Análise: Implosão de direitos, agora, ajuda as TVs.
Precisando cortar os custos, emissoras podem se dar bem com fim dos acordos que injetam R$ 2 bilhões no futebol.
Transmissão dos jogos poderá ter mudanças importantes. (Foto: Reportersocial.com.br) |
Para começo de conversa, é preciso deixar claro.
Isso é um palpite, não uma informação!
Mas, ao que tudo indica, o movimento que a Turner faz ao decidir usar a Medida Provisória 984 em seu favor para transmitir mais jogos do Campeonato Brasileiro pode fazer com que a situação que veríamos teoricamente apenas a partir de 2024 aconteça daqui a algumas semanas.
Nesta quarta-feira (22), conversamos com cerca de 30 pessoas ligadas a clubes, emissoras e governo para tentar mapear o que pode acontecer com os direitos de transmissão do Brasileirão nesse movimento feito pela Turner.
É curioso notar como existe uma certa excitação do que podem vir a ser os próximos passos.
Tudo depende, claro, do entendimento da Justiça.
Mas, a julgar pelo que houve no Campeonato Carioca, podemos viver um futuro incerto para a transmissão do principal campeonato nacional.
E isso pode trazer consequências desagradáveis para os clubes no curtíssimo prazo.
No afã de celebrar o fim da necessidade de pedir bênção às emissoras para mostrar um jogo, o futebol parece não perceber que existe por outro lado um enorme risco de deixar de existir na mesa contratos que injetam R$ 2 bilhões na economia do futebol em meio a um cenário de queda de arrecadação enorme provocado pela pandemia.
Caso haja o entendimento de que a MP pode ser utilizada, há uma boa chance de a Globo abrir mão do campeonato, como fez no Rio de Janeiro.
E aí, a emissora pode usar a MP em seu benefício.
Vai atrás de acordos menores com clubes específicos, assegurando mais audiência e menor risco financeiro para ela.
Ou seja: dessa forma, a emissora lucrará mais, e o futebol, como um todo, ganhará menos.
Até mesmo para a Turner a insegurança ajuda.
O modelo atual, para ela, é um estorvo.
Muito dinheiro para pouco produto.
Se a MP vingar, ela vai atrás de clubes que rendam mais audiência e custem menos no todo.
De novo, maior lucratividade para ela e menos dinheiro na mesa para os clubes ganharem.
Mais do que nunca é preciso o futebol se unir.
Ao que tudo indica, 2024 será antecipado.
E, nessa balança, Turner e Globo não sofrem financeiramente sem os direitos do Brasileirão.
Pelo contrário.
Aliviam o caixa em uma época de corte de custos.
O mesmo, porém, não se pode dizer dos clubes.
Perder a maior receita que existe no meio de uma pandemia pode ser um golpe duro demais.
Reportagem: Maquinadoesporte.com.br
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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