França mantém proibição a esportes coletivos, e primeiro-ministro diz: "Temporada 2019/2020 não poderá ser retomada".
Edouard Philippe, primeiro-ministro da França, indicou que temporada não poderá ser concluída. (Foto: AFP) |
Edouard Philippe indica que "especialmente o futebol" não poderá concluir competições já iniciadas. Federação e liga ainda não se manifestaram oficialmente sobre cenário.
Depois de Bélgica e Holanda decidirem interromper seus campeonatos prematuramente, o Campeonato Francês deve ser a primeira grande liga da Europa a tomar a mesma medida drástica.
Em entrevista coletiva nesta terça-feira (28), o primeiro-ministro da França, Edouard Philippe, afirmou que os esportes coletivos seguirão proibidos no país e cravou não haverá possibilidade de conclusão das competições iniciadas no ano passado.
"A temporada 2019/20 dos esportes profissionais, especialmente o futebol, não poderá ser retomada", resumiu.
Desta forma, a Federação Francesa e a Liga de Futebol Profissional (LFP) do país ficariam sem opções para concluir os jogos restantes do calendário em tempo hábil e seriam forçadas a interromper as competições, uma vez que a UEFA (União das Associações Europeia de Futebol) pretendia que a temporada fosse encerrada até o fim de agosto, para não prejudicar o calendário de 2020/2021.
Entretanto, federação e liga ainda não se manifestaram para oficializar o cenário.
Haveria apenas uma alternativa para que a liga não fosse encerrada prematuramente: a retomada dos jogos no fim de agosto ou início de setembro, adiando o início da temporada 2020/2021.
Esse cenário, entretanto, entraria em conflito com um possível calendário europeu a ser determinado pela UEFA.
A decisão do governo ainda poderia afetar o início da próxima temporada, com a realização de jogos sem público nas primeiras rodadas.
E também poderia impedir que o Paris Saint-Germain realizasse partidas da Liga dos Campeões no país - o time está classificado para as quartas de final.
Pouco antes da entrevista do primeiro-ministro, a rádio "RMC" publicou em seu que o restante da Ligue 1 e suas divisões inferiores seria cancelado, restando as decisões acerca de campeões, classificações para torneios europeus e rebaixamento/acesso.
O Campeonato Francês foi suspenso ao fim da vigésima oitava rodada, na primeira semana de março, tendo o Paris Saint-Germain como líder com 68 pontos, 12 pontos a mais que o Olympique de Marselha.
O Rennes, terceiro colocado, completava a zona de classificação para a Champions, e o Lille, quarto, ficaria com a única vaga da Liga Europa.
O Nimes, décima oitava, disputaria um playoff para não ser rebaixado, enquanto Amiens e Toulouse cairiam direto para a segunda divisão.
A UEFA modificou sua postura quanto ao possível encerramento prematuro das ligas nacionais na última semana, diante da força que a pandemia do novo coronavírus ainda apresente em alguns países europeus.
Inicialmente, a confederação afirmou que não permitiria que os torneios fossem finalizados sem a realização dos jogos restantes e chegou a ameaçar países que tomasse tal decisão com a exclusão de competições continentais.
Mas após uma semana de reuniões com as federações, representantes dos clubes e do sindicato de jogadores, a UEFA mudou o tom e indicou que questões econômicas ou de saúde pública poderiam levar à interrupção ou mudança no formato das ligas.
Foram duas as "razões legítimas" indicadas pela confederação como aceitáveis para tal cenário.
Existência de uma ordem oficial que proíba eventos esportivos e impeça que as competições domésticas possam ser concluídas antes de uma data que permita encerrar a temporada atual em tempo hábil antes do início da próxima.
Problemas econômicos intransponíveis que impossibilitem o término da temporada, pois colocariam em risco a estabilidade financeira de longo prazo da competição e/ou dos clubes nacionais.
Ao falar dos esportes, o primeiro-ministro francês indicou que estará permitida a prática de esportes individuais em lugares não-cobertos em dias ensolarados.
Qualquer esporte em equipe ou de contato seguem vetados, assim como atividades em locais fechados.
Praias ficarão fechadas até o dia 1º de junho, e grandes eventos, com mais de 5 mil pessoas, só poderão ser realizados a partir de setembro, precisando de autorização do governo.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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