segunda-feira, 27 de abril de 2020

Investigação da Copa do Mundo de 2006

Processo que investigava corrupção na escolha da sede da Copa de 2006 é prescrito.

Por causa de pandemia de coronavírus, justiça suíça não consegue dar veredito para o caso do mundial da Alemanha, que prescreve nesta segunda-feira (27).

O processo que corria no Tribunal Penal Federal da Suíça (TPF) desde o dia 9 de março está extinto, de acordo com as autoridades do país. 

Com isso, não será possível descobrir se a Alemanha comprou o direito de sediar da Copa de 2006. 

O veredito tinha que sair até esta segunda, exatamente 15 anos após os supostos delitos cometidos pelos réus.
Horst Rudolf, à esquerda, Theo Zwanziger, ao centro, e Wolfgang Niersbach são acusados de participar de um esquema de corrupção. (Foto: Globoesporte.globo.com)
Neste caso, Theo Zwanziger e Wolfgang Niersbach, ex-presidentes da Federação Alemã de futebol, Horst Rudolf Schmidt, antigo secretário-geral da entidade, e o suíço Urs Linsi, ex-secretário geral da FIFA, eram acusados de desvio de dinheiro público e cumplicidade em esquema de corrupção.

Um outro processo pelos mesmos crimes, cujo réu era Franz Beckenbauer, zagueiro campeão do mundo em 1974 e chefe do comitê organizador local daquela Copa do Mundo, também foi prescrito nesta segunda. Esse caso corria separadamente devido ao estado de saúde de Beckenbauer.

Aberto no dia 9 de março, o processo foi suspenso quatro dias mais tarde devido à pandemia de coronavírus. 

Os quatro acusados são idosos e alegaram o risco de comparecer presencialmente às sessões, já que fazem parte do grupo de risco. 

O tribunal suíço acatou o pedido e o caso corria a portas fechadas.

Os quatro acusados deveriam explicar um pagamento de 10 milhões de francos suíços. 

Segundo o indiciamento do Ministério Público suíço (MPC), Zwanziger, Niersbach e Schmidt teriam, com a ajuda de Urs Linsi, camuflado o destino real do dinheiro. 

Os quatros réus reembolsaram Franz Beckenbauer, que pegou um empréstimo ao assumir a presidência honorária do comitê organizador.

De acordo com o jornal Tribune de Genève, o ex-defensor obteve esse dinehiro de Robert Louis-Dreyfus, à época executivo da Adidas. 

Beckenbauer precisava desse montante para convencer o tesoureiro da FIFA, Mohammed Bin Hammam, a conceder um adiantamento de 250 milhões de euros para ter direito à organização da Copa do Mundo.

Reportagem: Globoesporte.globo.com

Adaptação: Eduardo Oliveira

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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