Zé Roberto monta "esboço", e Brasil encara China na estreia da Liga das Nações.
Técnico sofre com calendário apertado e vai à quadra sem nomes importantes, como Gabi e Thaísa: "A gente vai ter de ter um cuidado muito grande em tudo", diz o treinador.
O Brasil que vai entrar em quadra do ginásio em Nagóia, às 6 horas (horário de Brasília), não é um Brasil pronto.
Longe disso.
Na estreia da Liga das Nações, contra a China, a seleção ainda é um time em formação.
Foram apenas duas semanas de treinos, com uma longa viagem ao Japão no meio.
Diante de um calendário apertado, a equipe de José Roberto Guimarães encara seus próprios limites no primeiro desafio da temporada.
A Liga das Nações abre um ano importante para a seleção.
Logo mais, em setembro, a equipe vai em busca da classificação olímpica, também em torneio a ser disputado no Japão.
Zé Roberto, claro, queria mais tempo antes de colocar o time em quadra.
Nomes importantes, como Gabi, Thaísa e Rosamaria, ainda não estão à disposição.
No caminho até a estreia, a seleção fez três amistosos contra o Japão, em formato de quatro sets, com duas vitórias e um empate.
"Essa escolha do grupo foi baseada em alguns problemas, dentro do planejamento que a gente teve lá no início. É um ano muito atípico. Está tudo muito apertado. Talvez seja o primeiro ano, de todos os que passaram, que nós treinamos tão pouco. A gente se encontrou poucas vezes. A gente vai ter de ter um cuidado muito grande em tudo. Em preparação, ainda que a maioria já esteja com ritmo, vindo dos clubes", disse Zé Roberto.
A seleção conta com 14 jogadoras em Nagóia. São atletas conhecidas, como Carol e Macris, em meio a novidades, como a estreante Maiara Basso.
Zé Roberto deverá contar com o reforço do restante do grupo na etapa de Brasília, daqui a duas semanas. Mas, ainda assim, espera uma seleção competitiva, em busca dos melhores resultados.
Tudo para não correr riscos.
Na atual corrida olímpica, todos os jogos importam.
Uma derrota faz com que a seleção perca pontos no ranking, segundo critério em busca de uma vaga nos Jogos de Paris.
Caso não consiga a classificação pelo Pré-Olímpico, a seleção vai precisar estar bem posicionada na lista para se garantir nos Jogos.
"Ano muito importante. É a maior preocupação que nós temos. O aperto do calendário esse ano, com competições importantes. Lógico que nossa principal competição é em setembro, o Pré-Olímpico. Mas, por causa do ranqueamento, se você perder jogos, você cai. Você precisa levar todos os jogos em consideração. Temos de subir no ranking o tempo inteiro. Porque também é classificatório para as Olimpíadas".
Em Nagóia, porém, a seleção conta com reforços. Ana Cristina, Julia Bergmann e Diana, que ficaram fora do Mundial, no ano passado, estão de volta à seleção.
É uma equipe jovem, mas que já mostrou força na temporada passada, quando acabou com o vice na Liga. E a estreia é logo contra um dos maiores rivais do Brasil.
"É um grupo jovem, a maioria. Jogadoras que já estiveram na seleção, exceto a Maiara Basso e a Laís (líbero), que não tinham sido chamadas para a seleção adulta. Mas é um grupo que precisa ter essas experiências e avaliações. Vamos jogar com seleções fortes nessa primeira fase. Primeiro jogo já chega para dar aquele “tchan”, que é a China. É uma das nossas eternas rivais".
As primeiras etapas, claro, servirão de testes para nomes que estão chegando. Zé Roberto, porém, ressalta que conta com todas no caminho até o Pré-Olímpico.
E, claro, volta a falar da importância de conquistar bons resultados e garantir a vaga na fase final da Liga.
"A gente conta com todo mundo. Não dá para levar só para ter experiência. A gente leva para compor o time e para tentar vencer todos os jogos. Sair com o maior número de vitórias possível e, se possível, caminhar cada vez mais para classificar para a fase final na Liga das Nações. É importante que tenham suas experiências, mas que também tenham bons resultados. Na fase final, vão estar as melhores seleções do mundo. E a melhor maneira de você confrontar o seu nível é jogar contra as melhores do mundo".
Nas últimas competições, o Brasil tem batido na trave.
Foi vice nas Olimpíadas, no Mundial e nas três últimas finais da Liga das Nações.
Ao fazer o recorte das últimas decisões, Zé Roberto lembra que enfrentou rivais diferentes: Estados Unidos, Itália e Sérvia.
Falta dar o passo em busca do título.
"Nas últimas competições que disputamos, nós chegamos a finais, com equipes diferentes. Chegar ali já é muito difícil. A gente tem de dar esse salto de qualidade de ganhar grandes competições. E isso que é o nosso objetivo. Essa parte mental, a gente precisa trabalhar cada vez mais e cada vez melhor para que a gente consiga ganhar uma competição como essa. E colocar o Brasil entre as melhores equipes do mundo".
Como é o esquema de classificação da Liga das Nações:
A Liga das Nações é disputada entre 16 seleções, com duas fases de competição.
Na primeira, cada equipe joga 12 vezes, em três etapas diferentes.
Cada jogo vale pontos para a tabela classificatória.
Ao final das três rodadas, as oito melhores equipes avançam à fase final.
O país que sediar a disputa pelo título tem lugar garantido entre os classificados.
No caso da competição feminina, os Estados Unidos já têm lugar reservado.
Na fase final, o formato é de eliminação direta.
Ou seja: nas quartas de final, o primeiro colocado encara o oitavo e assim por diante.
Na sequência, serão disputadas as semifinais e as finais.
Confira os jogos da seleção na primeira semana da Liga das Nações:
Quarta-feira (31/05/2023)
6 horas (horário de Brasília) – Brasil X China
Quinta-feira (01/06/2023)
6 horas (horário de Brasília) – Brasil x Holanda
Sábado (03/06/2023)
0h40 (horário de Brasília) – Brasil X República Dominicana
Domingo (04/06/2023)
0h40 (horário de Brasília) – Brasil X Croácia
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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