domingo, 26 de abril de 2020

Taffarel no dia do Tetra

Taffarel sobre o pênalti de Baggio em 1994: 'Senti que a Copa acabaria ali'.

Jogador italiano chutou a bola por cima do travessão e deu ao Brasil o tetracampeonato mundial.
Taffarel é abraçado pelos jogadores da seleção após o pênalti cobrado por Baggio. (Foto: AFP/17.07.1994)
Goleiro do tetra, herói em contraponto ao vilão Roberto Baggio, Taffarel interpreta de maneira diferente a cobrança do adversário, e diz que previu que o italiano perderia (mandou por cima do travessão). 

Neste domingo (26), às 16 horas (horário de Brasília), a "Rede Globo", reprisa a final da Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos.

Acha que cobrar um pênalti na situação do Baggio (se perder, o Brasil era campeão) é mais complicado?

Sim, pênalti já é uma pressão muito grande para o batedor. 

Numa Copa do Mundo, você tendo a última chance... 

Até para um batedor como o Baggio. 

Experiência ele tinha, mas é impressionante como a responsabilidade afeta muito.

Por que acha que ele errou?

O Dunga tem uma teoria que eu acho que decifrou bem a cobrança dele. 

Acho que ele ia chutar para o lado que eu saltei. 

Quando me viu, tentou mudar o canto, pegou muito embaixo na bola e ela subiu. 

Para ele ter chutado tão mal assim...

Acha que o cansaço do jogo pegou? 

Estava muito calor...

Acho que o cansaço influi pouco na disputa de pênalti. 

É mais o cansaço mental do que físico. 

Entre a prorrogação e os pênaltis tem um tempo, você consegue recuperar um pouco. 

O cansaço mental que é complicado: a caminhada do centro do campo até a área, a pressão, o estádio em silêncio...

Estudou o Baggio antes?

Era o grande jogador na época. 

Demos uma estudada, mas eu não gostava muito de olhar nas estatísticas e sim o momento. 

Tentava tirar alguma coisa antes da batida, ter alguma intuição. 

A cobrança dele foi muito ruim, ninguém esperava, mas eu sim. 

Antes do Baggio bater senti que a Copa acabaria ali. 

Só não sabia como, se eu ia defender ou se ele ia chutar para fora.

Reportagem: Globoesporte.globo.com

Adaptação: Eduardo Oliveira

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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