segunda-feira, 27 de julho de 2020

Para as mulheres

#MantodasMina: torcedoras de times brasileiros reivindicam linhas femininas no futebol.

Campanha pede opções de produtos e tamanhos disponíveis para o público feminino. 
Campanha #MantodasMina. (Foto: Reprodução)
Torcedoras de clubes como Bahia, Cruzeiro, Fluminense, Grêmio, Palmeiras, São Paulo e Sport participam.

"Deixamos a rivalidade de lado e nos juntamos." É com esta frase, sobre união, que a campanha #MantodasMina se lançou, para virar assunto nas redes sociais nesta semana. Por meio de uma postagem de vídeo, envolvendo torcedoras de 11 times da Série A do Brasil, elas tentam chamar a atenção de clubes e fornecedoras para a necessidade de contar com linhas femininas completas de material esportivo no futebol.

A iniciativa contou com a participação de mulheres integrantes das torcidas de Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Cruzeiro, Fluminense, Grêmio, Goiás, Internacional, Palmeiras, São Paulo e Sport. 

Mas começa a atingir outras equipes, assim como autoridades da esfera esportiva. 

Caso, por exemplo, do presidente da Raposa.

A reivindicação das torcedoras existe no sentido de ampliar as opções de produtos disponíveis para as mulheres. 

Ou seja, poder contar não só com os uniformes principais dos times, mas também padrões de viagem e treino, por exemplo. 

Além disso, elas destacam a importância de ter tamanhos adequados às diferentes formas do corpo feminino.

Após a publicação, o presidente do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues, utilizou as redes sociais para responder às torcedoras sinalizando de forma positiva para avaliar o pedido. 

O mandatário ainda aproveitou para ressaltar o aumento da participação feminina, que representam no clube, atualmente, quase 30% dos ingressos virtuais comercializados durante a pandemia causada pela Covid-19.

Nesta temporada, o Sport foi um dos clubes a apostar no lançamento dos novos uniformes de forma virtual. 

Mas virou alvo de críticas da torcida com relação ao modelo feminino. 

Na ocasião, torcedoras lamentaram a qualidade do escudo aplicado na camisa.

Diante das queixas, o Rubro-negro emitiu uma nota oficial apontando ter ocorrido uma falha de comunicação com a fornecedora, que não informou haver dois modelos para o público feminino. 

Assim, o Leão se dispôs a realizar a troca. 

Dessa vez, procurado em busca de uma posição sobre a campanha recém-lançada, o clube preferiu não se posicionar no momento.

Uma das idealizadoras da campanha, Ana Paula Machado, torcedora do Cruzeiro, conta que a história começou após o lançamento de outras hashtags, que tinham o intuito de mostrar que o público feminino também consome.

"A ideia surgiu quando vi uma hashtag que a torcida do São Paulo e algumas meninas do Cruzeiro estavam usando sobre coleção feminina. Então tive a ideia de criar um vídeo para alcançar mais pessoas. Junto com a minha amiga, Manu, fomos atrás de meninas de outros clubes, procuramos apoio e ajuda de mais pessoas e conseguimos fazer essa campanha incrível".

Não à toa, as torcedoras utilizam pesquisas e dados para ressaltar essa força de consumo. 

É o caso, por exemplo, dos índices de audiência da Copa do Mundo feminina, em 2019. 

De acordo com um estudo da FIFA, a América do Sul teve um aumento de 560% por mais de 20 minutos, comparando com a edição de 2015. 

Em números absolutos, o Brasil representou o maior crescimento, com 81 milhões de pessoas a mais.

A reivindicação das torcedoras, no entanto, como de praxe nas redes sociais, levantou questionamentos. 

O que fez com que participantes da campanha se posicionassem novamente no sentido de explicar nuances do pedido aos clubes. 

Foi o caso de Isabella, apoiadora do Goiás, que trabalha com marca própria, e de Gi, torcedora do Grêmio.

Reportagem: Globoesporte.globo.com

Adaptação: Eduardo Oliveira

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário