sábado, 18 de julho de 2020

De geração em geração

De geração em geração: promessa do vôlei, Yasmin é prima de Ágatha.

Nova contrada do Porto, Yasmin é prima de Ágatha e elas contam como o vôlei faz parte das gerações da família Bednarczuk.
Ágatha e a prima Yasmin Bednarczuk. (Arquivo pessoal)
Ágatha Bednarczuk, vice campeã olímpica na Rio-2016, dispensa apresentações. 

Mas se engana quem pensa que o esporte para aí na árvore genealógica da família Bednarczuk. 

Na verdade, o vôlei apareceu na família antes mesmo de Ágatha. 

E agora segue seu caminho, passando de geração em geração, chegando em Yasmin Bednarczuk, 20 anos, prima de primeiro grau de Ágatha e promessa do vôlei brasileiro. 

Ela vai defender o Porto, de Portugal, na próxima temporada. 

Tudo começou no passado, quando Alfredo e Maria José, os pais de Ágatha, se conheceram justamente em uma quadra de vôlei. 

Ele jogava, ela assistia. 

Mas eles mal podiam imaginar o que o futuro esportivo guardava para a família Bednarczuk. 

Ágatha conheceu a modalidade ainda pequena e na própria casa. 

O pai foi o primeiro exemplo, mas a tia teve papel fundamental. 

Giselle Bednarczuk, irmã de Alfredo, foi jogadora profissional de vôlei. 

Não chegou a defender a seleção brasileira, mas participou de campeonatos brasileiros, representando o Paraná. 

E toda vez que Ágatha deixava Paranaguá para visitar a tia em Curitiba, ela se encantava com as histórias.

“A primeira inspiração começou com meu pai, em casa. Aí eu fui crescendo, bola em casa, e quando eu ia para Curitiba visitar minha tia ela me contava as histórias de quando jogava. E eu ficava ouvindo e achava o máximo. Isso atiçou em mim a vontade de jogar vôlei”, contou Ágatha ao Olimpíada Todo Dia.  

O ciclo, no entanto, continuou. Depois de passar de tia para sobrinha, ele passa agora de mãe para filha, já que Giselle é mãe de Yasmin. 

E por que não, de prima para prima?

Mulheres inspiração: Ágatha teve o exemplo do pai e da tia. 

E agora Yasmin Bednarczuk tem o exemplo da mãe, do tio e de uma medalhista olímpica, a prima. 

O esporte entrou cedo na vida de Yasmin. Giselle é professora de educação física e sempre incentivou os filhos a praticar esporte. 

Depois de testar um pouco de tudo, Yasmin acabou de apaixonando por handebol e vôlei, até que precisou optar por um. 

A resposta você já sabe. 

“A minha mãe sempre foi minha maior incentivadora, desde o começo. Sempre lutou por mim e acreditou em mim, até mesmo quando eu não acreditava. E a Ágatha é o sonho da vida. Ela é muito dedicada, muito guerreira, muito forte. Ela nunca desistiu. Então é muito bom ter esses dois exemplo na minha própria família, na minha casa, e saber que eu consigo chegar lá por ter pessoas incríveis como elas me acompanhando”, celebrou Yasmin Bednarczuk ao Olimpíadas Todo Dia.  

Ágatha tem 37 anos. 

Yasmin, 20 anos. 

Uma já tem a carreira consolidada e consagrada, enquanto a outra ainda dá seus primeiros passos. 

Apesar da distância física, por causa das viagens, e da diferença de idade, a relação entre elas permanece próxima, principalmente, é claro, quando o assunto é vôlei.

“Eu saí muito cedo do Paraná para jogar. Então eu sempre via a Yasmin nos fins de semana que eu ia visitar minha família. Mas é engraçado, porque mesmo com essa distância entre nós, física e de idade, ela sempre foi uma prima próxima. Tanto é que quando ela começou a se enveredar nessa questão do vôlei, eu chamei para ver se ela não queria treinar vôlei de praia no meu projeto em Paranaguá”, relatou Ágatha.

“A CBV (Comitê Olímpico Internacional) estava dando um curso de vivência para treinadores e eles estavam com atletas lá. E aí por eu ter um projeto social em Paranaguá, eu pude levar um técnico e algumas poucas atletas que estavam se destacando e queriam entender como é esse mundo. E a Yasmin fui uma das meninas. Ela passou uma semana lá comigo e foi muito legal”, relembrou. 

Conselhos de quem entende: Yasmin Bednarczuk tem, assim, o privilégio de poder aprender de pertinho com uma das melhores atletas do Brasil. 

E claro que já procurou a prima para pedir conselhos e dicas. 

Especialmente quando estava nos Estados Unidos, jogando por uma universidade, antes de voltar ao Brasil para defender o Curitiba. 

“Essa proximidade com a Yasmin em relação ao mundo ‘voleibolístico’ aumentou nos últimos anos. Já tiveram alguns momentos que ela me ligou, quando estava nos Estados Unidos, e a gente conversava bastante sobre como ela devia proceder, se voltava para o Brasil ou não, como tentar um time no Brasil… E eu ajudei ela com alguns contatos também, algumas ligações”.

“O meu relacionamento com a Agatha é muito bom. Ela é uma pessoa muito transparente, cheia de luz, de amor, de energia boa. E é muito difícil você não se apaixonar por ela. E desde que eu comecei a jogar, ela foi uma das minhas incentivadoras, sempre torceu muito por mim. Quando a gente não conseguia se ver, ela sempre mandava mensagem perguntava como eu estava… Quando eu tive alguns problemas lá nos Estados Unidos, ela foi uma das pessoas que me incentivou a me manter forte, sempre me deu dicas. Eu fico muito feliz de ter uma pessoa desse porte, desse nível na minha família e que seja minha conselheira”, destacou Yasmin. 

De geração em geração: Passado, presente e, quem sabe, futuro. 

Hoje, é Yasmin quem bate asas, perpetuando a herança do vôlei na família Bednarczuk. 

E a prima coruja não poderia estar mais feliz. 

“Estou super feliz com essa novidade. Fica uma sensação de: ‘puxa, minha priminha está crescendo, voando longe’. Isso é muito bom. Acho que ela vai ter uma experiência de vida muito boa na Europa e vai ter a chance de se destacar por lá. E quem sabe no futuro, se ela tiver vontade de voltar para o Brasil, ela vai poder se destacar aqui também”, comemorou Ágatha. 

O vôlei é muito mais do que um simples esporte para os Bednarczuk. 

É quase um membro da família. 

E sem dúvida, é motivo de união e orgulho.

“Eu acho o máximo ver o vôlei passando de geração em geração na minha família, como ele influencia tudo. Até porque todo mundo se une para torcer por quem está competindo. Então o esporte une a família. E vai ser muito legal, porque daqui alguns anos, a gente vai ter a Yasmin para torcer. Quem sabe vem aí filhos, primos mais novos que também vão jogar e se espelhar na Yasmin… E assim vai seguindo esse ciclo do esporte na nossa família. Vai ser ótimo”, concluiu Ágatha.

Reportagem: Olimpiadatododia.com.br

Adaptação: Eduardo Oliveira

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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