Rescisão de Marcelo dá respaldo a Mano no trato com medalhões no Fluminense.
Entenda.
Pulso firme do treinador era visto com bons olhos na ocasião do acerto, em julho.
Lateral e Fluminense romperam contrato "em comum acordo" neste sábado (2).
Após um desentendimento entre Marcelo e o técnico Mano Menezes, em empate por 2 a 2 com o Grêmio nesta sexta-feira (1º), o Fluminense anunciou ter rescindido o contrato do lateral em comum acordo.
Os torcedores ainda se dividem entre os que criticam o tratamento dado ao ídolo e os que defendem que a escolha foi acertada.
Fato é que o episódio dá novo respaldo ao treinador na relação com medalhões do Tricolor, algo previsto em sua contratação.
Mano foi contratado em 1º de julho de 2024.
A missão era clara: livrar o Fluminense de seu pior momento no ano, que culminou com a lanterna na tabela do Campeonato Brasileiro, e energizar novamente o elenco que muito sentiu a demissão de Fernando Diniz.
Quando o clube foi ao mercado, o presidente Mário Bittencourt viu em Mano um técnico de bom histórico no Campeonato Brasileiro, jogo equilibrado e estilo mais defensivo.
Era o perfil que a diretoria queria. Logo após a primeira partida, o empate por 1 a 1 com o Internacional, Mano falou sobre como a busca por vitórias passaria, em um primeiro momento, pela interrupção na sequência de derrotas.
Outro ponto a favor do técnico era seu pulso firme.
A experiência de Mano o credenciou como um bom nome para lidar com um vestiário que tinha importantes medalhões, como Thiago Silva, Marcelo e Felipe Melo.
A expectativa não era de que os jogadores mais velhos fossem barrados apenas pela idade, mas sim de que Mano administrasse e retirasse quem não o agradava ou apresentava baixo rendimento.
Pouco a pouco, nomes como Gabriel Pires, Renato Augusto, Terans e John Kennedy perderam espaço, ficando apenas no banco de reservas ou até fora da lista de relacionados.
Douglas Costa, que saiu em defesa de Marcelo neste sábado, foi outro a assinar rescisão ainda em agosto.
Felipe Melo é uma das lideranças do elenco, mas não é mais tão constante dentro de campo, seu último jogo foi em 21 de setembro, no clássico contra o Botafogo.
O momento em que Kauã Elias chamou a responsabilidade depois de marcar contra o Criciúma foi outro marco.
Mano já cita um planejamento para que Cano volte a ser titular, mas hoje o argentino é reserva do moleque de Xerém.
Em meio à má fase do camisa 14, o treinador abriu mão do jogador, titular indiscutível e artilheiro do Brasil em 2023, para que ele se recuperasse plenamente de um processo inflamatório no tendão do pé direito.
O estopim da rescisão foi o desentendimento público com Mano Menezes.
O Globo Esporte ouviu que o lateral reclamou de toques de Mano em seu braço, com alegações de que o técnico queria "fazer média com a torcida".
Em entrevista coletiva, o técnico se limitou a dizer que ouviu algo que não gostou.
Mesmo sem ter desafetos explícitos ou problemas diretos com companheiros e funcionários, Marcelo não era dos mais benquistos no cotidiano do Centro de Treinamento Carlos Castilho.
Com Mano, ele acabou perdendo espaço e a titularidade na lateral esquerda para Diogo Barbosa.
Em algumas ocasiões, o jogador também foi utilizado como meia.
Depois do empate por 2 a 2 com o Grêmio, Marcelo perdeu o início do bate-papo no vestiário por ter sido sorteado para realizar exame antidoping.
Ele se despede do Fluminense com 68 jogos nesta segunda passagem pelo time profissional, antes de seguir rumo ao Real Madrid, ele participou da temporada 2006.
Desde que retornou ao Brasil, em 2023, o lateral marcou 5 gols e também deu 3 assistências.
Foram 3 títulos conquistados: a Taça Libertadores da América (2023), a Recopa Sul-Americana (2024) e o Campeonato Carioca (2023).
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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