sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Vasco não consegue o CND

Sem CND, Vasco caminha para o sexto ano com parcela de patrocínio retida pela Caixa.

Clube tem R$ 6 milhões para receber de cota de patrocínio desde 2017, ainda na gestão de Eurico Miranda. 

Obter Certidão Negativa de Débitos foi promessa de campanha de Jorge Salgado.

Em manifesta dificuldade financeira, o Vasco caminha para o sexto ano com uma parcela milionária de patrocínio retida pela Caixa Econômica Federal pelo fato de o clube não ter a Certidão Negativa de Débitos (CND).

De acordo com o balanço financeiro de 2020, o mais recente divulgado pelo clube, são cerca de R$ 6 milhões (valor bruto) que o Vasco tem para receber desde 2017. 

A tentativa de desbloquear esse dinheiro, portanto, já foi responsabilidade de três gestões diferentes: de Eurico Miranda, de Alexandre Campello e agora de Jorge Salgado.

Em números reais, o Vasco calcula que deve receber o valor compatível a R$ 4 milhões (líquido), como disse o VP (Vice-Presidente) de Finanças Adriano Mendes na proposta de orçamento para 2022 apresentada na reunião do Conselho Deliberativo na última terça-feira.

Ao globo esporte, o VP explicou que está conversando com a Caixa, que deve "glosar alguns dos documentos" apresentados pelo clube até então. 

O que, atrelado aos juros e correção da inflação, esclarecem a redução no valor. 

No entanto, ainda não se sabe quando esse pagamento vai cair na conta.

A parcela retida pela Caixa faz parte do que a pasta de Mendes chama de "atrasos operacionais" - na prática, o dinheiro que o Vasco planejou receber, mas que acabou não chegando. 

Até outubro, os atrasos foram de cerca de R$ 20 milhões. 

Também fazem parte desse grupo valores não recebidos pelas negociações de Talles Magno (New York City), Arthur Sales (Lommel) e Nathan (Boa Vista), por exemplo.

O Vasco vai encerrar o ano de 2021 devendo os salários referentes ao mês de novembro e o décimo terceiro a funcionários e jogadores.

CND é promessa de Salgado: Os R$ 6 milhões dizem respeito à última parcela do patrocínio da Caixa, que até 2017 estampava a marca no uniforme do Vasco. 

Enquanto o clube não recuperar sua CND, que é o atestado da Receita Federal de que a agremiação está em dia com suas obrigações tributárias e fiscais, esse valor não será liberado. 

A última certidão vascaína venceu em 20 de setembro de 2017.

Dos 40 clubes das Séries A e B, 18 não tem CND, a metade quase - conforme dados da Receita Federal de 2021. 

O Vasco é um dos que está há mais tempo sem o documento, afinal, a maioria expirou a partir de 2019.

A obtenção da CND foi uma das promessas que pavimentou a campanha de Jorge Salgado. 

No documento de Declaração de Compromissos, ao comentar sobre as propostas para os esportes olímpicos, o atual presidente afirmou: "Devolveremos ao clube sua Certidão Negativa de Débito".

Sem a CND, os clubes não podem receber dinheiro de empresas estatais e nem captar recursos por meio de leis de incentivos fiscais. 

Alexandre Campello, que assumiu a presidência após Eurico Miranda, disse em entrevista ao globo esporte no ano passado que só não conseguiu a certidão porque foram descobertas outras dívidas em cima da hora.

"Em determinando momento, ficamos próximos de conseguir. Eu paguei tudo que tinha ficado para trás. Quando fomos na Receita para dar entrada no pedido, ao fazer o cruzamento dos dados, eles levantaram uma série de débitos que não eram conhecidos pois foram pagamentos feitos a menor. Ou seja, pagou-se guias com valor menor do que se deveria. O que se imaginava estar em dia, na realidade, não estava", alegou ele.

No começo de 2020, o Sindicato dos Empregados em Clubes, Federações e Confederações Esportivas e Atletas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro (Sindeclubes) entrou na Justiça para pedir que a verba fosse liberara para o pagamento de salários atrasados. 

Porém, a Caixa recorreu da primeira decisão que determinava o repasse do dinheiro e obteve autorização judicial para não liberá-lo.

Reportagem: Globoesporte.globo.com

Adaptação: Eduardo Oliveira

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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