Brasil pega contramão do futebol europeu e quer acelerar retorno.
CBF quer a volta do futebol. (Foto: Maquinadoesporte.uol.com.br) |
Holanda e França não terminarão temporada; aqui, ideia é voltar com Estaduais.
A ansiedade que começa a pressionar o futebol brasileiro para retomar suas atividades ficou evidente após uma reunião virtual realizada nesta terça-feira (28) entre representantes das federações estaduais e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
No encontro, a entidade pré-fixou a data de 17 de maio como provável retorno dos Estaduais e liberou os clubes para retomarem os treinamentos a partir da próxima sexta-feira (1°).
A decisão deu autonomia às federações para que elas debatam com seus governos locais as chances de retomar os treinos e os jogos, que deverão seguir um protocolo de testagem de atletas para ter mais segurança.
Ela foi tomada no mesmo dia em que o Brasil ultrapassou a marca de 5 mil mortes pelo coronavírus e contrasta com o que ocorre na Europa, onde o pico de contágio já foi alcançado.
No Velho Continente, a Liga de Futebol Profissional (LFP), da França, tomará a decisão de cancelar a edição 2019/2020 da Ligue 1 após o governo local proibir qualquer evento esportivo no país até o mês de setembro.
A decisão de como ficam as posições finais do campeonato será tomada depois de uma reunião virtual nesta quinta-feira (30).
A decisão deve seguir a que foi tomada pela Federação Holandesa (KNVB), que anunciou que o torneio local, a Eredivisie, não terá campeão nesta temporada.
A atitude revoltou alguns clubes, mas na Holanda também está proibida qualquer atividade até o mês de setembro.
Torneio que estava mais próximo de retomar o calendário, a Bundesliga viu arrefecer os planos para voltarem os jogos no próximo dia 9 de maio.
Uma reunião que aconteceria entre dirigentes e representantes do governo, marcada para esta quinta-feira (30), foi postergada para o dia 6 de maio.
O motivo?
Aumento no número de casos do coronavírus no país alemão, que havia relaxado o isolamento.
O freio das pretensões europeias contrasta com a pressa dos times brasileiros.
O motivo que move os dois mercados em direções opostas é o quanto os clubes estão tranquilos financeiramente.
Na Europa, a UEFA (União das Associações Europeia de Futebol) já anunciou que vai ajudar entidades com uma verba de cerca de € 70 milhões.
Por aqui, a CBF já prometeu um auxílio a clubes menores, mas o caixa apertado da maioria dos clubes tem servido como instrumento de pressão para o retorno o mais breve possível.
Para piorar o cenário tupiniquim, o desejo da Globo de reduzir o repasse aos clubes pelos próximos três meses, que seriam compensados até o final do ano, deixa o cenário ainda mais pessimista.
O bom senso e a proteção à saúde podem ser jogados fora pela preocupação dos dirigentes com o fluxo de caixa.
Reportagem: Maquinadoesporte.uol.com.br
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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