sexta-feira, 24 de julho de 2020

Suspense no ano 2000...

Delegação sequestrada, pânico e jogo adiado; relembre o drama do Tocantinópolis Esporte Clube na Série C.
O fato ocorreu em 2000. (Foto: Romário Agitustoc/Divulgação)
O fato que deixou jogadores na mira de armas de fogo ocorreu em 2000, durante a Copa João Havelange 'Módulo Verde' - Série C.

Já são quase 20 anos de um episódio que deixou a delegação do Tocantinópolis Esporte Clube e a cidade de Tocantinópolis, norte do Tocantins, em pânico. 9 de outubro de 2000, a delegação do time se preparava para seguir viagem até Caruaru-PE, local da partida contra o Central, pela Copa João Havelange ‘Módulo Verde’ – Série C. 

Porém, um assalto ao banco da cidade, terminou com a delegação sequestrada.

O acontecimento foi registrado no livro: ‘Tocantinópolis Esporte Clube’, do autor: Carlos Antônio Oliveira. 

O globo esporte Tocantins localizou um dos jogadores da época, o meia Mezaque, que mora no estado de Goiás, atualmente. 

Segundo o meia, tudo começou porque a casa em que ele outros seis jogadores moravam ficava ao lado da residência do gerente da agência.

"O fato aconteceu na véspera da viagem para o jogo contra o Central de Caruaru. A gente morava ao lado da casa do gerente do banco do Brasil. Aí eles foram fazer o assalto, e seria às 22 horas, quando abre o cofre. E aí como a gente estava na frente da casa [próximo ao local], o grupo chegou até nós e falou que era um assalto, pediu para ficar tranquilo, que nada aconteceria com nós. A gente ia pegar ônibus para seguir viagem. A gente ia até Imperatriz-MA, de ônibus, lá a delegação ia pegar o voo para Brasília e seguir até o Pernambuco".

"Aí quando o ônibus chegou na casa para a gente embarcar, os assaltantes pediram para todos descerem e que não iria ter mais jogo, poderiam esquecer a partida. Colocaram todos na casa e foram reunindo as pessoas. Inclusive, tinha gente que nem fazia parte do time e ficou nesta situação. Ficaram umas 60 pessoas na casa, esperamos até o dia amanhecer. Eles renderam o gerente ao lado, e fizeram o assalto".

Segundo relatos do livro de Carlos Antônio, antes da finalização do assalto, a polícia local já fazia um cerco na área. 

Foi então, que o bando decidiu embarcar no ônibus e seguir viagem sentido Maranhão, com a intenção de liberar a delegação, quando não houvesse mais perigo para os assaltantes.

No ônibus, os criminosos diziam aos funcionários do Tocantinópolis Esporte Clube, que nada de mal iria acontecer a eles, se todos colaborassem. 

A delegação só foi liberada na cidade de Campestre-MA, 15 horas depois, conforme relatos do livro.

O treinador do Tocantinópolis Esporte Clube, à época, Sérgio Belfort, declarou em entrevista ao autor do livro: “Eles ficaram apontando os revólveres para todos nós. Foram momentos de muita agonia e terror. Caso eu fosse escalar o time para hoje, não colocaria ninguém”.

O jogo que seria realizado no dia 11 de outubro daquele ano, foi adiado para o dia 13 do mesmo mês a pedido da diretoria do Tocantinópolis Esporte Clube. 

A equipe tocantinense venceu o duelo por 1 a 0.

Conforme o livro, além do grupo ter levado muito dinheiro, não foi deixado pistas sobre o crime para uma investigação da polícia. 

O livro foi publicado em 2009. 

O globo esporte Tocantins tenta informações sobre o crime ocorrido em 2000, mas até o momento não obteve sucesso.

Reportagem: Globoesporte.globo.com

Adaptação: Eduardo Oliveira

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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