sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Apenas com acordo?!?!

Sérgio Rodrigues não garante volta do Cruzeiro ao Mineirão em 2021: "Vamos fazer cálculo".

Presidente afirma que, sem público, time só voltará a mandar jogos no Gigante da Pampulha se a proposta feita pelo Independência for coberta.

O Cruzeiro tem acordo para jogar no Independência os jogos restantes na Série B do Campeonato Brasileiro. 

Já atuou por lá no empate com o CSA e jogará, também, contra Cuiabá, Oeste, Operário e Náutico. 

E o retorno para o Mineirão, tradicional casa cruzeirense, para a temporada de 2021, ano do centenário do clube, ainda não está garantido.

Em entrevista ao podcast GE Cruzeiro (ouça no player acima), o presidente Sérgio Santos Rodrigues explicou que vários fatores serão analisados antes que qualquer decisão sobre o mando de campo seja tomada. 

Todos eles têm ligação com o aspecto financeiro, que inclusive foi o motivo da mudança para o Independência nesta reta final de Série B.

No cenário atual, de portões fechados por conta da pandemia do novo coronavírus, o Cruzeiro só voltará ao Mineirão caso a administradora cubra a proposta feita pelo Independência, que, segundo o clube celeste, foi de R$ 67.368,45 para realização de cinco partidas. 

Sérgio Rodrigues ainda lembra que o Cruzeiro terá de disputar cinco jogos com portões fechados por conta de uma punição do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva).

"O Cruzeiro ainda tem que pagar as punições do dia do rebaixamento. Se não tiver torcida, o Cruzeiro só vai para o Mineirão se o Mineirão cobrir a proposta financeira do Independência. Se não cobrir, enquanto não tiver torcida, será o Independência. E a hora que tiver a torcida, temos que ver a proporção, para ver se vale a pena".

Os países que já admitiram a presença do público no estádio ainda não permitem lotação máxima, por conta de aglomeração. 

Quando a situação for resolvida aqui no Brasil, o Cruzeiro voltará ao Mineirão, segundo Sérgio Rodrigues.

"Agora, quando tiver tudo liberado, sem dúvida alguma é Mineirão, porque, com o tamanho do nosso sócio, o que a gente pretende, é Mineirão. Agora, se for público reduzido e valer ainda a pena a questão de economia, nós vamos jogar no Independência. Vamos fazer cálculo."

Desde que o Mineirão foi reinaugurado com reformas para a Copa do Mundo, em 2013, o Cruzeiro acumulava débitos com a Minas Arena, administradora do estádio. 

Este ano, já sob a gestão de Sérgio Rodrigues, o clube conseguiu homologar acordo para pagamento da dívida e retirada de uma ação judicial de cobrança, que era movida pela Minas Arena.

De acordo com Sérgio Rodrigues, o acordo faz com que a dívida já não conste mais no balanço financeiro do clube. 

O presidente cita que a utilização ou não do estádio em 2021 também dependerá de formas de exploração do espaço, e que a saída pode ser a celebração de contratos curtos, como o que foi feito com a administradora do Independência para a reta final da Série B.

"A dívida já sai do balanço e vamos dar cumprimento a ele. Estamos discutindo o acordo para ver se vai jogar ou não. Ano que vem, estamos em aberto com os dois (Mineirão e Independência), temos que ver a questão do público e ver as questões, entre aspas, benefícios e formas de explorar o estádio, que estava na pauta de discutir com o Mineirão. Então temos que ver a questão de público e, talvez, fazer contratos de menor prazo até que a situação se resolva".

Desde a reinauguração dos dois estádios após reformas para a Copa do Mundo de 2014, o Independência só foi a casa do Cruzeiro em 2012, quando o Mineirão ainda estava fechado. 

Depois, o clube retornou ao Gigante da Pampulha, enquanto o estádio da Região Leste de Belo Horizonte vinha sendo utilizado pelo América e pelo Atlético. 

O rival alvinegro voltou a mandar jogos no Mineirão em 2020.

Reportagem: Globoesporte.globo.com

Adaptação: Eduardo Oliveira

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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