sexta-feira, 31 de julho de 2020

Indireta

Presidente da Caixa provoca torcedor do Corinthians e "ameaça" tirar estádio do clube.

Pedro Guimarães, presidente do banco estatal, estava com Jair Bolsonaro, Presidente da República, em Bagé, quando questionou torcedor sobre a Arena.

Presidente da Caixa, Pedro Guimarães foi flagrado pelas câmeras "brincando" com um torcedor do Corinthians sobre o pagamento da Arena, em Itaquera, durante visita a um lançamento de condomínio popular em Bagé, na região de fronteira do Rio Grande do Sul, nesta sexta-feira (31).

Pedro estava acompanhado do Presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), já que a obra foi feita com recursos federais.

"Me deixa bonito hein, cara? Qual o teu time? É flamenguista, também? Corinthians? Vai ficar sem estádio, hein. Fica esperto aí, hein? Se não pagar, a gente tira, hein? Mengão vai jogar em São Paulo. Se pagar, ok. Se não pagar, não. Não tem mais aquela maluquice, não. É de todos os brasileiros. Fica esperto aí", disse Pedro Guimarães, depois de uma entrevista à TV Brasil.

No vídeo não é possível identificar quem é o homem que conversa com Pedro Guimarães sobre o Corinthians.

Procurado pelo globo esporte, o Corinthians ainda não se manifestou por nota oficial. 

O presidente Andrés Sanchez, quando procurado, questionou "qual o problema" do vídeo e disse que não vê maldade nas "brincadeiras" de Pedro Guimarães. 

A Caixa ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.

Entenda o caso: Em maio, a Caixa e o fundo Arena Itaquera S/A, que tem o Corinthians como sócio e é dono do estádio do clube, pediram à Justiça que suspenda por mais um mês a ação movida pelo banco estatal para executar a dívida referente ao financiamento da obra em Itaquera.

A medida visa dar mais tempo para que Caixa e Corinthians cheguem a um acordo amigável. 

E o processo fica suspenso até 13 de agosto.

Em setembro do ano passado, a Caixa entrou com ação na Justiça cobrando R$ 536 milhões da Arena Itaquera S/A. 

O banco alega atraso de seis parcelas do pagamento mensal do estádio, de março a agosto de 2019.

Desde outubro, Caixa e Corinthians discutem um acordo amigável e já tiveram avanços nas tratativas. 

Foi acordado um prazo de mais quatro anos para quitação (era 2028 e passará a ser 2032), assim como a flexibilização do valor da parcela a ser paga nos meses em que não há jogos no estádio.

Porém, uma divergência ainda impede que o novo contrato seja assinado. 

A Caixa cobra uma multa de aproximadamente R$ 50 milhões do Corinthians, a qual a diretoria alvinegra não concorda em pagar.

"Há em contrato uma multa pequena (de aproximadamente R$ 5 milhões), que o Corinthians aceita, mas também uma multa judicial, que a gente não aceita. Por quê? Porque isso não passa no Conselho. Você não multa quem você está fazendo acordo", afirmou Matias Romano Ávila, diretor financeiro do clube, em entrevista ao podcast Globo Esporte Corinthians em março.

Reportagem: Globoesporte.globo.com

Adaptação: Eduardo Oliveira

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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