sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Fórmula do Campeonato Gaúcho é exemplo para os estaduais

Segundo proposta da Federação, torneio ocuparia 12 datas (em vez das 16 de outros estaduais), duraria 2 meses e terminaria antes da data FIFA (Federação Internacional das Associações de Futebol) de março.

Vem do Rio Grande do Sul a melhor ideia para salvar os campeonatos estaduais, que em 2025 terão um período menor do ano dedicado exclusivamente a eles. 

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol), numa decisão acertada, embora ainda distante do que seria o ideal, determinou que os estaduais devem acabar em março, o que permitirá começar mais cedo o Campeonato Brasileiro e interrompê-lo durante o Mundial de Clubes da FIFA, entre junho e julho.

Os clubes do Rio Grande do Sul ainda vão se reunir hoje e farão bem se aprovarem a proposta da Federação Gaúcha, que pretende fazer seu campeonato com a seguinte fórmula: 12 times divididos em 3 grupos com 4 clubes. 

Todos enfrentam os clubes dos demais grupos, o que resolve a primeira fase em 8 datas. 

O vencedor de cada grupo e o melhor segundo no geral avançam para a semifinal. 

Simultaneamente, quem ficar entre o quinto lugar e o oitavo lugar na fase de grupos disputa um quadrangular que vale uma vaga na Copa do Brasil do ano seguinte. 

Os times que ficarem entre o nono lugar e o décimo segundo lugar fazem outro quadrangular, para tentar evitar o rebaixamento.

O campeonato ocuparia 12 datas (em vez das 16 datas de outros estaduais), duraria 2 meses e terminaria antes da data FIFA de março, período em que as seleções se reúnem e usam muitos jogadores de Grêmio e Internacional. 

Os quadrangulares finais também são uma boa saída para manter todos os clubes ocupados, com jogos atrativos, que valem alguma coisa, e evitar o que aconteceu com o Corinthians no Campeonato Paulista deste ano.

O clube foi eliminado ainda na fase de grupos, fez seu último jogo em 10 de março e passou por uma longa inatividade, enquanto seus rivais locais encaravam o mata-mata do Campeoanto Paulista. 

O Corinthians chegou a fazer um amistoso contra o Londrina para ter o que fazer nesse período. 

Depois, no segundo semestre, o mesmo Corinthians teve que lidar com uma maratona exaustiva de partidas por Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Copa Sul-Americana. 

Não faz sentido: começar a temporada em janeiro, passar um longo tempo sem jogar em março e depois, no segundo semestre, enfrentar uma sequência insana.

O Campeonato Paulista é o mais afetado pelas mudanças que a CBF fez no calendário, porque é o maior do país em vários sentidos. 

É o que mais reúne clubes da Série A e Série B do Campeonato Brasileiro, é o que consegue os melhores contratos de patrocínio e transmissão, e por isso é o que distribui mais dinheiro para quem o disputa. 

Tudo isso é mérito da Federação Paulista e de seus profissionais, sem dúvida.

Mas um ano só dura 365 dias, e quanto mais tempo os estaduais ocuparem no calendário, maior será o prejuízo para o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil e para os clubes que disputam competições internacionais, Taça Libertadores da América, Copa Sul-Americana, torneios da FIFA.

A Federação Gaúcha parece ter encontrado um caminho razoável. 

Em 2025 o Gauchão terá um peso especial, porque o Grêmio pode igualar um feito histórico alcançado pelo Internacional entre 1969 e 1976 e também conquistar 8 títulos seguidos. 

Numa edição que obrigatoriamente será histórica, o campeonato estadual merece uma fórmula racional e atrativa, adaptada à realidade do futebol atual.

Reportagem: Oglobo.globo.com

Adaptação: Eduardo Oliveira 

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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