Verdadeira crise do Barcelona é de conceito e de credibilidade.
Messi na partida entre Barcelona (Espanha) X Atlético de Madrid (Espanha). (Foto: Albert Gea/Reuters) |
Houve um tempo em que o Barcelona sabia o que queria ser.
A bola não deixa de entrar por acaso.
Existe um maravilhoso livro chamado "Cuando Nunca Períamos" sobre a história do Barcelona.
Cada texto relata o tempo em que o Barça nunca vencia.
Desde a final da Copa dos Campeões da Europa de 1961, em Berna, em que perdeu para o Benfica e chutou cinco vezes na trave.
"Se os postes fossem redondos como hoje, não bateriam nas quinas quadradas e sairiam do gol", diz o texto.
Messi marcou seu gol 700 no fantástico empate por 2 a 2 entre Barcelona e Atlético de Madrid, que parece afastar um pouco mais o Barça do tricampeonato espanhol, não tem nada a ver com aquele tempo, mas com outros, em que a política e as contratações em que não sabe bem para onde vai o dinheiro falam mais alto.
Griezmann custou 120 milhões de euros ao Atlético de Madrid, que pareceu mais forte no Camp Nou do que nas duas temporadas anteriores, quando o francês era colchonero.
Desde 2017, o Atlético não empatava na casa barcelonista.
Desde 2006 não vence lá dentro.
Esteve perto. Pode-se dizer que o pênalti que resultou no empate de Saúl não existiu, mas o Barcelona também não.
Quique Setién montou o time num 4-1-3-2, deixou Riqui Puig atrás de Messi e Suárez, com Vidal aberto pela direita e Rakitic pela esquerda.
Quem jogou bem mesmo foi o chileno.
Que atuação!
Mas o Barcelona bateu no muro do Atlético e voltou.
Com sete jogadores que vieram de fora, contratações caras, diferente do conceito do Barça montado em suas canteras, com ideias de jogos claras.
Durante a temporada, o time demitiu Ernesto Valverde, que não tinha o jogo de posição que o Barcelona cultiva.
Contratou Quique Setién, que tem as ideias, mas não o conhecimento do lugar.
E os dirigentes contratam, contratam, contratam.
Com que ideia?
O Barcelona se afasta do título, porque o Barcelona se afasta do conceito do Barcelona.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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