Ferrari aceita rodadas duplas em 2020, mas não quer orçamento igual para todas as equipes da F1.
Chefe Mattia Binotto garante que equipe mais tradicional da categoria será flexível em relação ao calendário, mas pede análise racional sobre corte de gastos das dez escuderias.
Mattia Binotto e Christian Horner, chefes de Ferrari e RBR. (Foto: Globoesporte.globo.com) |
O calendário da Fórmula 1 2020 segue uma incógnita.
Devido à pandemia mundial de coronavírus, nove das 22 corridas foram adiadas ou canceladas, e não há posição oficial por parte da cúpula da categoria de quando o campeonato possa, enfim, começar.
Até agora, os GPs de Austrália e Mônaco foram cancelados, enquanto as corridas de Barein, Vietnã, China, Holanda, Espanha, Azerbaijão e Canadá estão adiadas.
Chefe da Ferrari, Mattia Binotto disse que a equipe apoia medidas como rodadas duplas em fins de semana de GP para que o campeonato seja realizado neste ano.
"Sabemos pelos regulamentos esportivos que para haver um campeonato mundial é preciso pelo menos ter oito corridas, mas todos estão tentando mais do que isso. Acho que o que será importante para nós é realmente flexível. Tenho certeza de que Chase (Carey, CEO da F1) e as equipes serão capazes de montar o melhor campeonato que pudermos. Do nosso lado, estamos prontos para o que for necessário, seja nos fins de semana de corridas curtas, em corridas duplas. É importante ser flexível e garantir que possamos ter boas corridas também para os fãs", disse Binotto à TV inglesa "Sky Sports".
Depois de uma reunião realizada na última segunda-feira com as demais equipes e a direção da F1, Binotto não quis cravar uma data para que a temporada comece.
Por enquanto, o primeiro GP da lista que ainda não teve sua data alterada é o da França, na última semana de junho:
"A F1 certamente está tentando organizar a melhor temporada, talvez começando no início de julho, se isso for possível, mas não podemos ter nenhuma confirmação no momento. Mas acho que até o fim de maio teremos uma imagem mais clara. Penso que é do interesse de todos começar a correr quando pudermos e termos o máximo possível de corridas, mas agora é muito cedo para ter uma imagem clara do que será o futuro".
Binotto ainda comentou sobre os impactos da crise causada pelo Covid-19 nas finanças das equipes.
O dirigente admitiu que a situação de algumas escuderias preocupa, mas afirmou que as medidas de corte de gastos precisam ser feitas de forma racional.
"Certamente, é uma preocupação. Estamos plenamente conscientes das dificuldades de algumas equipes e de que precisamos lidar com os custos para o futuro da F1. A redução de custos é o primeiro passo para garantir que cada equipe esteja sobrevivendo. As negociações foram construtivas e positivas, mas ainda existem realidades necessárias para tomar as decisões corretas. Penso que devemos evitar ser emocionais no momento", apontou.
O chefe da Ferrari defendeu que o limite orçamentário das equipes não seja igual para todas as equipes, já que as grandes como Mercedes e Ferrari também produzem peças e motores usadas por outras escuderias:
"Não devemos esquecer, ao fazer esse exercício, que temos estruturas e ativos diferentes. Existem equipes construtoras como a Ferrari e outras equipes projetando, desenvolvendo, homologando e produzindo cada componente dos nossos carros. Outras equipes são clientes, compram algumas peças e não têm as mesmas estruturas. Portanto, ao discutir um limite de orçamento, não devemos esquecer que temos situações diferentes, e é importante que não haja um único limite de orçamento igual para todas as equipes".
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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