terça-feira, 30 de maio de 2023

Fraude versão 2023

Jogos do Paulista e Gaúcho de 2023 foram denunciados por fraude, segundo promotor do MP-GO (Ministério Público de Goiás).

Na CPI (Comissão parlamentar de inquérito) da Manipulação no Futebol, Fernando Cesconetto diz que há indicativos de manipulação em outros estaduais e explica que "não há indicativos de participação de dirigentes e casas de apostas"

Em depoimento na CPI da Manipulação no Futebol, Fernando Cesconetto, promotor do Ministério Público de Goiás, disse que jogos dos Campeonatos Paulista e Gaúcho de 2023 foram denunciados por fraude. 

De acordo com ele, há indicativos de manipulação em outros estaduais desta temporada.

"No Campeonato Paulista e Gaúcho, as partidas denunciadas são na fase de classificação. As partidas são específicas, embora sejam penalmente relevantes, não afetaram a competição de maneira generalizada, nem o resultado de quem deveria ou não ser campeão", afirmou.

Segundo o promotor, as fraudes foram em dois jogos de cada campeonato. 

Em uma das partidas Paulistão, existiu a oferta do apostador, mas o atleta não aceitou.

Cesconetto também informou que o foco das investigações estão em jogos a partir do segundo semestre de 2022 até o momento. 

Ele ressaltou que não há indícios da participação de dirigentes e casas de apostas nas manipulações de resultados.

"Não há indicativos de participação de dirigentes e casas de apostas. Campeonato Paulista e Campeonato Gaúcho já denunciamos. Há indicativos de manipulação em outros estaduais em 2023. Há materiais referentes a atletas, um especial que atua na Major League Soccer (campeonato dos Estados Unidos). Nosso foco é de 2022 em diante", explicou.

Atuação dos apostadores: O promotor do MP-GO explicou que a forma de atuação dos apostadores era enviar um depósito inicial no valor de R$ 10 mil como proposta e depois outro de R$ 140 mil para os atletas em caso de êxito no evento.

"Os apostadores não atuavam de forma isolada. Um jogo manipulado não traria lucro para ter o retorno dessa aposta. Então, eles procuram fazer apostas múltiplas com mais jogadores, para aumentar o seu lucro. E, assim, casar apostas naquela rodada para aumentar o lucro, que se chega a R$ 1 milhão, R$ 2 milhões de lucro para os apostadores", disse.

Em meio a primeira fase da investigação, foram identificadas quatro partidas da Série B de 2022. 

Três relacionados a encomenda de pênalti no primeiro tempo e outra com tentativa de convencer o jogador a ser expulso, com promessa de pagamento de R$ 400 mil.

Funcionamento do esquema: O promotor disse que haviam diferentes funções no esquema de manipulações de resultados, como financiadores, apostadores, intermediadores e o núcleo administrativo.

Os financiadores cuidavam para que existisse verba suficiente para corromper jogadores, além de fornecer dinheiro para abastecer as contas de apostadores.

Já os apostadores aliciavam os atletas, com promessas em troca de situações nas partidas, como cartões amarelos, vermelhos e pênaltis. 

Também eram os responsáveis por assegurar os placares nas partidas.

O intermediador, por sua vez, era a ponte entre os jogadores e apostadores. 

O núcleo administrativo atuava com apoio em transferências bancárias para jogadores.

Ao fim, Fernando Cesconetto disse que as investigações continuam e a Operação Penalidade Máxima está na terceira fase.

Reportagem: Globoesporte.globo.com

 

Adaptação: Eduardo Oliveira

 

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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