Atletas de Uganda e Quênia vencem a São Silvestre 2022.
Queniana Catherine Reline e ugandense Andrew Kwemoi foram os campeões da nonagésima sétima edição da prova.
Brasileiros Jenifer Nascimento e Fábio Jesus Correia, que se emocionou falando na mãe, chegaram em quarto lugar.
As estrelas da nonagésima sétima Corrida Internacional de São Silvestre, que ocorreu na manhã deste sábado (31), vieram, mais uma vez, de países da África.
Atletas de Quênia, Uganda, Etiópia e Tanzânia dominaram o pódio da tradicional prova que encerra o ano esportivo brasileiro.
Entre as mulheres, a queniana Catherine Reline, de apenas 20 anos, liderou os 15 km da corrida de ponta a ponta e venceu a São Silvestre 2022 com o tempo de 49min39s.
Entre os homens, a vitória foi de Andrew Kwemoi, que se tornou o primeiro campeão de Uganda, com o tempo de 44min43s.
Os brasileiros mais bem colocados foram Jenifer Nascimento (54min02s), no feminino, e Fábio Jesus Correia (46min13s), no masculino, ambos subindo ao pódio na quarta colocação.
Fábio ainda emocionou o público que acordou cedo para assistir à prova pela Globo ao homenagear a mãe, que morreu em 2020.
Fabio Jesus Ferreira chora e lembra da mãe após conquista do quarto lugar:
"Pensando na minha mãe. Acho que ela estava dando força. Porque não é fácil. Nossa vida é um pouco sofrida. Trabalhei com Uber, sou coletor. Nossa vida é muito puxada. Chegar aqui e fazer uma coisa que muitos às vezes duvidavam... Sem palavras. Só agradecer a Deus, à minha família", disse o atleta de 24 anos, muito emocionado.
Fábio contou que não conseguiu ir ao enterro da mãe, na Bahia, mas que ela vive em suas lembranças.
"Quando eu saí da Bahia para vir trabalhar aqui, tem quatro anos, em São Paulo, eu deixei ela muito doente. E quando comecei a trabalhar com uber, não pude ir ao velório. E eu fiquei muito triste, ela sempre vai ser lembrada. Eu sou filho adotivo e ela foi quem me deu todo carinho, todo suporte. Por isso que esse carinho vai para ela. Onde ela estiver, eu acho que ela tá muito feliz que estou fazendo um bom papel. Ela pedia para eu fazer o bem, nunca maltratar ninguém. E hoje eu tô aqui, consagrado na São Silvestre".
No feminino, Jenifer Nascimento, terceira colocada no ano passado, novamente foi a brasileira mais bem colocada, ficando com o quarto lugar.
Jenifer do Nascimento fala de lesão em preparação e comemora pódio na São Silvestre:
"A São Silvestre é sempre difícil, sempre tem adversários de fora, quenianos que dão muito trabalho. E essa foi uma temporada muito longa, acabei me lesionando nos últimos dias de preparação para a prova, tive que ficar uns dias parada, e acho que isso acabou influenciando no meu resultado em relação ao tempo. Mas eu consegui o pódio, segunda vez seguida, então estou extremamente feliz", comentou Jenifer, de 31 anos.
O Brasil não sobe ao lugar mais alto do pódio em uma São Silvestre desde 2010, quando Marílson dos Santos venceu a prova masculina.
Na feminina, a última campeã brasileira foi Lucélia Peres, em 2006.
A prova:
Com 49:39, Catherine Reline lidera de ponta a ponta e comemora o primeiro lugar: Keline não teve adversária.
As etíopes Yimer Wude e Kabebush Yisma fecharam em segundo e terceiro lugares, respectivamente, mas nunca ameaçaram a vitória da queniana, que manteve o ritmo forte pelo difícil percurso, conhecido por suas ladeiras, do início ao fim.
A brasileira mais bem colocada foi Jenifer Nascimento, terceira colocada no ano passado, e que dessa vez chegou em quarto lugar.
Já Andrew Kwemoi teve mais trabalho. Isso porque Joseph Panga, da Tanzânia, esteve na sua cola o tempo todo, mas não conseguiu superá-lo e ficou com a segunda colocação, seguido por outro atleta de Uganda, Maxwell Rotich.
O melhor brasileiro foi Fábio Jesus Correia, que comemorou muito seu quarto lugar e chorou, emocionado.
"É o sonho de todo atleta brasileiro estar no pódio da São Silvestre, que é uma prova muito difícil, principalmente com os africanos, que são atletas muito experientes, treinados. E eu me consagrei o quatro colocado e ainda trabalho à noite, de coletor, com uber. Mas para vencer, basta acreditar que somos capazes", disse o atleta brasileiro.
Pódio feminino:
Catherine Reline Amanang Ole (Quênia) - 49min39s
Wude Ayalew Yimer (Etiópia) - 50min01s
Kebebush Yisma Ewoldemariam (Etiópia) - 52min57s
Jenifer Nascimento (Brasil) - 54min02s
Pódio masculino:
Andrew Rotich Kwemoi (Uganda) - 44min43s
Joseph Tiophil Panga (Tanzânia) - 45min17s
Maxwell Kortek Rotich (Uganda) - 45min42s
Fabio Jesus Correia (Brasil) - 46min13s
Homenagens, alegria e fantasia: Além dos atletas de elite, milhares de amadores tomaram conta da Avenida Paulista, somando cerca de 32 mil corredores.
A principal prova de rua da América Latina reúne atletas de todos os estados e dezenas de nações para correr os 15 km de avenidas e ruas paulistanas.
A alegria, já tradicional na prova, foi outra grande campeã.
Houve com diversas homenagens ao Rei Pelé, que morreu dois dias antes, a Erasmo Carlos, que nos deixou em novembro, e até mesmo à Rainha Elizabeth, com direito a uma corredora, Ana Animal, fantasiada da monarca britânica morta em março deste ano.
E teve ainda dinossauro corredor, gorila, Coringa, celebração a Ayrton Senna, lembranças do trabalho dos médicos na pandemia, música e muita empolgação para a despedida de 2022 e a chegada de 2023.
Até a Maria Bruaca correu a São Silvestre!
A atriz Isabel Teixeira, que interpretou a personagem mais famosa do ano na novela Pantanal, disputou a prova pela segunda vez, largando com o pelotão geral.
A largada da São Silvestre foi na Avenida Paulista 2084 e a chegada na mesma Avenida Paulista, número 900, em frente ao prédio da Fundação Cásper Líbero.
A programação começou às 7h25 (horário de Brasília) com a largada da categoria cadeirantes.
Em sequência, a partir das 7h40 (horário de Brasília), a elite feminina.
Depois, a partir das 8h05min largaram a elite masculina, pelotão premium, cadeirantes com guia e pelotão geral.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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