segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Desempenho dos atletas

Apesar de muitos problemas no início da pandemia, Brasil tem ano positivo nos esportes olímpicos.

Maioria dos atletas olímpicos do país ficou sem ter onde treinar por meses, mas resultados nas poucas competições realizadas mostram que Brasil pode bater recordes nas Olimpíadas de 2021.

Aos trancos e barrancos e após muitos problemas no início da pandemia, os atletas brasileiros até que encerraram de forma positiva o ano de 2020 nos esportes olímpicos. 

Se em julho o país era o pior entre as 15 potências olímpicas com relação a volta dos atletas aos treinos após paralisação por conta da pandemia, no segundo semestre tudo, dentro do possível, voltou aos eixos.

As principais estrelas brasileiras perderam sim muito tempo de treinamento entre março e julho, mais do que os principais adversários, e isso pode até fazer diferença nas Olimpíadas. 

Mas o segundo semestre foi para recuperar, ao menos em parte, o tempo perdido. 

Cada atleta conseguiu, de uma certa forma, encaixar os treinos, a maioria chegou a ir para o exterior, na Missão Europa, organizada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB).

São três grandes metas que o Brasil pode atingir nas Olimpíadas:

Recorde de medalhas (19, conquistadas na Rio 2016) - provável que supere

Melhor posição no quadro de medalhas (décimo terceiro, na Rio 2016) - possível de superar

Recorde de ouros (7, conquistados na Rio 2016) - improvável que supere

A pandemia deixou o esporte olímpico mais imprevisível, já que o planejamento de cada país vai fazer ainda mais diferença no resultado dos Jogos de Tóquio. 

Sem parâmetro de grandes competições no ano anterior às Olimpíadas, fica ainda mais difícil fazer as projeções. 

Ainda assim, ao que tudo indica, a delegação brasileira tem tudo para superar as 19 medalhas conquistadas nos Jogos de 2016 e bater o recorde histórico do país.

Mais difícil será superar a décima terceira posição no quadro de medalhas obtida em 2016, os principais rivais na briga para, ao menos repetir a colocação, são Nova Zelândia, Canadá e Espanha. 

Atingir os sete ouros, ou mesmo superar essa marca, é o recorde mais complicado de ser quebrado.

Principais resultados do país em 2020:

Henrique Avancini assumiu a liderança do ranking mundial de ciclismo mountain bike.

Ana Sátila venceu duas etapas da Copa do Mundo de canoagem.

Bruno Soares venceu o US Open de tênis nas duplas.

Marlon Zanotelli ganhou um torneio 5 estrelas de hipismo e fechou em décima primeira no ranking.

Brasileiros fizeram boas marcas no Troféu Brasil de atletismo.

As principais estrelas do esporte olímpico brasileiro tiveram um ano de 2020 vazio, sem grandes competições. 

Os Circuitos de skate, vôlei de praia e surfe foram cancelados, as seleções de vôlei de quadra sequer se reuniram, enquanto Isaquias Queiroz (canoagem velocidade) não competiu internacionalmente. 

Assim, os maiores resultados do esporte nacional vieram em modalidades que buscam suas primeiras medalhas na história. 

Casos do ciclismo, canoagem velocidade e tênis.

Outros destaques:

Na ginástica, Rebeca Andrade se recuperando de lesão.

No surfe, bons resultados na única etapa do Circuito Mundial.

Na vela, Robert Scheidt fechou a temporada embalado.

Nas águas abertas, Ana Marcela foi ao pódio nas três competições que participou.

Maior estrela da ginástica feminina do Brasil, Rebeca Andrade teve um 2020 sem lesões (desde 2014 tem sofrido com muitas contusões) e parece estar no melhor nível desde o início do ciclo. 

Se estiver inteira fisicamente, é favorita ao pódio no salto e briga forte no solo.

O surfe cancelou o Circuito Mundial de 2020, e a temporada de 2021 começou ainda em dezembro, com a etapa do Havaí. 

Ali, Gabriel Medina foi vice-campeão, Ítalo fechou em terceiro, mesmo posição de Tatiana Weston-Webb no feminino.

Na vela, o maior medalhista da história do Brasil em Jogos Olímpicos, Robert Scheidt teve um ano de altos e baixos, passando, inclusive, por uma lesão que o afastou dos treinos por dois meses. 

Mas no fim da temporada, ficou em terceiro lugar em um torneio em Portugal que reuniu os principais atletas do planeta.

Nas águas abertas, Ana Marcela Cunha passou mais de três meses sem, sequer, entrar em uma piscina, por conta da pandemia. 

No segundo semestre, foi para a Europa, voltou aos treinos, competiu três vezes e foi ao pódio em todas as oportunidades.

Nem tudo foram flores:

Rafaela Silva fora das Olimpíadas.

Mayra Aguiar machucada.

Basquete feminino fora das Olimpíadas.

Troféu Brasil de natação ruim.

Apesar dos bons resultados, o país sofreu um grande baque no fim do ano. 

Campeã olímpica em 2016 e um dos principais nomes do esporte nacional, Rafaela Silva não poderá disputar as Olimpíadas de Tóquio. 

A Corte Arbitral do Esporte manteve a punição de dois anos por conta de um caso de doping de 2019 e, assim, ela está fora dos Jogos.

Ainda no judô, Mayra Aguiar se lesionou durante a Missão Europa, e teve que passar por uma cirurgia. 

Deve voltar aos treinos no início de 2021, e para as competições em março ou abril.

Antes da pandemia, a seleção feminina de basquete perdeu uma grande chance de se classificar para as Olimpíadas ao perder para Porto Rico no pré-olímpico da modalidade, na França.

Na natação, o Troféu Brasil, realizado em dezembro, foi bem fraco com relação às marcas obtidas pelos atletas. 

Sem a presença do Pinheiros, realizado em uma piscina que não agradou a todos, com chuva e em uma época do ano em que ninguém estava polido, a competição terminou com apenas uma atleta nadando abaixo do índice olímpico: Viviane Jungblut. 

Os resultados ainda não preocupam para as Olimpíadas de Tóquio, mas é triste ver um evento tão grande ser praticamente esquecido.

Reportagem: Globoesporte.globo.com

Adaptação: Eduardo Oliveira

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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