Taffarel sobre o pênalti de Baggio em 1994: 'Senti que a Copa acabaria ali'.
Jogador italiano chutou a bola por cima do travessão e deu ao Brasil o tetracampeonato mundial.
Taffarel é abraçado pelos jogadores da seleção após o pênalti cobrado por Baggio. (Foto: AFP/17.07.1994) |
Goleiro do tetra, herói em contraponto ao vilão Roberto Baggio, Taffarel interpreta de maneira diferente a cobrança do adversário, e diz que previu que o italiano perderia (mandou por cima do travessão).
Neste domingo (26), às 16 horas (horário de Brasília), a "Rede Globo", reprisa a final da Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos.
Acha que cobrar um pênalti na situação do Baggio (se perder, o Brasil era campeão) é mais complicado?
Sim, pênalti já é uma pressão muito grande para o batedor.
Numa Copa do Mundo, você tendo a última chance...
Até para um batedor como o Baggio.
Experiência ele tinha, mas é impressionante como a responsabilidade afeta muito.
Por que acha que ele errou?
O Dunga tem uma teoria que eu acho que decifrou bem a cobrança dele.
Acho que ele ia chutar para o lado que eu saltei.
Quando me viu, tentou mudar o canto, pegou muito embaixo na bola e ela subiu.
Para ele ter chutado tão mal assim...
Acha que o cansaço do jogo pegou?
Estava muito calor...
Acho que o cansaço influi pouco na disputa de pênalti.
É mais o cansaço mental do que físico.
Entre a prorrogação e os pênaltis tem um tempo, você consegue recuperar um pouco.
O cansaço mental que é complicado: a caminhada do centro do campo até a área, a pressão, o estádio em silêncio...
Estudou o Baggio antes?
Era o grande jogador na época.
Demos uma estudada, mas eu não gostava muito de olhar nas estatísticas e sim o momento.
Tentava tirar alguma coisa antes da batida, ter alguma intuição.
A cobrança dele foi muito ruim, ninguém esperava, mas eu sim.
Antes do Baggio bater senti que a Copa acabaria ali.
Só não sabia como, se eu ia defender ou se ele ia chutar para fora.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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