Análise: Clubes esperneiam, mas precisam da Globo.
Nenhum grupo de comunicação no Brasil paga tanto e dá tanta segurança aos times quanto a atual parceira.
Clubes ainda são dependentes diretos da verba que vem das transmissões dos jogos. (Foto: Verdaoweb.com.br) |
Clubes de futebol adoram espernear contra a Globo.
Alegam que a emissora detém monopólio e que as propostas do canal não condizem com os desejos das equipes.
Reclamam publicamente, se aliam com inimigos e, às vezes, passam do limite nas manifestações, com atitudes bem longe do que é esperado em um ambiente profissional.
Mas, no fim do dia, são obrigados a abraçar a boa e velha companheira de televisão.
E, para tristeza daqueles que gostam de mostrar revolta com a emissora, essa obrigação não é um ato autoritário e antiético da empresa, mas sim a falta de opção no mercado.
Não há ninguém no Brasil que dê tanto conforto aos clubes quanto a Globo, seja no aspecto financeiro, técnico ou comercial.
Essa ciranda meio sem sentido tem acontecido neste exato momento.
Alguns clubes têm celebrado a Medida Provisória 984 sobre direito de arena porque entendem que a medida dá mais liberdade de negociação.
Ao mesmo tempo, o grupo de equipes que fechou com a Turner teme o rompimento de contrato.
Aparentemente, a intrusa no mercado não tem sido a parceira mais tranquila.
Hoje, o pacote da Globo é muito difícil de ser batido.
A emissora paga muito pelos direitos esportivos, uma quantia que nenhum outro canal se arrisca a arcar.
O grupo honra seus acordos e mantém as parcerias há décadas, além de oferecer uma entrega de exposição de marca única no mercado nacional, pois ninguém tem tanta audiência no país como a companhia carioca.
Os clubes creem que, com a nova lei, surgirão novas possibilidades.
Mas a verdade é que é difícil imaginar alguma emissora entrar nessa briga, uma vez que os valores são altos demais.
O próprio Flamengo esteve longe de uma proposta mirabolante pelo final do Carioca e encerrará o ano com R$ 20 milhões a menos.
Existe também a ilusão de que uma transmissão própria poderia render mais dinheiro do que uma parceria tradicional.
Mas, além da exposição muito menor, não há nenhuma evidência que mostre que o caminho seja altamente lucrativo.
As audiências no streaming são limitadas, e a disposição do torcedor em pagar por um conteúdo historicamente gratuito é menor ainda.
Os clubes devem ter a liberdade de escolher diferentes caminhos, mas a falta de apreço a um parceiro tão importante chega a ser falta de respeito.
Reportagem: Maquinadoesporte.com.br
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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