Seleção feminina fica duas vezes atrás no placar, vira e cede empate para Holanda.
Brasil sofre gols no início de cada tempo e consegue vantagem no segundo, em ótima atuação coletiva contra as atuais campeãs europeias e vice mundiais, mas peca em falhas defensivas.
A seleção brasileira feminina teve ótima atuação contra a Holanda, atual campeã europeia e vice mundial, mas ficou no empate por 3 a 3 neste sábado (24), em Miyagi, pela segunda rodada do Grupo F dos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Debinha, Marta e Ludmila fizeram os gols do Brasil.
Miedema marcou dois para a Holanda, um deles em falha da goleira Bárbara, e Janssen determinou o empate em cobrança de falta.
O resultado mantém a invencibilidade das brasileiras contra as rivais, com três vitórias e três igualdades em seis confrontos.
"A gente sabia que seria difícil. Se a gente pensar em tudo que fez, acredito que fizemos um bom trabalho. Muita coisa precisa melhorar, principalmente o começo. Contra uma equipe qualificada, temos que estar sempre ligadas. No contexto geral, desempenhamos um bom papel contra uma das melhores equipes da atualidade. Temos um sentimento que podemos fazer mais. Foi equilibrado, podíamos ter saído com a vitória", comentou a jogadora Marta.
Nenhuma seleção do Grupo F garantiu antecipadamente a vaga nas quartas de final das Olimpíadas, mas tanto Brasil quanto Holanda, com 4 pontos, estão a um empate da classificação, as europeias ocupam a liderança da chave pelo saldo de gols.
Zâmbia e China têm 1 ponto, depois de ficarem no 4 a 4 mais cedo neste sábado (24), e chances matemáticas de avançarem.
As duas primeiras seleções de cada chave avançam, além das duas melhores terceiras.
Na próxima terça-feira (27), a seleção brasileira vai enfrentar a africana, às 8h30 (horário de Brasília), em Saitama, pela terceira rodada, com transmissão ao vivo da TV Globo, SporTV e globo esporte.
No mesmo horário, em Yokohama, a Holanda jogará contra a China.
No primeiro ataque da Holanda, aos 2 minutos do primeiro tempo, a defesa brasileira cochilou, Vivianne Miedema recebeu sem marcação, girou à frente de Érika e abriu o placar.
Mas o Brasil não sentiu o gol, e impôs seu jogo.
Chegou a ter um pênalti marcado, mas depois anulado pelo VAR, por impedimento.
O empate saiu aos 13 minutos do primeiro tempo: Debinha tocou para Duda, recebeu o cruzamento, teve o primeiro chute travado e marcou na segunda tentativa.
Bem distribuída em campo, a seleção dominou toda a primeira etapa, e quase virou em bonita cabeçada de Rafaelle nos minutos finais.
Artilheira da seleção feminina com a técnica Pia Sundhage, Debinha comentou o empate em entrevista à TV Globo após o jogo:
"Fico feliz que ela (Pia) me dê a chance de representar meu país. Vou dar sempre 100%. Acho que poderíamos ter saído com a vitória, tivemos chances, o pênalti anulado, mas agora é para cima. Descansar e dar nosso melhor, impor nosso trabalho e tentar sair com a vitória novamente".
A Holanda seguiu com dificuldades na etapa complementar, mas chegou ao segundo gol em uma falha da goleira Bárbara, que não conseguiu espalmar a cabeçada fraca de Miedema, aos 13 minutos do segundo tempo.
Novamente, o Brasil não deixou cair o ritmo.
Ludmila, que entrou no intervalo, foi derrubada na área por Van der Gragt, e Marta empatou em cobrança pênalti, aos 18 minutos do segundo tempo.
Apenas quatro minutos depois, aos 22 minutos do segundo tempo, a virada: Nouwen recuou errado, Ludmila driblou a goleira Van Veenendaal e chutou para o gol vazio.
Mas a Holanda igualou aos 33 minutos do segundo tempo, em cobrança de falta de Dominique Janssen no canto direito de Bárbara, que não alcançou a bola.
No fim da partida, as duas equipes fizeram correntes no gramado, mostrando a união na busca do objetivo maior, que é subir ao pódio.
Com o gol que fez, Marta chegou a 13 marcados em cinco edições de Olimpíadas, e agora está a apenas um de igualar Cristiane como a maior artilheira do futebol feminino nos Jogos Olímpicos.
"Nosso objetivo é sempre pensar no coletivo. Óbvio que fazer gols faz parte do trabalho, mas sempre pensando no coletivo. Os recordes sempre aconteceram naturalmente na minha vida, nunca foi forçado", disse Marta em entrevista à TV Globo na saída de campo.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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