Paes se reúne com Landim e afirma que pode desapropriar terreno para estádio do Flamengo.
Prefeito do Rio e presidente do clube participam de jantar na Barra.
A segunda-feira (27) foi mais um capítulo na negociação para o estádio do Flamengo sair do papel.
Pela manhã, dirigentes do clube e da Caixa Econômica Federal se reuniram para tratar do valor a ser pago pelo terreno do Gasômetro, ele pertence a um fundo de investimento gerido pela Caixa.
À noite, em um jantar com a presença do presidente Rodolfo Landim, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, afirmou que uma das possibilidades para resolver o impasse é desapropriar a área.
Em um restaurante na Barra da Tijuca, Landim e Paes marcaram presença em um encontro de um grupo político do Flamengo, liderado Delair Dumbrosck, ex-presidente do clube.
O prefeito, em um discurso de mais de 20 minutos, tratou como viável a desapropriação do local, caso a Caixa não aceite vendê-lo.
"Mas qual é a vantagem efetiva que a Caixa está dando para o Flamengo? Vai dar um desconto de preços? Vai diminuir o valor do seu potencial constitutivo? Eu vim aqui dizer para vocês o seguinte: independentemente do que a Caixa fizer, e eu coloquei isso na mesa hoje, claro que isso vai depender de algumas negociações nossas, se a Caixa não quiser vender, se trata de um terreno privado. E se tem um poder autoritário no Brasil que pertence ao governo, ao chefe de executivo, a tal da desapropriação", disse o prefeito, que completou:
"Eu acho que tem toda boa vontade do presidente da Caixa, que esteve aqui pessoalmente essa semana, veio negociar com toda boa vontade. Mas eu estou dando um recado aqui para a Caixa. Eles dispõem e detêm o potencial construtivo de toda aquela região. Ao dispor de todo o potencial construtivo daquela região, quando vem um equipamento, o estádio do Flamengo, com tudo que tem entorno, valoriza".
A desapropriação de terreno privado por parte do Poder Executivo está prevista na Constituição.
Há uma série de requisitos legais para tal, mas resumidamente a medida é possível desde que haja interesse público e pagamento de indenização prévia, justa e em dinheiro.
Desde que o Flamengo elegeu o terreno do Gasômetro como ideal para construir o estádio, as negociações com a Caixa iniciaram.
A prefeitura do Rio defende o projeto do clube e sempre se colocou como parceira.
Em março, o Globo Esporte revelou que há um impasse entre Flamengo e Caixa.
O clube topa pagar até R$ 250 milhões pelo terreno.
O banco projeta receber cerca de R$ 400 milhões.
Na reunião desta segunda, deu-se um prazo de 3 dias para o banco apresentar oficialmente o valor que deseja pela área.
Como o Flamengo projeta o estádio?
O projeto do Flamengo para o estádio próprio reúne características definidas.
A característica arquitetônica é bem diferente do Maracanã e se assemelha mais ao Santiago Bernabéu, do Real Madrid.
Para ter um estádio de 80 mil pessoas num espaço reduzido, o Flamengo aposta numa construção mais vertical e bem diferente do Maracanã.
"É sim (possível colocar um estádio de 80 mil pessoas numa área de 87 mil m²). A gente já fez um anteprojeto de colocação desse estádio. Ainda daria a chance de a gente fazer uma grande praça na frente. Em volta dessa praça, a gente poderia colocar uma série de restaurantes, pontos e tal. Nessa praça, inclusive, poderíamos colocar telões para quem não tiver condição de ir aos grandes jogos ou para quem não conseguir ingresso", afirmou Landim.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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