Corinthians vê dinheiro em caixa para contratar "novo Fausto Vera".
Clube ainda prioriza transferências sem custos para 2023, mas está disposto a investir em atletas com potencial de valorização.
Diretoria prevê recorde de receitas no próximo ano.
2023 será desafiador para o Corinthians.
Após anos de disputa judicial e negociações com a Caixa Econômica Federal, o clube voltará a pagar o financiamento de sua arena.
Além disso, ainda convive com um endividamento alto, na casa de quase R$ 1 bilhão, e trabalha para enxugar despesas e tornar a gestão mais eficiente.
Mesmo assim, a diretoria alvinegra olha para o futuro com confiança e otimismo, após dois anos fechando as contas no azul.
Em seu último ano de mandato na presidência do Corinthians, Duilio Monteiro Alves vê espaço no caixa para investir em reforços na próxima temporada.
As prioridades seguem sendo a manutenção do atual elenco, sobretudo Yuri Alberto e Maycon, que estão emprestados, e a contratação de jogadores sem custo de direto econômico.
Porém, o Timão pensa em repetir um "case" de 2022: a chegada de Fausto Vera.
Indicado pelo técnico Vítor Pereira, o meio-campista argentino demandou um investimento alto para os padrões recentes do Corinthians.
O valor da compra pode passar de 6 milhões de dólares (cerca de R$ 31 milhões na cotação atual) se o volante atingir metas de jogos, títulos e convocações.
Porém, o clube entende que, além do ganho esportivo, Fausto Vera pode render retorno financeiro no futuro.
Com apenas 22 anos, o jogador defendeu seleções de base da Argentina e esteve cotado para ser convocado para a equipe principal recentemente.
É esse tipo de investimento que o Corinthians está disposto a fazer: em atletas jovens, com potencial de revenda, que não custem muito mais do que R$ 30 milhões de forma parcelada.
Como as fases decisivas das principais competições se concentram no segundo semestre, o clube não tem pressa para efetuar esses investimentos.
Por uma questão contábil, no orçamento para 2023 o Corinthians só informa o quanto pretende arrecadar com transferências (R$ 90,1 milhões), mas não quanto pretende gastar para se reforçar.
Internamente, porém, já se tem ideia dos valores disponíveis.
A previsão da diretoria para 2023 é de bater o recorde de receitas (R$ 821 milhões) e obter superávit mais uma vez, de R$ 20 milhões.
O Corinthians projeta, além de aumento no valor de patrocínios, uma injeção de dinheiro vinda da criação da liga do futebol brasileiro e do novo contrato de direitos de transmissão do Brasileirão.
Num cenário de bons resultados dentro de campo, com chegada às fases finais da Copa do Brasil e da Taça Libertadores da América, o faturamento poderia se aproximar da casa de R$ 1 bilhão, patamar já atingido por Flamengo e Palmeiras.
Em paralelo à busca por novas receitas, o Timão tenta sanear suas finanças.
O cenário atual de juros altos, com a taxa Selic a 13.75%, torna a dívida do clube mais cara e drena quase R$ 100 milhões do cofre alvinegro por ano.
Em 2022, o clube conseguiu refinanciar pendências que tinha com o Governo e obteve a certidão negativa de débitos, que lhe dá direito a captar recursos via Lei de Incentivo ao Esporte, esse dinheiro não pode ser investido no futebol profissional.
Até o momento, o Corinthians anunciou o retorno do atacante Ángel Romero e acertou a contratação do lateral-esquerdo Matheus Bidu, do Guarani.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário