Volta do público no Rio de Janeiro prevê ingresso com horário de acesso, marcação de assento no estádio e máscaras obrigatórias.
Documento da Vigilância Sanitária tem série de indicações sobre o retorno de torcedores no futebol, previsto a partir do dia 10 de julho.
Torcidas nos estádios do Rio de Janeiro em 10 de julho. (Foto: Revistanews. |
Defensoria pede explicações técnicas e científicas.
Um documento de 24 páginas, chamado "Medidas para o retorno das atividades esportivas - Futebol", da Vigilância Sanitária da Prefeitura do Rio de Janeiro, quer moldar o retorno do público aos estádios na cidade.
O texto, com as chamadas "regras de ouro", prevê escalonamento de horários para chegada ao estádio já no ingresso vendido, com proibição de acesso caso o torcedor não cumpra o determinado, orientação de torcedores para ocupação de assentos sinalizados nas arquibancadas e máscaras obrigatórias em todos locais.
O tema ainda gera discussão entre dirigentes, torcedores e chamou a atenção fora do país.
O Rio de Janeiro, hoje, é o único local do país com previsão de permissão de público, no caso, 1/3 da capacidade do estádio a partir de 10 de julho.
Reportagem do GloboEsporte.com mostrou que apenas seis países, entre os 50 melhores ranqueados pela FIFA, permitiram acesso de público.
Em lados opostos no retorno ao futebol, os clubes grandes se dividem sobre abrir os portões aos torcedores.
Botafogo e Fluminense já se anteciparam em dizer que não vão abrir estádios em seus jogos.
O vice-presidente geral e jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee de Abranches, se manifestou em entrevista ao jornal "O Dia" e disse que "o Flamengo não aprova e nem reprova. Flamengo cumpre lei".
O Vasco ainda não se manifestou sobre o assunto.
Se o Flamengo vencer o Boavista nesta quarta-feira (1º) e conquistar a Taça Rio no dia 8 de julho, o Carioca acabará antes da liberação de público nos estádios.
Se houver final da competição, os dois jogos poderiam ter arquibancadas abertas.
No momento, a previsão da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para início do Brasileiro é dia 9 de agosto, mesma semana em que deve haver a volta da Copa do Brasil.
A Taça Libertadores da América e a Copa Sul-Americana não têm previsão.
O texto do decreto da prefeitura permite :
Competições esportivas com capacidade simultânea máxima de 1/3, sem ultrapassar a regra de 4m² por pessoa.
Venda de ingressos somente online ou caixas de auto atendimento.
Nesta terça-feira (30), a partir das 15h45 (horário de Brasília), o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, vai falar sobre o plano de retomada do futebol.
Os clubes, a FERJ (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) e representantes da Vigilância Sanitária também realizam nova reunião nesta noite.
Primeiro, vão avaliar a primeira rodada realizada, mas também vão discutir a implementação de abertura de estádios no Rio de Janeiro.
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e a Defensoria Pública pediram explicações à Prefeitura sobre o plano de retomada de diversas atividades na cidade.
Entre elas, o futebol com portões abertos para 1/3 da capacidade do estádio.
Na última sexta-feira (26), a Defensoria enviou ofício para a Secretaria Municipal de Saúde e para a Prefeitura com pedidos de atas de reuniões tanto do comitê científico montado quanto da secretaria da pasta.
Os defensores querem compreender os critérios adotados no Rio para esta flexibilização.
"Eles não explicaram que estudo foi esse que liberou (a abertura). Qual a previsão de impacto na saúde, na disposição de leitos, em respiradores, em testagens, em profissionais de saúde, em possíveis novos casos? Por que escolhemos essas atividades e não outras?", questiona a defensora Thaisa Guerreiro.
A Defensoria espera receber resposta da Prefeitura até quarta-feira (1º).
Ainda estuda possíveis medidas para adotar, caso as explicações não sejam embasadas e suficientes. Anteriormente, em Ação Civil Pública junto ao Ministério Público, conseguiram suspender a flexibilização na Justiça, mas por pouco tempo.
"Por que abrir para 1/3 da capacidade de público? Isso não está claro. Como os indicadores disponíveis estão sendo pesados nessas escolas, qual o peso de cada indicador? Podemos ter baixa na taxa de leitos, de transmissão, em determinado momento, mas pode acontecer de a rede hospitalar estar superlotada. Como se chega em cálculo matemático de que se pode avançar ou não nessa flexibilização?", pergunta a defensora pública.
Confira os protocolos no link:
https://glo.bo/2CW401M
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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