e 1984, em Los Angeles. 

Em 2009, foi eleita a décima personalidade mundial esportiva a receber o Prêmio Atleta pelo Esporte da UNESCO, por desenvolver por meio de seus instituto, o projeto social "Atletas Inteligentes" para valorizar a união entre o esporte e a presença dos jovens nas escolas.

Troféu COI: Mentor de Rafaela Silva, ouro na Rio 2016, e Flávio Canto, bronze em Atenas 2004, o sensei Geraldo Bernardes recebeu o Troféu COI durante o Prêmio Brasil Olímpico. 

Em 2018 a premiação levou o tema "Olimpismo em ação". Geraldo é o criador do Instituto Reação, ONG que já beneficiou mais de 10 mil crianças em áreas carentes do Rio de Janeiro.

"Isso é uma sensação grande, já tive várias emoções na minha vida e agora é uma emoção diferente por ter um reconhecimento de quem trabalha pelo esporte. Divido isso com todos integrantes do Instuto Reação, inclusive com o Flávio Canto, que foi meu aluno. Se Deus permitir, vou morrer nos tatames, transformando vidas e ajudando pessoas menos favorecidas", disse Geraldo.

O Troféu COI é destinado a pessoas que trabalham a igualdade de gênero no esporte, a atividade física, a educação e o desenvolvimento do ser humano, além da ajuda aos refugiados. 

Geraldo, por exemplo, foi o técnico de judô de dois dos refugiados que competiram na Rio 2016, Popole Misenga e Yolande Bukasa.

Além de Flávio e Rafaela, Geraldo também foi técnico da seleção brasileira de judô. 

Em 1979, no Mundial, comandou o Brasil. 

Em Seul, na Olimpíada de 1988, esteve com Aurélio Miguel no ouro inédito. 

Esteve também com Rogério Sampaio, Henrique Guimarães, Carlos Honorato e Tiago Camilo. 

Hoje, tem núcleos do Reação na Rocinha e na Cidade de Deus, ambas no Rio de Janeiro.

Melhores do ano por modalidade

Atletismo: Darlan Romani

Badminton: Ygor Coelho

Basquete: Yago Mateus

Basquete 3x3: Luiz Felipe Soriani

Beisebol: Felipe Burin 

Boxe: Beatriz Ferreira

Canoagem Slalom: Ana Sátila

Canoagem Velocidade: Isaquias Queiroz

Ciclismo BMX (Freestyle): Leandro Neto 

Ciclismo BMX (Racing): Anderson Ezequiel de Souza Filho (Andinho) 

Ciclismo Estrada: Vinicius Rangel Costa 

Ciclismo Mountain Bike: Henrique Avancini 

Ciclismo Pista: Kacio Fonseca da Silva Freitas

Desportos na Neve: Jaqueline Mourão

Desportos no Gelo: Isadora Williams

Escalada Esportiva: Thais Makino Shiraiwa 

Esgrima: Alexandre Camargo 

Futebol: Marta Silva

Ginástica Artística: Arthur Zanetti

Ginástica Trampolim: Camilla Gomes

Ginástica Rítmica: Natália Gaudio

Golfe: Luiza Altmann

Handebol: Eduarda Amorim

Hipismo adestramento: João Victor Oliva 

Hipismo CCE: Márcio Carvalho Jorge

Hipismo saltos: Pedro Veniss 

Hóquei sobre grama: Rodrigo Faustino 

Judô: Érika Miranda

Karatê: Vinicius Figueira

Levantamento de pesos: Fernando Saraiva Reis

Maratona Aquática: Ana Marcela Cunha

Nado Artístico: Maria Clara Lobo

Natação: Revezamento (Pedro Spajari /Gabriel Santos/Marcelo Chierighini/Marco Antonio Ferreira Junior)

Pentatlo moderno: Maria Iêda Guimarães

Polo Aquático: Gustavo Guimarães

Remo: Uncas Tales Batista

Rugby: Bianca dos Santos Silva

Saltos Ornamentais: Ingrid de Oliveira

Skate: Pedro Barros 

Softbol: Fernanda Ayumi Missaki

Surfe: Gabriel Medina 

Taekwondo: Edival Pontes (Netinho)

Tênis: Marcelo Melo

Tênis de mesa: Hugo Calderano 

Tiro com arco: Marcus Vinícius D´Almeida 

Tiro esportivo: Julio Almeida 

Triatlo: Manoel Messias 

Vela: Martine Grael e Kahena Kunze 

Vôlei: Douglas Souza

Vôlei de praia: Agatha Bednarczuk / Duda Lisboa

Reportagem: Globoesporte.globo.com

Adaptação: Eduardo Oliveira

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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