Processo que investigava corrupção na escolha da sede da Copa de 2006 é prescrito.
Por causa de pandemia de coronavírus, justiça suíça não consegue dar veredito para o caso do mundial da Alemanha, que prescreve nesta segunda-feira (27).
O processo que corria no Tribunal Penal Federal da Suíça (TPF) desde o dia 9 de março está extinto, de acordo com as autoridades do país.
Com isso, não será possível descobrir se a Alemanha comprou o direito de sediar da Copa de 2006.
O veredito tinha que sair até esta segunda, exatamente 15 anos após os supostos delitos cometidos pelos réus.
Horst Rudolf, à esquerda, Theo Zwanziger, ao centro, e Wolfgang Niersbach são acusados de participar de um esquema de corrupção. (Foto: Globoesporte.globo.com) |
Neste caso, Theo Zwanziger e Wolfgang Niersbach, ex-presidentes da Federação Alemã de futebol, Horst Rudolf Schmidt, antigo secretário-geral da entidade, e o suíço Urs Linsi, ex-secretário geral da FIFA, eram acusados de desvio de dinheiro público e cumplicidade em esquema de corrupção.
Um outro processo pelos mesmos crimes, cujo réu era Franz Beckenbauer, zagueiro campeão do mundo em 1974 e chefe do comitê organizador local daquela Copa do Mundo, também foi prescrito nesta segunda. Esse caso corria separadamente devido ao estado de saúde de Beckenbauer.
Aberto no dia 9 de março, o processo foi suspenso quatro dias mais tarde devido à pandemia de coronavírus.
Os quatro acusados são idosos e alegaram o risco de comparecer presencialmente às sessões, já que fazem parte do grupo de risco.
O tribunal suíço acatou o pedido e o caso corria a portas fechadas.
Os quatro acusados deveriam explicar um pagamento de 10 milhões de francos suíços.
Segundo o indiciamento do Ministério Público suíço (MPC), Zwanziger, Niersbach e Schmidt teriam, com a ajuda de Urs Linsi, camuflado o destino real do dinheiro.
Os quatros réus reembolsaram Franz Beckenbauer, que pegou um empréstimo ao assumir a presidência honorária do comitê organizador.
De acordo com o jornal Tribune de Genève, o ex-defensor obteve esse dinehiro de Robert Louis-Dreyfus, à época executivo da Adidas.
Beckenbauer precisava desse montante para convencer o tesoureiro da FIFA, Mohammed Bin Hammam, a conceder um adiantamento de 250 milhões de euros para ter direito à organização da Copa do Mundo.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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