Da gênese de 1930 ao Tri de 70, Maracanazo, Copa 90, tiki-taka, tiki-taka, tiki-taka...
Julho termina com o encerramento da cíclica viagem ao passado que fazemos nos anos pares, à espera de que o próximo Mundial nos proporcione novas memórias.
Quase todo meio de ano par é o mesmo ciclo.
Fazemos uma viagem no tempo.
Revisitamos as efemérides daquele que é nosso referencial de vida.
Bom, pelo menos para os que têm nas Copas do Mundo um marco a cada quadriênio.
Talvez esteja escrevendo este post pela influência de estar assistindo à série Dark.
Fato é que vou reunir aqui algumas das ótimas homenagens que pesquei nos últimos dois meses por esse mundão digital e talvez você não tenha visto.
Em 2020, contar a história das Copas passou principalmente pelas que fechavam datas redondas, a cada 20 anos.
Da vaga lembrança das origens no Mundial de 1930 ao tiki-taka da África do Sul 2010, passando pelos essenciais Maracanazo de 1950 e Tri de 1970, até a Copa de 90 mereceu memorial.
Se o 16 de julho de sete décadas atrás ainda sangra na alma brasileira, o 21 de junho só enche de orgulho há meio século.
Começo pelo fim, ao estilo Dark.
Primeira Copa, a de 1930 foi a última a terminar. Como é?
Ora, a decisão entre Uruguai e Argentina foi há exatamente 90 anos e um dia.
O 30 de julho foi o apito final de uma disputa de título mais tardia entre as 21 edições do torneio, assim como em 1966 na Inglaterra.
Pelo menos até nosso calendário de memórias ir de 21 de novembro a 18 de dezembro a partir do Mundial de 2022 no inverno do Catar.
Calendário das Copas do Mundo
ANO PERÍODO ANO PERÍODO
1930 13/07 a 30/07 1982 13/06 a 11/07
1934 27/05 a 10/06 1986 31/05 a 29/06
1938 04/06 a 19/06 1990 08/06 a 08/07
1950 24/06 a 16/07 1994 17/06 a 17/07
1954 16/06 a 04/07 1998 10/06 a 12/07
1958 08/06 a 29/06 2002 31/05 a 30/06
1962 30/05 a 17/06 2006 09/06 a 09/07
1966 11/07 a 30/07 2010 11/06 a 11/07
1970 31/05 a 21/06 2014 12/06 a 13/07
1974 13/06 a 07/07 2018 14/06 a 15/07
1978 01 a 25/06 2022 21/11 a 18/12
Das homenagens e lembranças de 1930, destaco dois vídeos.
O primeiro é um passeio virtual pelo estádio Centenário, construído para a disputa do torneio.
Entre setores que sofreram reformas e outros que permanecem originais, as imagens mostram tal qual o mítico palco era no dia da inauguração, em 13 de julho.
Outra obra que destaco não prima tanto pela tecnologia, mas mostra reproduções de jornais e imagens da época talvez inéditas para muitos.
É o vídeo feito pela Associação de historiadores e investigadores do futebol uruguaio (AHIFU).
A linguagem um tanto quanto demodê e talvez cansativa para 26 minutos de reprodução é compensada pelo tanto de arquivos exibidos para quem gosta de pesquisar o tema.
Surpreendentemente, a Copa de 1950 não mereceu tantas homenagens do lado de lá da fronteira.
Por aqui no blog, Marcelo Monteiro listou por que aquele Brasil X Uruguai foi um jogo único.
Um salto de 20 anos, mas entre o fim de maio e o início de junho, a Copa de 1970 foi revisitada em grande estilo não só aqui no globo esporte, com detalhes da campanha do Tri e um Power Ranking dos momentos mais marcantes.
A FIFA elaborou uma campanha nas redes sociais de encher os olhos.
O estilo retrô permeou a comunicação nas suas redes sociais, de figurinhas, cartazes, até filmes superproduzidos com, pasmem, imagens inéditas do México.
MAIOR viagem.
O investimento foi parecido para celebrar a nem tão memorável Copa de 90.
Inspirada no visual dos videogames da época e a trilha sonora marcante de Rhythm is a Dancer, entre a última semana de junho e a primeira de julho, a FIFA fez mais bonito do que as seleções que estiveram em campo na Itália.
A diferença de três dias entre as efemérides da final de 1990 e 2010 fez com que as homenagens pelo décimo aniversário do título da Espanha fossem mais chamativas em produções do próprio país.
Além da reunião dos campeões em eventos e reportagens especiais, uma produção chamou a atenção.
O documentário Los secretos de La Roja, Campeones del mundo, da Rakuten TV, mostrou depoimentos inéditos de Casillas, Iniesta, Xavi, Del Bosque, David Villa, entre outros, com suas visões particulares de como o tiki-taka conquistou o mundo.
No ritmo onomatopeico desse relógio virtual, a segunda quinzena de julho passou com efemérides quebradas de outras Copas.
O futebol foi sendo retomado de vez na maior parte do mundo.
E as lembranças dos Mundiais ficaram mais uma vez para trás com os 90 anos do 30 de julho da Celeste campeã da primeira edição do torneio.
Em 2021, o memorial da Copa será reaberto com restrições.
O que deve ganhar destaque são as lembranças dos 35 anos do futebol celestial de Maradona no México 1986, com direito a gol de mão divina, e a década e meia das diabruras de Zidane na Alemanha 2006.
E assim vai ser mais um ciclo de viagem eterna ao passado à espera do futuro ao fim de cada quadriênio.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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