quarta-feira, 22 de abril de 2020

Copa do Mundo do Catar

Covid-19 interrompe obras dos estádios da Copa 2022 e suspende celebração do Ramadã no Catar.
Catari ainda no gramado do Estádio Al Baytm em Doha, durante a fase final das obras para a Copa do Mundo de 2022, em dezembro de 2019. (Foto: Globoesporte.globo.com) 
Período sagrado para os muçulmanos começa na próxima quinta, mas os templos no Catar estão fechados. 

Técnico de time local, Xavi faz campanha por isolamento.

Obras que chegaram a ter três turnos, revezando-se por 24 horas, estão paradas. 

O silêncio nos canteiros das construções no Catar tem nome: covid-19. 

A determinação do Governo local veio depois que operários dos estádios da Copa do Mundo 2022 testaram positivo para o novo coronavírus.

Catar celebra 1.000 dias para a Copa do Mundo 2022: Vários trabalhadores apresentaram sintomas da doença, sendo que oito foram confirmados com covid-19 após exames. 

Trabalham na construção dos estádios Al Thoumama, Al Rayyan e Al Bayat, três dos sete novos que estão sendo erguidos para a Copa do Mundo.

O mundial terá oito estádios e vai acontecer entre novembro e dezembro de 2022. 

De acordo com o Comitê Organizador da Copa, os operários infectados têm acompanhamento médico gratuito e continuam recebendo salários. 

FIFA e responsáveis pelo torneio do Catar não quiseram avaliar possíveis atrasos por causa da interrupção das obras.

SEDES DA COPA DO MUNDO 2022

ESTÁDIO SITUAÇÃO

Khalifa Stadium Pronto e usado

Al Januob Stadium Pronto e usado

Rayyan Concluído com inauguração adiada

Education City Concluído com inauguração adiada

Al Bayt Concluído com inauguração adiada

Ras Abu Abud Feito de contêineres, conclusão prevista para menos de um ano

Al Thamama 70% pronto

Lusail 50% pronto

Fonte: Comitê Organizador do Catar

Há uma preocupação com o número de contaminações entre os trabalhadores que também atuam nas obras de infra-estrutura do país, também suspensas. 

A maioria é de origem asiática e vive em regiões periféricas de Doha, como a Asian Town, bairro onde moram aproximadamente 50 mil imigrantes.

Sete das 10 pessoas que morreram até agora de covid-19 no Catar são imigrantes. 

Segundo o Ministério da Saúde do país, as vítimas são da Índia e Bangladesh, na Ásia, de Uganda, na África, e um sul-americano, o paraguaio Wilhelm Harder, de 56 anos, piloto de avião que trabalhava na Qatar Airways.

"A maioria dos novos casos registrados hoje é de trabalhadores migrantes, a maioria dos quais foi sujeita a precaução de quarentena depois que se descobriu que estavam em contato com casos confirmados", informa um comunicado divulgado pelo Ministério da Saúde do Catar.

O Catar iniciou uma quarentena parcial ainda no fim de fevereiro, com suspensão de aulas em escolas, universidades e o fechamento de lojas. 

O governo intensificou o isolamento em março, quando eventos públicos foram cancelados, inclusive no esporte.

Liga de futebol suspensa: A liga nacional de futebol, a Qatar Stars League, foi interrompida no dia 7 de março, a cinco rodadas do fim. 

O Al Duhail lidera o campeonato. 

O atual campeão, o Al Saad, comandado pelo ex-jogador do Barcelona e da seleção espanhola Xavi está na terceira posição.

Xavi entrou em acordo com o clube e concordou em reduzir parte do salário durante a pandemia. 

Pelas redes sociais, tem incentivado as pessoas a ficarem em casa, além de participar de campanhas sociais, como a que arrecada doações para o Hospital Clínico de Barcelona, um dos locais de referência para o tratamento contra o covid-19 na Catalunha.

O país possui 2,6 milhões de habitantes, e o Ministério da Saúde tem realizado, em média, 4 mil testes diariamente. 

Até agora, 70.012 pessoas foram testadas no país. 

A família da brasileira Raquel Pfister, que mora há 4 anos em Doha, ainda não, mas explica o esquema.

"Eles estão fazendo testes gratuitos em quem apresenta algum sintoma ou em parentes que tiveram contato com essa pessoa. Não é o meu caso, nem do meu marido e dos meus dois filhos. Estamos bem e respeitando a quarentena. Também só saímos de casa com máscaras", disse em entrevista por telefone.

O uso de máscaras é obrigatório para os funcionários dos locais que podem funcionar durante o isolamento: hospitais, farmácias e mercados. 

A partir da próxima sexta-feira, a maior rede de supermercados do país só vai permitir que clientes protegidos assim entrem nas lojas. 

O uso também é incentivado pelo Ministério da Saúde.

Mesquitas fechadas, presos liberados: Um dos períodos do ano mais aguardados pelos muçulmanos, o Ramadã, também será diretamente afetado pela pandemia no Catar. 

Ao anoitecer desta quinta-feira, 23 de abril, começa o mês sagrado do islamismo, que este ano vai até 23 de maio. 

Pela tradição, os muçulmanos realizam o jejum total do nascer ao pôr do sol, além de longos períodos de oração.

No entanto, no Catar, as mesquitas estão fechadas e, de acordo com o governo, não serão reabertas durante o Ramadã. 

As cerimônias religiosas públicas estão suspensas, como a festa do desjejum, o Eid Al-Fitr, quando os muçulmanos têm a tradição de enfeitar suas casas e servir refeições para amigos e parentes.

Policiais e voluntários estão pelas ruas pedindo que as pessoas usem luvas e máscaras e reforçando que os eventos religiosos estão proibidos.

Nesta quarta-feira (22), o Emir do Catar anunciou o perdão a vários prisioneiros condenados por crimes leves e determinou a soltura deles por condições sanitárias e humanitárias nas prisões.

Reportagem: Globoesporte.globo.com

Adaptação: Eduardo Oliveira

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário