Verstappen desafia chuva e vence Grande Prêmio de Mônaco de ponta a ponta.
Chuva que bagunçou o grid na volta 52 da corrida não abalou a consistente prova do holandês, que fatura sua quarta vitória de 2023 e a segunda em Monte Carlo.
Alonso e Ocon completam pódio.
Não teve chuva, pressão dos rivais ou qualquer outra coisa que abalasse Max Verstappen neste domingo (28).
O bicampeão da RBR conquistou uma sólida vitória no Grande Prêmio de Mônaco após largar da pole position e dominar o segundo colocado, Fernando Alonso, que obteve seu centésimo terceiro pódio da carreira.
Esteban Ocon chegou em terceiro lugar, terminando uma corrida entre os três primeiros pela terceira vez na Fórmula 1, e a primeira em 2023.
Depois de chegar em terceiro em quatro corridas, Alonso voltou a cruzar a linha de chegada na segunda colocação, algo que o bicampeão da Aston Martin não fazia desde o Grande Prêmio da Hungria de 2014, quando corria pela Ferrari.
Para Verstappen, valeu sua segunda vitória em Mônaco, compensando ainda a chance perdida na corrida de 2022 no Circuito de Monte Carlo por um erro de estratégia da RBR.
O bicampeão tem quatro vitórias em seis corridas na atual temporada e estende sua vantagem na liderança.
O que se encaminhava para uma corrida monótona, sem grandes mudanças nas 13 primeiras colocações do grid por mais de uma hora, mudou de cara com a chegada da chuva na volta 52 de 78.
A precipitação não foi capaz de tirar a vitória de Verstappen mas pôs à prova a estratégia da Aston Martin com Alonso e pôs a Mercedes no caminho do pódio.
A mudança no tempo provocou ainda uma série de colisões na prova, que terminou com dois abandonos.
Resultado do Grande Prêmio de Mônaco da Fórmula 1 de 2023:
Posição Piloto (equipe) Diferença
1º Lugar Max Verstappen (RBR) -
2º Lugar Fernando Alonso (Aston Martin) +27s921
3º Lugar Esteban Ocon (Alpine) +36s990
4º Lugar Lewis Hamilton (Mercedes) +39s062
5º Lugar George Russell (Mercedes) +56s284
6º Lugar Charles Leclerc (Ferrari) +1m01s890
7º Lugar Pierre Gasly (Alpine) +1m02s362
8º Lugar Carlos Sainz (Ferrari) +1m03s391
9º Lugar Lando Norris (McLaren) 1 volta
10º Lugar Oscar Piastri (McLaren) 1 volta
11º Lugar Valtteri Bottas (Alfa Romeo) 1 volta
12º Lugar Nyck de Vries (AlphaTauri) 1 volta
13º Lugar Guanyu Zhou (Alfa Romeo) 1 volta
14º Lugar Alexander Albon (Williams) 1 volta
15º Lugar Yuki Tsunoda (AlphaTauri) 2 voltas
16º Lugar Sergio Pérez (RBR) 2 voltas
17º Lugar Nico Hulkenberg (Haas) 2 voltas
18º Lugar Logan Sargeant (Williams) 2 voltas
- Kevin Magnussen (Haas) ABANDONOU
- Lance Stroll (Aston Martin) ABANDONOU
A Fórmula 1 retorna já no próximo fim de semana, em 4 de junho, com o Grande Prêmio da Espanha.
A prova no Circuito de Barcelona-Catalunha será válida como a sétima etapa do campeonato.
Verstappen sai de Monte Carlo com 144 pontos no Mundial de pilotos, ampliando sua vantagem sobre o vice-líder Sergio Pérez para 105 pontos.
Fernando Alonso anota 93 pontos, em terceiro lugar.
São 24 pontos a mais que Lewis Hamilton, quarto colocado no campeonato e na corrida.
A RBR segue dominando o campeonato de construtores com 249 pontos, à frente da Aston Martin.
A equipe de Alonso, porém, está a um ponto de perder a vice-liderança para a Mercedes.
A largada: Nada mudou para os 13 primeiros colocados, liderados pelo pole position Verstappen.
No fundo do grid, porém, a história foi outra: Nico Hulkenberg foi quem mais ganhou posições, de décimo oitavo lugar para décimo quarto lugar, apesar de bater em Logan Sargeant e ser punido com 5 segundos.
Em décimo quart lugar, Lance Stroll encostou no muro da curva do Grand Hotel e acabou sofrendo um dano em sua Aston Martin e furando um dos pneus.
Guanyu Zhou (décimo nono lugar), Sergio Pérez (vigésimo lugar), e Hulkenberg visitaram os boxes ainda na volta de abertura e saíram dos pit stops com pneus duros; o primeiro calçava macios e os outros dois pilotos, médios.
Como defender uma vitória: Apesar de não deixar a ponta em momento algum, Verstappen demorou a engatar na corrida; precisou de 15 voltas para construir uma vantagem mais sólida sobre Alonso.
A partir daí, porém, a diferença que não passava dos 3s dobrou, triplicou e quase quadruplicou.
O bicampeão da Aston Martin conseguiu diminuir a diferença perto da metade da corrida, descontando quase 7 segundos do rival.
No entanto, Max voltou a crescer na prova enquanto o veterano da espanhol começou a sofrer com a degradação dos pneus.
Tudo mudou para Alonso, porém, com a chegada da chuva.
Quase perdeu tudo: A prometida chuva chegou na volta 52 e, em apenas três giros, ganhou muita força.
Mas o que chamou atenção foi o deslize da Aston Martin, que chamou Alonso na volta 55 para trocar seus pneus duros pelos... médios.
A equipe percebeu que os rivais que orbitavam a posição do bicampeão aderiram aos pneus intermediários e, na volta seguinte, o chamou novamente para colocar os pneus intermediários.
Para sorte do espanhol, ele conseguiu manter-se em segundo lugar.
Dia ruim no escritório para Sainz: Com a punição de Charles Leclerc, Carlos Sainz foi o mais bem colocado da Ferrari no grid inicial, em quarto lugar.
Mas o que começou como um duelo fácil contra Esteban Ocon, terceiro colocado, declinou ao longo da prova.
O espanhol ficou preso atrás do francês e viu falhar a estratégia de forçar os pneus da Alpine.
Ele escapou da chicane Nouvelle e quase acertou o rival.
Uma parte da asa dianteira do espanhol foi danificada, o que acionou uma bandeira amarela para remoção de detritos da pista.
O erro permitiu que Hamilton se aproximasse do piloto da Ferrari, de olho em sua posição.
A escuderia ensaiou dois blefes para tentar passar Ocon, chamando Sainz aos boxes.
A técnica, porém, não funcionou bem, já que o "plano" foi exposto pelo rádio da equipe.
O piloto do carro 55 visitou os boxes na volta 34 e voltou em sexto, mas ainda atrás de Ocon.
Sainz chegou a passar o francês fora da pista pouco antes da chuva chegar, na volta 52.
Porém, teve que devolver a posição.
A decisão de manter os pneus médios apesar da chuva ganhar força não se mostrou positiva.
Ele rodou e, depois de colocar os pneus intermediários, quase acertou Leclerc pouco antes do pit stop duplo da Ferrari.
O espanhol cruzou a linha de chegada em oitavo.
O outro lado da moeda: Se a RBR celebrou mais um triunfo com Verstappen, Sergio Pérez também teve um domingo muito difícil.
O mexicano largou em vigésimo lugar após bater no Q1 da classificação e trocou os pneus médios da largada pelo duros ainda na primeira volta.
Ele chegou até o décimo sexto posto, protagonizando uma disputa extensa com Kevin Magnussen e Lance Stroll pelo décimo quarto lugar.
Porém, na metade da prova, o vencedor do Grande Prêmio de Mônaco de 2022 espalhou o carro sobre o canadense da Aston Martin, embora tenha alegado que foi empurrado pra fora.
Pérez ainda acertaria Magnussen, voltando para décimo sexto lugar.
Na volta 36, ele visitou os boxes uma segunda vez para retornar aos pneus médios e trocar o bico de seu carro.
A parada levou 11 segundos.
A partir daí, o mexicano ficou preso em décimo nono lugar até a chegada da chuva; colocou os pneus intermediários e, depois, os de chuva na volta 59, quando estava no décimo sétimo lugar.
Ao sair do pit lane, o piloto do carro 11 colidiu com Russell, que encontrou atravessado na pista.
Por consequência, ele arrastou sua RB19 pelo muro na saída da Mirabeau.
Na volta 72, mais um pit stop: dessa vez, para por os intermediários de novo.
No fim, Pérez ficou com o décimo sexto lugar, tendo levado duas voltas de Verstappen.
O que tinha de melhor: Se foi difícil para a Mercedes fazer frente à Ferrari na pista seca, a chegada da chuva permitiu que a equipe alemã pudesse se aproximar mais do pódio, aproveitando ainda os deslizes de Sainz e a queda de rendimento de Leclerc, que terminou a corrida na posição que largou.
Antes, Lewis Hamilton e George Russell estavam virtualmente abaixo do top 5.
Mas a decisão da equipe alemã e antecipar a troca de pneus de pista seca pelos intermediários mostrou-se efetiva.
Hamilton conseguiu descontar a diferença para Ocon de quase 2 segundos para apenas meio.
Entretanto, foi difícil alcançar o rival da Alpine e o heptacampeão saiu de Monte Carlo como o "melhor do resto" em quarto lugar, após partir da quinta colocação.
Russell, que ainda não tinha feito sua troca de pneus até a volta 55, foi punido em 5 segundos por entrada insegura no pit lane: após deixar os boxes, ele acabou parando na pista para evitar contato com Lance Stroll.
Sem visiblilidade devido à chuva, foi atingido por Pérez na entrada da curva Mirabeau.
Apesar da sanção, ele manteve o quinto lugar, tendo largado em oitavo.
Festival de batidas com chuva: Os primeiros incidentes se deram com Sainz, que mal ou bem, permaneceu na prova.
Mas aí, começaram as colisões: o primeiro foi Lance Stroll, na quinquagésima sétima volta.
Ele foi o primeiro a abandonar a corrida.
Depois foi a vez de Kevin Magnussen, que retornou aos boxes para trocar o bico de sua Haas, mas desistiu da corrida no fim.
No quinquagésimo nono giro, Logan Sargeant também sofreu uma pequena colisão na curva do Grand Hotel.
Na volta 70, Yuki Tsunoda rodou na Mirabeau após uma série de reclamações sobre os freios de sua AlphaTauri e caiu de décimo para décima quinta posição, ascendendo Oscar Piastri, décimo primeiro lugar colocado, à zona de pontuação.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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