sexta-feira, 26 de junho de 2020

Investigação do MP

Ministério Público do Rio Grande do Sul cumpre mandado de busca e apreensão em casa de Anderson, ex-Manchester.
Operação Criptoshow do Ministério Público gaúcho. (Foto: Divulgação/Ministério Público-Rio Grande do Sul)
Ex-jogador entrega computador em operação que investiga fraude e lavagem de dinheiro e nega irregularidades em nota.

O Ministério Público gaúcho cumpriu nesta quinta-feira (25), 13 mandados de busca e apreensão na região metropolitana de Porto Alegre. 

A Operação Criptoshow busca desmantelar uma organização criminosa que teria desviado R$ 35 milhões de uma indústria e da Bolsa de Valores e lavou dinheiro com bitcoins. 

Um dos alvos dos mandados foi Anderson, ex-jogador do Manchester United, Grêmio e Internacional.

O MP gaúcho não divulgou o nome de Anderson, mas o GloboEsporte.com confirmou. 

O ex-jogador publicou uma nota e admitiu que recebeu a polícia em seu apartamento nesta quinta-feira (25). 

Um computador foi apreendido. 

Anderson é sócio de uma empresa que negocia compra e venda de criptomoedas.

O ex-jogador diz que recebeu as autoridades com "cordialidade" e recebeu "tratamento digno". 

Também afirmou que quer manter seus negócios no Rio Grande do Sul, que sua empresa foi envolvida sem dolo no caso e é a prejudicada. 

Anderson está aposentado desde o ano passado.

Segundo o MP, nos dias 15 de abril e 16 de abril, foram desviados R$ 30 milhões da conta bancária de uma grande indústria em 11 transferências eletrônicas para seis empresas localizadas em Porto Alegre, Cachoeirinha, São Paulo e Porto Velho, em Rondônia.

Confira a nota na íntegra:

"Eu, Anderson Luis de Abreu Oliveira, venho a público esclarecer.

Trouxe recursos de uma vida toda para fazer negócios no estado que amo. 

Apesar das dificuldades que ele vem passando, quero continuar fazendo negócios aqui, pois acredito e sou prova de que um menino pobre e sem estudo pode vencer na vida trabalhando e com empenho.

Conheço e invisto há quatro anos no mercado de criptomoedas. 

Investi mais fortemente em 2019 no bitcoin. 

Comprei com dinheiro declarado conforme comprovante e imposto de renda.

Desde então, negocio no mercado compra e venda destas criptomoedas para ganhar dinheiro e também porque gosto de tecnologia. 

Para isso, comprei a participação na empresa House Tecnologia Ltda, que realiza compras e vendas quando é oportuno.

Uma das nossas empresas foi relacionada a um assunto que não merecíamos e hoje, por conta disso, recebi em minha residência a polícia com a cordialidade que lhes é merecida. 

Nada tenho a esconder. Nossos valores são fruto do meu trabalho e está devidamente declarado.

Agradeço às autoridades pelo tratamento digno ao qual fui submetido e a todos que sabem o que sou e quanto sou grato ao Rio Grande do Sul. 

Tanto que continuarei investindo e dando empregos o quanto eu puder.

Venho esclarecer com extrato abaixo nossos investimentos em 2019 apenas em uma empresa do ramo de criptomoedas. 

Portanto, não precisamos cometer algo errado conscientemente.

Esclareço por hora (sic) que fomos envolvidos sem dolo (intenção), mas vendemos o que era nosso e acreditávamos estar recebendo o pagamento, pois fizemos a operação normal como é de costume.

O grande prejuízo está sendo nosso... 

Mas não deveria ser."

Reportagem: Globoesporte.globo.com

Adaptação: Eduardo Oliveira

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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