sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Pelé quase jogou no Vasco

Vasco tentou contratar Pelé após Rei vestir a camisa do clube em 1957.

Historiador relembra as quatro partidas do Rei do Futebol com a camisa vascaína que fizeram o Santos o considerar inegociável quando Pelé tinha apenas 16 anos.

Vascaíno declarado, Pelé teve a oportunidade de atuar em quatro partidas pelo clube em 1957, em um combinado entre Vasco e Santos no Maracanã. 

O que nem todos se lembram é que o time de São Januário tentou a contratação do então jovem de 16 anos, mas viu a diretoria santista torná-lo inegociável pelo ótimo desempenho apresentado no Rio de Janeiro.

Antes mesmo do torneio em um dos principais palcos do futebol mundial, o Vasco foi até Santos tentar contratar um jogador da equipe da Vila Belmiro. 

O alvo do então vice-presidente de futebol Antônio Calçada era Del Vecchio. 

O atacante Ítalo-brasileiro marcou 105 gols em 180 jogos pelo Peixe entre 1953 e 1957.

O clube santista, porém, não aceitou negociá-lo, mas ofereceu um jovem promissor de apelido Pelé ao Vasco. 

Na época, o Rei ainda era reserva e não tinha recebido oportunidades. 

Calçada recusou e preferiu esperar ver o atacante em ação no torneio que as equipes preparavam para o Maracanã. 

Pelé estourou naqueles quatro jogos no Rio, e o Santos não quis mais conversa.

Quem conta a história são o historiador Walmer Santana e o vice-presidente do clube, Carlos Roberto Osório. 

Por pouco o Vasco não adquiriu Pelé um ano antes da Copa do Mundo de 1958.

"No início de junho de 1957, nosso então diretor Antônio Soares Calçada foi ao Santos para contratar um jogador, o Del Vecchio, que era titular do clube. O Santos não quis vender, mas ofereceu o reserva, que era o Pelé. O Vasco não abriu negociação, e o assunto morreu. Pouco tempo depois teve o torneio que o combinado Vasco-Santos jogou no Maracanã. O Pelé foi titular desse time e estourou aqui, foi um impacto gigantesco. O Vasco tentou retomar aquela conversa, mas o Santos já não quis mais negociar", disse Osório ao Globo Esporte.

Arrependido após ver Pelé em ação pelo combinado no Maracanã, Calçada, que depois foi presidente do Vasco, tentou voltar atrás. 

O historiador Walmer Santana diz que em um torneio seguinte disputado no Morumbi, o Rei foi tão bem que já saiu convocado para a seleção brasileira. 

A partir daí, o Santos já era irredutível em negociá-lo.

"Depois teve o Torneio do Morumbi, e o Pelé arrebentou. Logo após o último jogo ele já estava com a camisa da seleção brasileira. O Santos já o colocou como inegociável. Aí o Vasco não tentou mais, porque não tinha mais chance, assim como o Bellini era inegociável para o Vasco".

"Tinha o interesse de observar melhor o Pelé nesse torneio. Mas aí o Santos se fechou para negociações. Pelé cansou de falar que era vascaíno desde pequeno e que o Vasco que deu a oportunidade de ele ser conhecido no mundo todo", lembrou o historiador.

Pelé nunca escondeu sua paixão pelo Vasco. 

Em 2020, revelou gratidão pelo clube por ter sido lançado neste torneio, no combinado das duas equipes. 

O Rei do Futebol reafirmou ser vascaíno e disse que, se pudesse escolher outro time para ter defendido, escolheria o Vasco.

"Fui não, sou Vasco. Para quem não se lembra, sou ainda".

"Se eu tivesse que escolher um clube para ter jogado, eu escolheria o meu Vasco. Mas eu defendi o Vasco, mesmo que por poucos jogos. Foi o time que me deu essa oportunidade. Foi lá que eu me tornei conhecido no mundo todo, foi um combinado Santos e Vasco e jogamos com a camisa do Vasco", disse Pelé ao "Canal Pilhado".

Reportagem: Globoesporte.globo.com

 

Adaptação: Eduardo Oliveira

 

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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